quarta-feira, 18 de março de 2009

Educação em segundo plano

Do Tribuna da Imprensa

Por Marcelo Copelli

Uns e outros acham que a coisa tem andado. Mesmo em passos lentos. Órgãos governamentais, vira e mexe, divulgam que a situação parece um tiquinho melhor. A população, entretanto, ainda se mostra crítica quanto à falta de interesse político no tratamento da questão educacional no Brasil. No cotidiano dos alunos não faltam motivos para comprovar que a necessidade de muito mais empenho é gritante. Não precisa ser especialista para entender isso.
Segundo uma pesquisa divulgada, esta semana, do Ibope Inteligência para a Confederação Nacional da Indústria (CNI), em parceria com o movimento “Todos Pela Educação”, na opinião dos brasileiros, entre os principais problemas da educação básica pública estão a desmotivação dos professores mal pagos, a falta de segurança nas escolas e a presença de drogas no ambiente escolar, fora o número insuficiente de unidades de ensino. Tudo envolto pela baixa qualidade, entre outros.
Em 2007, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), ex-ministro da Educação, apresentou um projeto de lei ao Senado, para que os filhos de todos os políticos fossem obrigados a estudar em escola pública durante a educação básica. Até hoje não foi aprovado. Nem precisa explicar o motivo, né?
A ideia era de que os políticos se interessem em melhorar a educação no Brasil a partir da experiência de seus filhos. É inexplicável que ainda existam regiões nas quais os alunos tenham que se revezar para poder acompanhar as aulas por falta de cadeiras, colégios que não tenham a mínima estrutura para oferecer um nível de ensino aceitável ou, ainda, que os educadores não tenham mantidas condições dignas de trabalho. Lastimável ver que pouquíssimos sãos os parlamentares que levantam a bandeira e abraçam a causa. Para a grande maioria, empurrar o problema é a melhor solução. Há anos.

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