segunda-feira, 2 de março de 2009

O ar vai ficar pesado em Pernambuco

Do site César Rocha

Passava das 11h de sexta-feira, quando o governador Eduardo Campos (PSB) mandou alguém à assessoria de imprensa correndo:
“Pega lá o telefone de Inaldo Sampaio, preciso falar com ele urgente”.
Surpreso com a notícia da demissão do jornalista, após 22 anos de colunismo político no Jornal do Commercio, queria saber as razões, demonstrar solidariedade.
Mas não era um gesto humano qualquer.
O jogo da eleição de 2010 já está tão intensamente impregnado no ambiente político de Pernambuco que qualquer fato, por menor que seja, ativa desconfianças.
Àquela altura, toda uma rede de desconfiados fazia especulações sobre a saída de Inaldo, associando-a às críticas que o jornalista fez – por sinal, repetindo outros, como Alon Feuerwerker, Fernando Rodrigues e Luis Nassif – à curiosa entrevista do senador Jarbas Vasconcelos à revista Veja.
Onze entre dez líderes políticos estaduais respiram 2010 a plenos pulmões.
Jarbas sobe à tribuna do Senado amanhã para manter viva a onda que criou após falar à Veja.
No Palácio das Princesas, ninguém tem dúvidas de ele se move, nessa sua cruzada de moralização da política, com segundas, terceiras e quartas intenções em relação às sucessões estadual e presidencial.
E mais: o sentimento no governo é de que o peemedebista não age ao acaso, por instinto, mas de maneira articulada e organizada.
No lado oposto, Eduardo inicia nesta semana um giro de dois meses por mais de 110 municípios pernambucanos. É o começo da caravana para tentar se consolidar como candidato à reeleição.
O deputado federal Raul Henry, secretário geral do PMDB, e alternativa a Jarbas, caso não aceite disputar o governo com Eduardo, também está programando uma série de viagens ao interior.
Mendonça Filho, presidente estadual do DEM, faz o mesmo. Em meados do próximo ano, com certeza, o ar em Pernambuco vai estar irrespirável.

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