sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Raiva mata mesmo!


Final de semana chegando, é importante diminuírmos o nosso rítimo. Nada melhor do que uma boa mensagem para aliviar o dia-a-dia.


A revista Circulation, da Associação Americana do Coração publicou um estudo, realizado por uma equipe da Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos.
O título era muito sugestivo: Verdade: raiva mata mesmo. E dizia do aumento significativo dos riscos de se ter um ataque cardíaco, devido ao mau humor.
A equipe, durante seis anos, estudou nada menos do que o comportamento de 13.000 homens e mulheres, com idade entre 45 e 64 anos.
Os pesquisadores descobriram que as pessoas que se irritam intensamente, e com frequência, têm três vezes mais probabilidades de sofrer um infarto do coração, do que aquelas que encaram os problemas com mais serenidade.
Segundo esses estudiosos, cada vez que a pessoa tem um episódio de raiva, o organismo joga no sangue uma carga extra de adrenalina.
A concentração desse hormônio no corpo aumenta o número de batimentos cardíacos e estreita os vasos sanguíneos, o que faz com que a pressão arterial se eleve.
A repetição dos momentos de raiva pode gerar dois problemas que se associam ao infarto. O primeiro é a arritmia cardíaca, o que quer dizer que o coração bate de forma descompassada.
O segundo, é a dilatação das placas de gordura que, por acaso, existam nas artérias.
Por tudo isto, é bom analisarmos os nossos atos.
Por exemplo: o mau humor está se apresentando em nossas vidas de maneira quase constante?
Procuremos examinar as suas origens, a fim de que o possamos liquidar o mais rápido possível.
Caso o problema seja de alguma dívida que esteja nos preocupando, recordemos que não será com mau humor que conseguiremos os recursos para pagá-la.
Se a dificuldade é uma doença que nos atormenta, tenhamos em mente que enfermidade precisa de remédio e não de intolerância, para se curar.
Se estivermos precisando da cooperação de alguém para um empreendimento, uma tarefa, com certeza não será apresentando uma carranca que conseguiremos simpatia e ajuda.
Se estiverem se apresentando contratempos na família, não serão frases ásperas, cheias de amargura e má vontade que irão resolvê-los.
Tudo isto quer dizer que, em verdade, até hoje não se tem conhecimento de ninguém que o azedume e o mau humor tenham auxiliado.
Portanto, o melhor é tentar nos livrarmos dessa postura destruidora, cultivar a paciência e aprender a sorrir.
* * *
Ninguém consegue realizar alguma coisa sem os outros e os outros não são culpados por nossos insucessos.
Enfrentemos o novo dia, dispostos a vencer, conquistando o espaço bom que nos está reservado no mundo.
A boa vontade em relação aos outros retornará sempre para nós em clima de simpatia e camaradagem.
Assim, começando hoje, coloquemos beleza em nossos olhos, a fim de olharmos a vida com lentes mais claras, libertando-nos das impressões negativas da noite passada.
Notaremos então que nosso estado íntimo se renovará e tudo tomará uma cor agradável ao nosso redor.


Desemprego cresce em seis regiões metropolitanas, mostra Dieese

Da Agência Brasil

SÃO PAULO - A taxa de desemprego aumentou em janeiro deste ano, de 12,7% para 13,1% da população economicamente ativa (estimada em 19,9 milhões ante 20,1 milhões em dezembro último), segundo a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), realizada pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Fundação Seade) e Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). No período, foi constatado um total de 2,620 milhões de desempregados, número 75 mil maior do que em dezembro.
Apesar dessa elevação sobre dezembro, na comparação com os demais meses de janeiro, a taxa é a menor já registrada desde 1998, quando a pesquisa começou a ser feita. O nível de ocupação caiu 1,3%, com o corte de 221 mil vagas e a saída de 145 mil pessoas do mercado de trabalho. Os principais aumentos da taxa de desemprego foram verificados em São Paulo (de 11,8% para 12,5%), o que indica elevação de 5,9%, e em Belo Horizonte (de 8,4% para 8,8%), alta de 4,8%.
Na região metropolitana mineira, no entanto, comparativamente ao mesmo período do ano passado, houve uma queda de 20%. Em janeiro de 2008, a taxa de desemprego nessa região havia atingido 11%. Salvador foi a única capital com variação negativa na comparação mensal, passando de 19,8% para 19,4%, um recuo de 2%. A segunda menor variação, embora em movimento de alta em 1,9%, foi registrada no Distrito Federal, com a taxa avançando de 15,4% para 15,7%.
Nas demais regiões metropolitanas foram constatadas as seguintes variações: Porto Alegre de 9,8% para 10% (alta de 2%) e Recife, de 17,9% para 18,3% (aumento de 2,2%).
O setor de serviços foi o que eliminou mais postos de trabalho, com o corte de 90 mil vagas. Ele foi seguido pela indústria, com 79 mil; construção civil, com 31 mil e outros setores, com 16 mil. Já no comércio, ocorreram 5 mil demissões em variação considerada estável (-0,2%).
Quanto ao rendimento médio dos ocupados relativa a dezembro, a pesquisa apurou um aumento de 1,1%, com valor de R$ 1.182,00. Já os assalariados tiveram um acréscimo um pouco inferior ao dos ocupados em geral, com valor de R$ 1.246,00, 0,6% acima da média verificada, em novembro.
(Agência Brasil)

Governador Eduardo Campos visitará 114 municípios em 60 dias

Do blog da Folha

Da Folha de Pernambuco
O ciclo de viagens que o governador Eduardo Campos (PSB) fará pelo interior de Pernambuco a partir de março - que inclui visitas a mais de 40 cidades sertanejas - será prolongado. No mês de abril, o socialista visitará os 71 municípios do Agreste e, em maio, estará nas 43 cidades da Zona da Mata, totalizando 114 municípios em 60 dias. Longe da capital, Eduardo cumprirá intensa agenda administrativa. Inaugurará obras empreendidas pelo Estado e assinará ordens de serviço para execução de outras. Também fará vistorias nas ações que estão em andamento.As 14 cidades da Região Metropolitana do Recife (RMR) já vêm sendo atendidas, de forma esporádica, pelo gestor. O roteiro das visitas ao Agreste e à Zona da Mata ainda não está definido porque o Palácio precisa adequar a agenda às viagens internacionais e outros compromissos que o governador terá no mesmo período. A “peregrinação” de Eduardo ao Sertão, por sua vez, já tem dia e local para começar. Será no dia 9 de março, em São José do Egito. O município foi escolhido em decorrência do seu centenário. Na ocasião, o Governo de Pernambuco será instalado provisoriamente no Centro Cultural. A Assembleia Legislativa também realizará uma sessão especial em São José do Egito.Nos dias seguintes, Eduardo Campos estará em Itapetim, Brejinho e Betânia, respectivamente. Depois, o socialista seguirá para as cidades do Sertão do Moxotó e do Sertão Central. A viagem pela região se encerra no dia 19 de março, em Afrânio, quando o socialista estará, por dez dias, longe do Recife. O secretário executivo de Articulação Política do Estado, Aluísio Lessa (PSB), garante que o Palácio não discriminará os municípios administrados por prefeitos oposicionistas. “O governador tratará todos da mesma forma, como sempre fez desde que assumiu”, destaca Lessa. O secretário ponderou, ainda, que as visitas não terão como foco discutir apoios para 2010. “A pauta será estritamente administrativa”, ressalta.De acordo com Aluísio Lessa, participarão das visitas os secretários cujas pastas estão desenvolvendo ações nas regiões. Ele confirmou a presença de Humberto Costa (PT/Cidades), Sebastião Oliveira (PR/Transportes), Servilho Paiva (Defesa Social) e João Bosco de Almeida (Recursos HídricosCompesa), além de secretários executivos e técnicos. Lessa, no entanto, não adiantou o número total de pessoas que trabalharão na iniciativa.

O reverso da medalha

Do Tribuna da Imprensa

Por Carlos Chagas

Razão não pode ser negada ao presidente do Supremo Tribunal Federal. Gilmar Mendes, quando critica o fato de o MST e congêneres promoverem invasões e até assassinatos recebendo dinheiro público. Haveria, porém, o reverso da medalha: por que não verberar, também, os donos de terra que contratam jagunços, matam até com mais frequência e continuam valendo-se de créditos especiais e ajuda permanente do Banco do Brasil e sucedâneos? Da mesma forma, como não denunciar os bilhões destinados anualmente a ONGs fajutas e postas a serviço de interesses antinacionais, em especial na Amazônia?
Se for para exortar o Ministério Público a agir contra o MST, sugestão mais do que justificada, a hora também seria de mobilizar o arcabouço estatal sobre os excessos do outro lado.

Mantega, enfim, critica ganância dos bancos

Do Tribuna da Imprensa

BRASÍLIA - No mesmo dia em que o Banco Central divulgou dados mostrando queda nas concessões de crédito e o aumento da inadimplência em janeiro, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, finalmente criticou os bancos por continuarem restringindo a oferta de recursos e cobrou maior redução das taxas de juros cobradas nos empréstimos. Para o ministro, os juros bancários podem cair mais. "Os bancos estão emprestando de menos para o meu gosto. Eles deveriam estar emprestando mais e baixando mais as taxas de juros que estão aí", disse.
Mantega minimizou a elevação da inadimplência nos empréstimo bancários, classificando a alta de "normal" nesse período do ano em que se concentram muitos vencimentos de tributos, como IPVA e IPTU. "Eu não vi uma inadimplência superalta. Eu vi uma pequena elevação da inadimplência. Isso não significa nenhuma deterioração importante da economia brasileira", ponderou.
As críticas do ministro foram feitas também num momento em que os maiores bancos anunciaram aumento de provisões para cobrir eventuais calotes. Os bancos alegam que o risco de inadimplência é a principal razão para os spreads não caírem. Em contraponto, o ministro disse que os bancos fazem previsões pessimistas de inadimplência, que levam à cobrança de spreads mais elevados. Ao final, alfinetou, a inadimplência acaba sendo menor que a prevista: "Mas aí eles já cobraram um spread mais elevado por conta dessas previsões."
Mantega desqualificou previsões pessimistas que tem sido feitas para a economia brasileira este ano. Para ela, elas refletem mais o cenário internacional. Ao comentar a nova estimativa da empresa de consultoria britânica Economist Intelligence Unit (EIU), de uma queda de 0,5% do PIB do Brasil neste ano, disse que continua acreditando que o País terá um crescimento positivo Ele evitou fazer previsões para o índice de crescimento da economia brasileira, mas disse que o governo não mudou a meta de fazer a economia crescer 4%.

1º carnaval da lei seca registra mais acidentes nas federais

Do Tribuna da Imprensa

SÃO PAULO - As estradas federais do país registraram 127 mortes durante o feriado de carnaval, uma a menos que o registrado no mesmo período do ano passado (128). Por outro lado, houve 20% mais acidentes (2.865) e 21% mais feridos (1.784), uma prova de que, mesmo com a lei seca em vigor pelo primeiro carnaval, a medida ainda não surtiu o efeito esperado pelas autoridades para reduzir os números das tragédias nas rodovias.
O balanço das estradas federais foi divulgado ontem pela Polícia Rodoviária Federal (PRF). O período analisado foi da meia-noite de sexta-feira (20) até a meia-noite de quarta-feira (25).
Minas Gerais continua liderança o número de registros. O Estado com a maior malha viária federal do país registrou 471 acidentes, com 21 mortes e 347 feridos. O segundo colocado foi Santa Catarina, com 366 desastres, 19 mortos e 217 feridos. O terceiro no ranking foi o Rio de Janeiro, que registrou 267 acidentes, com 10 mortes e 131 feridos. Em números de vítimas fatais, o Maranhão ficou empatado com o Rio de Janeiro, seguido por Bahia, com 8 óbitos, e Pernambuco, com sete.
Lei seca
Embora o número de acidentes não tenha, grosso modo, diminuído tanto, quando se destrincha o balanço das rodovias deste ano, o impacto da lei 11.705 - que visa inibir e punir o consumo de bebidas alcoólicas por condutores de veículos automotores - pode ser melhor avaliado. Em 2009, registrou-se uma vítima fatal para 22,5 acidentes, ante uma morte para 18,7 desastres em 2008.
Os números da Operação Carnaval também indicam que nos oito meses de lei seca ao volante, a Polícia Rodoviária Federal flagrava um motorista alcoolizado a cada 10 testes realizados. Durante os últimos seis dias, a média subiu para uma autuação a cada 16 abordagens.
Os 700 etilômetros empregados pela PRF nesta operação contabilizaram 14.129 exames, que resultaram em 862 multas por embriaguez. Deste total, 576 condutores foram presos em flagrante. A Polícia Rodoviária Federal conseguiu fiscalizar 10% a mais de veículos. Só em multas por ultrapassagens proibidas, os agentes da PRF preencheram 11.515 autos de infração.
Nos seis dias de operação, a PRF apreendeu 713 quilos de maconha e flagrou 59 crianças e adolescentes em situação de risco. Em ações por todo Brasil, 978 criminosos foram presos em flagrante, contra 619 em 2008.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Coordenador do MST admite "exagero" em mortes


Do Terra Magazine


Marcela Rocha

Especial para Terra Magazine


São Joaquim do Monte, no agreste pernambucano, foi cenário, no último sábado, 21, de um conflito entre seguranças da Fazenda Consulta e integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra). Não houve desapropriação, como esperavam os manifestantes; a disputa pela terra teve um saldo de 4 homens mortos. Desta vez, os seguranças da fazenda.
Terra Magazine falou com Jaime Amorim, membro da coordenação nacional do MST radicado em Pernambuco. Amorim sustenta que os seguranças mortos no sábado faziam parte de "milícias armadas". O coordenador do movimento na região admite que os sem-terra foram os autores dos disparos, mas alega legítima defesa, apesar do "exagero" das mortes.
- Se os trabalhadores não se defendessem iriam morrer. Muitos já foram mortos por pistoleiros violentos da região, que hoje está aliviada com a morte deles. Não era o que nós queríamos. Houve, de fato, exagero.
Nesta quarta-feira, 25, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes declarou discordar das ocupações enquanto forma de manifestação e insinuou que estariam sendo feitos "financiamentos ilícitos dessas instituições". O coordenador do MST ataca:
- O ministro deveria se envergonhar do que disse.
Amorim explica que discorda do ministro por ele não levar em conta que em São Joaquim do Monte, "o primeiro a extrapolar os limites da legalidade foi o proprietário que mantém, há oito anos, terras consideradas improdutivas pelo Incra".
Sobre o conflito ocorrido no sábado, Jaime afirma que nem o Incra nem o governo estadual ajudaram a evitá-lo. "Muito pelo contrário, colaboraram (para o ocorrido)", critica.

Leia abaixo a entrevista com Jaime Amorim:

Terra Magazine - A única saída era a violência?

Jaime Amorim - O conflito ocorre desde 2002, não foi somente no sábado, 21. Infelizmente nem o Incra, nem o governo estadual colaboraram para evitar o conflito. Muito pelo contrário, colaboraram (para o ocorrido). Se o Incra tivesse desapropriado a terra, nada teria acontecido. Na última quinta-feira, 19, a PM veio fazer reintegração de posse. Aceitamos. Logo em seguida os proprietários contrataram milícias para tomar conta de suas fazendas.


Quais as razões que levaram à morte dos seguranças?

Nada estava planejado. Se os trabalhadores não se defendessem iriam morrer. Muitos já foram mortos por pistoleiros violentos da região, que hoje está aliviada com a morte deles. Não era o que nós queríamos. Houve, de fato, exagero.


O movimento está se armando?

Isto está fora de cogitação. O que fazemos são ocupações e é que faremos o ano inteiro, principalmente em abril. Ocupar terras já foi legitimado enquanto um instrumento de luta há muitos anos. Este é o nosso objetivo: reivindicar o cumprimento da Carta Magna. O que fere a Constituição não é a ocupação, mas o latifúndio improdutivo. Há uma inversão no processo de análise.


O Ouvidor agrário vai a Pernambuco na terça-feira, 3 de março. Quais provas o movimento irá apresentar a ele, à polícia e à justiça para se defender?

O movimento não tem nenhuma razão para se defender. Temos que defender apenas os dois companheiros que estão presos (Aluciano Ferreira dos Santos, 31 anos, e Paulo Cursinho Alves, 62) e vamos fazer isso judicialmente no decorrer do processo. Com o ouvidor agrário, a conversa será outra. Vamos mostrar para ele - mais uma vez - a situação crítica na qual vivemos em São Joaquim do Monte e em Engenho Bonito, que é do grupo João Santos (dono de usinas e comércio), violento, já matou integrantes do Movimento. Talvez, antes do ouvidor chegar, neste final de semana, estoure mais um conflito. A proprietária da Fazenda Nova em Águas Belas contratou 20 pistoleiros que já estão armados na beira do asfalto. Já informamos a polícia e o governo. Mas...


Como avalia as críticas de Gilmar Mendes sobre extrapolar os limites da legalidade nas ocupações?

O ministro deveria se envergonhar do que disse. Aqui em São Joaquim do Monte, o primeiro a extrapolar os limites da legalidade foi o proprietário que mantém, há oito anos, terras consideradas improdutivas pelo INCRA. O governo não consegue desapropriar porque o cartório não emite os documentos, porque o juiz local continua dando integração de posse, mesmo sendo ilegal. O juiz local autorizou o proprietário a subdividir a fazenda enquanto o Incra desapropriava o local. Isto é ilegal. Sim, ocorreu o incidente, mas é importante que o ministro saiba que o proprietário contratou milícias armadas da região para defender propriedades improdutivas. Não estamos na ilegalidade, mas lutando contra ela nos latifúndios improdutivos. O ministro Gilmar Mendes deveria ser o primeiro a cobrar do Governo Federal que cumprisse a lei. Porém, o que ele faz é colocar o trabalhador sem terra na ilegalidade. Ele está equivocado.


Milícias armadas?

Sim, dizem ser um grupo de seguranças, uma empresa. São ilegais. Na verdade, trata-se de um grupo de 40 homens que prestam serviços de seguranças para as fazendas. Eles não têm autorização para portar aquelas armas. A polícia não faz nada e o ministro diz que nós somos os ilegais. Ademais, o próprio proprietário disse ter contratado o grupo, ou seja, um grupo armado não registrado é uma milícia e não uma empresa de segurança.


Acredita que o governo está promovendo a reforma agrária?

O governo apostou na monocultura como uma alternativa para o crescimento. Infelizmente, quase 8 anos depois, não fez aquilo que dizia ser seu sonho. O Lula sempre falava que dois problemas maiores precisavam ser resolvidos: a estrutura agrária injusta e o modelo agrícola que só favorece o grande produtor. Lula termina o governo sem resolver nenhuma das duas coisas, para nossa frustração e espero que para a dele também.


Terra Magazine

O PAPEL SUJO DA FOLHA DE SP

Do site Direto da Redação

Por Arariano Mota

Recife (PE) - Em 17 de fevereiro, ao publicar o editorial Limites a Chávez, a Folha de São Paulo nem imaginava o ciclone imenso que provocou. É que lá no texto ela escreveu “...Mas, se as chamadas ‘ditabrandas’ - caso do Brasil entre 1964 e 1985 - partiam de uma ruptura institucional e depois preservavam ou instituíam formas controladas de disputa política e acesso à Justiça...”, de passagem, como se nada fosse, substituindo Ditadura por Ditabranda. E fez mais: ao receber mensagens dos professores Fábio Konder Comparato e Maria Victoria de Mesquita Benevides, que protestaram contra o insulto à memória histórica, a Folha de São Paulo assim respondeu: “...Quanto aos professores Comparato e Benevides, figuras públicas que até hoje não expressaram repúdio a ditaduras de esquerda, como aquela ainda vigente em Cuba, sua ‘indignação’ é obviamente cínica e mentirosa”. Para quê? Essa qualificação, de indignação cínica e mentirosa, aplicada às palavras de dois intelectuais honrados, provocou o gancho, acordou as forças de todo o mundo culto e democrata do Brasil. Com 2.381 assinaturas, lideradas pelo crítico literário Antonio Cândido (2.381 às 16 horas deste 25.2.2009), corre um abaixo-assinado de protesto, que pode ser acessado em http://www.ipetitions.com/petition/solidariedadeabenevidesecomparat/signatures-1.html Então começaram a voltar à tona histórias e História, do passado da Folha de São Paulo, que contavam, relatavam o seu mais que apoio, a sua participação nos crimes da ditadura militar. Das histórias, todas com dolorosos depoimentos de humanidade e denúncia, a da jornalista Rose Nogueira mais chama atenção, pelo caráter particular da sua posição no tempo. Rose era funcionária do jornal, repórter da Folha, quando foi presa em 1969. No entanto, ela descobriu 27 anos depois que foi punida “não apenas pela polícia toda-poderosa, pela justiça militar. Ao buscar nos arquivos da Folha de S. Paulo a minha ficha funcional, descubro que, em 9 de dezembro de 1969, quando estava presa no Deops, incomunicável, 'abandonei' meu emprego de repórter do jornal. Escrito a mão, no alto: ABANDONO. E uma observação oficial: Dispensada de acordo com o artigo 482 – letra 'i' da CLT abandono de emprego'. Por que essa data, 9 de dezembro? Ela coincide exatamente com esse período mais negro, já que eles me 'esqueceram´por um mês na cela'. Todos sabiam que eu estava lá. Isso era – e continua sendo – ilegal em relação às leis trabalhistas e a qualquer outra lei, mesmo na ditadura dos decretos secretos. Além do mais, nesse período, se estivesse trabalhando, eu estaria em licença-maternidade" (Do seu artigo "Em corte seco", no livro "Tiradentes um presídio da ditadura", coord. Alípio Freire, Izaías Almada e J.A. de Granville-Ponce – Scipione Cultural – 1997).

Bancos retomam 100 mil carros financiados por falta de pagamento

Do site Opinião e Notícia

Os bancos brasileiros contam com um estoque de pelo menos 100 mil carros recuperados de clientes inadimplentes que devem retornar ao mercado de autos usados. Isso equivale à metade das vendas mensais de veículos novos no país.
De acordo com os principais bancos que financiam carros, o volume de recuperação de carros cresceu de 20% a 30% no início do ano em relação ao que acontecia até setembro. O principal motivo desta retomada elevada é a alta da inadimplência, que atingiu a média de 4,3% em dezembro, o maior nível desde 2002.
Se todos esses carros voltarem ao mercado de usados, somarão ao setor uma receita de até R$ 3,506 bilhões.

Os heróis de Pedro Bial

Do Observatório da Imprensa

Por Washington Araújo


"Triste do povo que precisa de heróis" (Bertold Brecht)

Existem heróis e heróis. Se existe algo que me irrita profundamente é o jeito sem cerimônias com que o mestre-de-cerimônia do Big Brother Brasil saúda aquela penca de jovens – mais um ou dois da terceira idade – confinados na casa montada pela TV Globo no Rio de Janeiro: "Boa noite, meus heróis!" De tanto usada, a frase virou bordão do BBB. Seu autor? O jornalista e dublê de guru do programa, Pedro Bial.
Ora, o que há de heroísmo em um programa que, longe de agregar conhecimento, é um poço de futilidades onde quanto mais se escava mais há para se escavar? 15 ou 16 pessoas vendendo sua intimidade, seus pensamentos e corpos, hábitos e sotaques, expondo-se ao ridículo em centenas de situações, muitas destas de gosto profundamente duvidoso, tudo em troca de prêmios avulsos ou do prêmio maior de R$ 1.000.000.00. Repito, o que há de heroísmo nisso? A ver os números do Ibope, o programa é quase uma coqueluche nacional. Revistas, jornais e sites dedicam ampla cobertura ao que ocorre dentro da casa. Cria-se um frenesi, arma-se uma curiosidade em larga escala, como se os destinos do povo brasileiro dependessem deste ou daquele que irá continuar ou sair da casa.

Canal de TV israelense ofende Jesus e Maria

Do blog do Bourdoukan

Enquanto os israelenses não chegam a um acordo sobre quem vai ter o privilégio de dirigir o país para continuar massacrando palestinos, eles se divertem assistindo ao Canal 10 de televisão fazendo piadas sobre Jesus e Maria.E o privilégio de ofender os milhões de cristãos coube a um tal de Lior Shlein, que se diz cômico. Esse indivíduo, ao ser questionado pelas ofensas, afirmou que o fazia em represália às declarações do bispo católico William Richardson, que tem negado sistematicamente o holocausto.
Líderes cristãos da Palestina Ocupada manifestaram sua indignação.
Em seu protesto, os religiosos afirmaram também que as ofensas refletem “os piores problemas que afetam a sociedade israelense, como a intolerância, a recusa em aceitar e respeitar o outro, e o ódio”.
Afinal o que disse o comediante israelense em seu programa de televisão que tanto ofendeu os cristãos?
Eis algumas de suas “repugnantes” piadas:
A Virgen Maria não era virgem.
A Virgem Maria foi para a cama com um montão de homens.
A Virgem Maria ficou grávida aos 15 anos de um colega de escola.
Jesus nunca conseguiu caminhar sobre a água porque era tão gordo que tinha vergonha de sair de sua casa.
Jesus tinha vergonha nadar no mar da Galiléia devido à sua gordura. Era tão gordo que não cabia num traje banho.
Líderes cristãos e muçulmanos, indignados com a blasfêmia, solicitaram ao Papa Benedito 16 que suspenda sua viagem a Israel, marcada para maio próximo.

Uma derrota ampla, geral e irrestrita

Do Portal Luis Nassif

As 4,4 mil demissões na Embraer representam o maior fracasso das políticas anticíclicas de Lula, desde que a crise começou. Não pelas demissões em si, inevitáveis ante uma crise externa sem precedentes, para uma empresa que depende fundamentalmente do mercado externo, em um setor que é diretamente afetado pela crise. Mas pela falta de instrumentos de minimização dos estragos.
O fracasso é amplo e deve ser distribuído em parcelas iguais pelo governo, por uma empresa que era orgulho do país, pelas centrais sindicais e pela prefeitura de São José dos Campos.
Faltou crédito para as grandes empresas, o Banco Central acudiu. Faltou para as montadoras, o Banco do Brasil aportou. Faltou para as exportações, as reservas cambiais garantiram. E tinham que fazer, mesmo.Mas o que foi montado especificamente para amenizar o desemprego em setores sujeitos a demissões em massa? Aparentemente, nada.
Em outros momentos da história, empresas socialmente responsáveis montavam todo um aparato de apoio ao trabalhador desempregado. Programas de requalificação, cursos de empreendedorismo, transformação dos trabalhadores em fornecedores, central de recolocação dos trabalhadores (ainda que em uma conjuntura extremamente hostil). Nada disso foi sequer esboçado. A empresa não tomou a iniciativa, as centrais sindicais também não, nenhuma sugestão foi implementada a partir das reuniões do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES).
Os trabalhadores foram abandonados à sua própria sorte.
Ontem, na visita dos dirigentes da Embraer ao Palácio, não lhes foi cobrada a readmissão dos funcionários, nem era o caso, dado o tamanho da crise. Mas o mínimo que se esperava é que na reunião estivessem presentes as centrais sindicais, o Ministério do Trabalho, o do Desenvolvimento, representantes do FAT, do Sebrae e que da lá saísse uma proposta de ação conjunta para amenizar os problemas dos demitidos da Embraer e que servisse de modelo de atuação para outros setores sujeitos a demissões em massa.
Nada aconteceu.

Sem proteção da PF, sem apoio da Igreja

Do Congresso em Foco

O deputado Luiz Couto (PT-PB) está cada dia mais isolado. Ameaçado de morte por assassinos profissionais, pediu proteção à Polícia Federal há três semanas, mas até agora não teve resposta. O parlamentar também é padre e, desde ontem, encontra-se proibido de celebrar missas pela Arquidiocese da Paraíba por defender, em entrevista ao Congresso em Foco, o fim do celibato e o uso de camisinhas (leia mais). As ameaças de morte decorrem da atuação na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigou grupos de extermínio, encerrada em 2005. Há mais de 20 dias, Couto recebeu do ministro da Justiça, Tarso Genro, a promessa de que teria proteção especial. A ajuda se estenderia ao deputado Fernando Ferro (PT-PE), também marcado para morrer por pistoleiros da fronteira entre Pernambuco e Paraíba. O pedido dos deputados parou na mesa do diretor-geral da PF, Luiz Fernando Corrêa. A assessoria de imprensa da PF afirmou ignorar o teor do parecer elaborado pelo coordenador de Defesa Institucional, o delegado Carlos Alberto Fazzio Costa. Cabe ao órgão orientar os diretores da instituição sobre a viabilidade de se conceder a proteção requisitada pelos parlamentares. Nessa fase do processo, o departamento avalia a competência da PF para prestar a segurança e verifica se os ameaçados estão dispostos a seguir as restrições de deslocamento impostas pela polícia. Até junho do ano passado, Luiz Couto andava acompanhado por quatro policiais federais, que se revezavam em sua segurança inclusive durante as cerimônias religiosas. Mas a proteção foi retirada sob a alegação de que não caberia à Polícia Federal zelar pela segurança de parlamentares. No meio da semana passada, Fazzio despachou sua recomendação para o diretor-executivo da área, Luiz Pontel. Na última sexta-feira (20), Pontel repassou o documento para o diretor-geral, Luiz Fernando Corrêa. Burocracia Esse processo burocrático começou no último dia 4, quando Tarso ouviu o apelo de 11 deputados do PT para que a PF investigasse o assassinato de Manoel, assessor de Fernando Ferro e colaborador da CPI dos Grupos de Extermínio no Nordeste, relatada por Luiz Couto. Os parlamentares também solicitaram proteção especial para o pernambucano e o paraibano. O ministro condicionou a segurança ao encaminhamento de um ofício assinado pelo presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP). Como revelou o Congresso em Foco, o documento foi enviado no dia 12. O ofício foi recebido oficialmente no dia seguinte pelo então ministro Pedro Abramovay, que respondia interinamente pela pasta durante viagem oficial de Tarso ao exterior. Abramovay encaminhou o pedido para a Polícia Federal na segunda-feira 16, que repassou a demanda então para a PF.

Gilmar Mendes, o MST e o uso do dinheiro público

Do blog do Sakamoto

Eu deixei de me espantar quando o presidente do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes faz declarações públicas que não condizem com a discrição que exige seu cargo. Dessa vez, por conta de um confronto que resultou na morte de seguranças de uma fazenda em Pernambuco (os sem-terra alegam legítima defesa), ele criticou o repasse de recursos públicos a entidades que atuam na luta pela terra.
“Financiamento público de movimentos que cometem ilícito é ilegal, é ilegítimo. Que o Ministério Publico tome providencias para verificar se não há financiamento ilícito a estas instituições”, disse Mendes.
Interessante a indignação do magistrado só ter surgido agora. Por que ele não veio a público dizer o mesmo nas centenas de vezes em que ocorreu o contrário, quando grandes empresas e fazendeiros, que receberam recursos públicos do BNDES, Banco da Amazônia, Banco do Nordeste, Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, entre outros, estiveram envolvidos direta ou indiretamente com a morte de centenas de trabalhadores rurais, sindicalistas e missionários, com a contaminação e destruição do meio ambiente, o trabalho escravo e o infantil, a expulsão de comunidades tradicionais de suas terras, a grilagem de terras, a corrupção de políticos e de funcionários públicos? Será que é pelo fato de que, no Brasil, boa parte do Poder Judiciário age com dois pesos e duas medidas, para ricos e pobres?
Qualquer assassinato tem que ser desvendado, seja quem for o autor ou a vítima. Portanto, espero que os crimes em Pernambuco sejam resolvidos e condenados os culpados ou absolvidos os inocentes. A sacanagem é usar o caso como chantagem ou justificativa para recomeçar uma caça às bruxas, semelhante ao que se tentou fazer na CPI da Terra anos atrás. Fazem parecer que os recursos repassados a entidades sociais no campo são usados para fazer ocupações e orgias, ignorando o desenvolvimento em educação e tecnologia rurais obtidos em pequenas comunidades com esses investimentos nos últimos anos. E ignorando que sem a pressão dos movimentos sociais, o pouco de reforma agrária que ocorreu nem teria sido realizada.
Ah, mas pelo menos, uma coisa boa surge disso tudo. Se Gilmar Mendes for um homem coerente - e acredito que seja - a sua indignação pública contra os sem-terra indica que ele também será favorável a qualquer mecanismo de bloqueio de créditos e financiamento públicos a empresas e fazendeiros que cometam crimes como o desmatamento ilegal ou qualquer outro que enumerei acima. Acho que o que ele disse nesta quarta - “Que o Ministério Publico tome providencias para verificar se não há financiamento ilícito a estas instituições” - serve também para isso.
E urgente, pois qualquer passarinho sabe que, desde a fundação da nação, dinheiro público é entregue às mãos de expoentes do poder econômico privado (de latifundiários, passando por industriais ao setor de serviços), que cometem sérias delinquências, impunemente.

AUMENTAM ACORDOS PARA CORTAR SALÁRIO

Do Valor Econômico

O mercado de trabalho apresentou em fevereiro um aumento significativo de trabalhadores demitidos em massa ou que tiveram a sua renda reduzida em troca da manutenção do emprego, embora no setor automotivo empresas tenham começado a rever acordos.

Cálculo do Valor, que leva em consideração os anúncios feitos por empresas e sindicatos, revela que o número de trabalhadores que tiveram a sua renda reduzida em função de acordos de redução de jornada e salário, licença ou suspensão temporária dos contratos praticamente triplicou em fevereiro, totalizando 90.163 pessoas, contra 31.553 em janeiro. Em dezembro, o número de atingidos ficou em 2.020, se for considerado que os 32 mil envolvidos acordos de redução de jornada não tiveram o salário reduzido. Além dos setores que sofrem os efeitos do agravamento da crise internacional desde o fim de 2008, também fizeram acordos empresas dos setores agrícola, de alimentação, borracha e aviação.
O total de demissões em massa (considerando os cortes de pelo menos 100 pessoas por empresa) também aumentou, totalizando 9.454 até o momento, contra 6.791 em janeiro. Os cortes envolvem empresas de grande porte e que fazem parte de uma longa cadeia produtiva, como Embraer, AGCO, Dana e Nilza e todas informaram em comunicados que, em função da queda nas vendas, também fariam ajustes em suas encomendas.

Pedro Simon, afinal

Da Tribuna da Imprensa

Por Carlos Chagas

Neste Carnaval despojado de política, uma exceção. Em entrevista ao jornal mineiro "O Tempo", o senador Pedro Simon decidiu botar o dedo na ferida, concordando com as críticas de Jarbas Vasconcelos. Declarou que o PMDB se oferece para ver quem paga mais e quem ganha mais, numa contundente análise não apenas sobre a sucessão presidencial, mas abrangendo os últimos anos. Em suas palavras, o comando do partido não está à altura de suas responsabilidades, sempre disputando carguinhos e benesses.
Para Simon, entre Dilma Rousseff e José Serra, os dirigentes do PMDB hesitam, imaginando que vantagens poderiam auferir.
Parece certo que nem Michel Temer nem José Sarney se preocuparão em responder ao senador gaúcho, classificando-o na mesma situação de Vasconcelos. Para eles terá sido apenas um desabafo. Podem estar enganados, porque o efeito dominó costuma surpreender...

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

A VITÓRIA DO FREVO


Por Urariano Mota


Do Direto da Redação


Recife (PE) - Imaginem uma multidão que de repente enlouquece. Imaginem que essa gente, cada homem, cada mulher, cada menino, todos querem abrir espaço à sua volta, e todos querem isto a um só tempo. Imaginem essa gente estimulada, embriagada de álcool e alegria. Imaginem agora essa gente excitada por uma música que não se ouve só com os ouvidos, porque ela se ouve com os braços, as mãos, a boca, os pés. Imaginem, portanto, uma grande massa em fúria. Raiva, alegria e libertação sob ritmo. Isso é o passo, ao som do Vassourinhas em Pernambuco. A música do frevo para os corações fracos não se recomenda. Essa música é uma promessa das coisas que se podem fazer com o corpo. Mais que promessa, é uma intimação, uma ordem. Se você não é mais de pular, saltar, como este cronista que lhes fala, procure um abrigo de abstração ao ouvir Vassourinhas. O frevo-de-rua, que vem encantado em instrumentos de sopro, de metais, ainda guarda elementos de música de guerra. Nelson Ferreira, que era maestro supremo nesse gênero, dava uma lição bem prática: “Peguem o Hino Nacional. Toquem rápido, mais rápido... isso já é frevo”. Com isso ele queria dizer que o frevo partiu das bandas militares, que evoluíram dos dobrados marciais até Vassourinhas, Último Dia.... - Por que o frevo não se renova? Isso às vezes ouvimos. Vontade dá de responder com outra pergunta:- Por que Dante não se renova? Por que um clássico não se renova? Por que não temos mais A Divina Comédia? Por quê? As obras seminais, que fundam o nosso ser, não se renovam, não se encontram no mercado, não estão à venda. Estão para sempre, para a nossa reconstrução. A sua modernidade é a sua infindável permanência. A sua renovação é o seu dom de ser insubstituível. Mas ainda assim ficamos matutando. Por que o frevo tem que ser somente à maneira e feição de Capiba, Nelson e Levino? Sim, e por que não, como não? É impossível hoje algo como a Evocação número 1, é certo. É absolutamente improvável, absurdo, que se faça de novo Último Dia,.de Levino Ferreira. Mas o frevo acabou? – Não. Todos os dias temos prova que não, em nossos dias, em nosso ser, nos novos intérpretes que vêm, alguns até bem jovens. Esse renovar deve com mais certeza aliar, resolver a tradição no presente. Há caminhos ainda não percorridos, a partir mesmo da tradição. Como pode ser visto aqui, com a orquestra Spok, http://www.youtube.com/watch?v=pcAqcOyYoPM Watch again, incrédulos. Spok vai no caminho das estrelas, na jornada das estrelas. Aquelas antecipações de Felinho ao executar Vassourinhas em 1956, agora são retomadas pela orquestra de Spok, ao improvisar com liberdade sobre a base da história do gênero, livre com liberdade, que sem ela nada se cria nem se transforma. Que dizer, então, em outro ponto, de J. Michiles, autor de muitos sucessos na voz de Alceu Valença? Me segura senão eu caio, Diabo Louro, Roda e Avisa. Que dizer da ação civilizadora de Antonio Nóbrega, que dança, toca, canta e distribui o gênio do frevo em todo o mundo? Como vêem, o mundo continua, a vida segue, apesar da saudade que dá na gente de Nelson Ferreira em todos os carnavais. Que importa? Nós, os senhores encanecidos, com ar respeitável, mas com um espírito de moleque, este sim, imortal, devemos saudar os nossos filhos que pulam nas ladeiras de Olinda:“Olinda, quero cantar a ti esta canção,Teus coqueirais, o teu sol, o teu mar,Faz vibrar meu coração de amora sonhar, minha Olinda sem igual,Salve o teu Carnaval!”Ouvir e ver esta renovação com os olhos e ouvidos bem abertos, plenos de curiosidade para melhor receber esse presente, é bom. Temos agora a certeza, com algo vivo, que uma cultura não se destrói. Isso é uma felicidade.. Estamos todos bestas, cantarolando com aparência de idiotas, que nunca perdemos, “você diz que ela é bela, ela é bela, sim, senhor. Porém poderia ser mais bela, se ela tivesse meu amor. Bela é toda a natureza, bela é tudo que é belo”. Bela é tudo que é belo. Estamos todos bestas com a vitória do frevo. Tão novo, que nem parece ter mais de 100 anos.

DEZ IDEIAS PARA VOCÊ SE SENTIR MUITO BEM


1.Dedique 10 minutos todos os dias para pensar em SI, na sua maneira ser e estar na vida, exercitando o seu auto-conhecimento, procurando fragilidades e redescobrir forças e talentos há muito não usados.
2. Aplique 5 minutos todos os dias para se soltar, deixar sair a criança que há em si (brinque com seus filhos, cante, desenhe figurinhas, escreva um poema a seu cônjugue ou a seus filhos, ou outras actividades semelhantes).
3. Reserve uma hora por dia (à noite, por exemplo) para LER um bom livro ou VER um bom filme ou programa de TV (isto implica que não fique a ver telenovela ou programinhos feitos para grangear audiências).
4. Páre 10 vezes por dia para fechar os olhos e descansar sua visão durante um minuto. Se for chefe ou empresário, convide seus colaboradores a aplicar essa técnica para relaxar os olhos e o pensamento (com olhos fechados, o cérebro gera mais ondas elétricas alfa que o ajudam a descansar).
5. Por cada 2 horas de trabalho consecutivas faça uma pausa de 10 minutos. Saia de seu lugar, vá conversar com um colega, olhe pela janela, deixe que a sua visão se estenda pela paisagem. Se puder, saia para a rua, dê um pequeno passeio descontraído. Seu stress desce e fica pronto para mais uma etapa de 2 horas. A sua produtividade vai aumentar. E vai ganhar tempo e saúde!
6. Por cada hora de trabalho na secretária ou no computador páre para distender seus braços e músculos do pescoço; evitará muitas dores nas costas, enxaquecas e pressão.
7. Seja um pessoa legal! Diga BOM DIA com entusiasmo e um sorriso. Diga a toda a gente que se cruzar com você, até estranhos. Faça-o com elegância e moderação para que sua saudação seja aceite como gesto de simpatia! As suas emoções vão ficar mais serenas e se sentirá feliz por saudar vivamente as outras pessoas.
8. Definitivamente, se ainda não o fez, cuide de sua dieta. Obrigue-se a ingerir alimentos variados e saudáveis. Diga NÃO a comida salgada ou muito doce. Beba água ou sucos naturais. Seu corpo e sua mente vão desintoxicar e aumentar sua capacidade de resolução de problemas. Sua saúde geral vai também aumentar.
9. Respire bem! Faça exercício todo o ano, pratique jogging, marcha ou frequente um ginásio. Duas ou três vezes por dia faça exercícios suaves de inspiração e expiração para aumentar sua vivacidade. O cérebro necessita que você respire bem. É vital!
10. Pratique sua educação emocional e social. Dedique-se a causas em que você e os outros possam beneficiar do contacto. Participe em foruns, inscreva-se num clube cultural, exercite a amizade com quem gostar.Nelson S. Lima

Cheques sem fundos crescem 20%

Por Marcelo Rehder

O Estado de S. Paulo

O número de cheques sem fundos cresceu 20,5% no mês passado, na comparação com janeiro de 2008. Pesquisa divulgada ontem pela Serasa Experian mostra que a cada mil cheques compensados, 22,9 cheques foram devolvidos pela segunda vez por insuficiência de fundos em todo o País. Em janeiro de 2007, foram 19 devoluções a cada mil cheques. Para técnicos da Serasa o aumento da devolução de cheques reflete os efeitos da crise financeira mundial.Segundo a pesquisa, foram devolvidos 2,41 milhões de cheques por falta de fundos, de um total de 104,98 milhões de compensados no mês passado.Já em janeiro de 2008, foram compensados 128,38 milhões de cheques, dentre os quais 2,44 milhões foram devolvidos.Os técnicos da Serasa afirmam que o aumento do número de cheques sem fundos se deve ao choque de crédito que houve no último trimestre de 2008, com a redução da liquidez que se seguiu ao agravamento da crise financeira internacional. A menor oferta de crédito levou o varejo a privilegiar o parcelamento das vendas com a aceitação de cheques pré-datados. Segundo a Serasa, nos estabelecimentos menos organizados financeiramente o pré-datado não é visto como venda a prazo e é confundido com o cheque à vista, o que amplia o risco das transações.Além disso, os técnicos da Serasa ressaltam que a inadimplência foi favorecida ainda pelo fato de a população estar mais endividadas e pressionadas pela concentração de despesas no início do ano, como pagamento de impostos (IPTU e IPVA) e despesas com matricula e mensalidades escolares.Os Estados com maior número de cheques devolvidos a cada mil compensados no mês passados são Acre (110,9) e Amapá (106,6). Por outro lado, São Paulo apresentou a menor relação entre cheques compensados e devolvidos: 17,7. De acordo com a Serasa, 20 Estados e o Distrito Federal apresentaram índice de devolução de cheques acima da média nacional (22,9).

Valores invertidos

Do Tribuna da Imprensa

Por Marcelo Copelli

A sociedade brasileira, atacada diariamente por cenas e episódios capazes de deixar qualquer um de boca aberta e de cabelos em pé, aos poucos vai se deixando contaminar pela falta de parâmetros e a carência de bom senso. A lei do "farinha pouca, meu pirão primeiro" traz consigo a exigência de se levar vantagem em tudo. Má fé ou questão de sobrevivência?
Um exemplo ocorrido na última semana, em Penápolis, interior de São Paulo, retrata bem a falta de orientação na qual muita gente está mergulhada. Após devolver a um supermecado R$ 40 mil encontrados no lixo do estabelecimento, a catadora Lorenza Palma da Cunha recebeu da gerente, R$ 200 como forma imediata de agradecimento. Lorenza ficou feliz da vida com o agrado. Independentemente da questão de quanto seria "justo", se isso é possível, deve-se salientar que a catadora agiu conforme sua consciência. Conduta digna.
Entretanto, a "recompensa" foi estendida pelo dono do mercado, que dará uma cesta de R$ 600 em compras até o fim do ano para a boa samaritana. Já era a intenção do comerciante. Queria fazer tudo de forma discreta. O que mais chama atenção é o fato de inúmeras pessoas terem ligado para ele fazendo ameaças por não julgarem justo o valor dado inicialmente.
A imposição de que o reconhecimento financeiro a quem age corretamente é lei, indica que a bússola anda meio capenga. Se antes, era questão de boa índole ser honesto, hoje, tem seu preço. E tabela. As pernas estão para o ar e muita gente já acha isso normal.

SALDO POSITIVO

Do Tribuna da Imprensa

Por Carlos Chagas

De caso pensado ou por coincidência, a verdade é que as denúncias do senador Jarbas Vasconcelos atingiram na moleira a armação que se vinha desenvolvendo em torno da nova direção do PMDB. Por motivos óbvios, não há mais espaço para as candidaturas de Romero Jucá, Eliseu Padilha e Íris Araújo. Muito menos para a permanência de Michel Temer na presidência do partido. Eunício Oliveira que se cuide, ele que também dedica parte de seu tempo a atividades empresariais senão incompatíveis, ao menos estranhas à prática política.
Defronta-se o PMDB com a necessidade de encontrar um grande nome para presidi-lo. Alguém completamente imune a licitações, nomeações, comissões e sucedâneos, mesmo admitindo-se como legal essa participação de parlamentares na vida comercial e financeira do País. O diabo é encontrar quem. Um peemedebista de tradição e acima de qualquer suspeita, seja do Norte, Nordeste, Sudeste, Sul ou Centro-Oeste. As sugestões estão em aberto...

Argentinos protestam contra Berlusconi

Do Tribuna da Imprensa

Premiê italiano disse que "os voos da morte eram belos dias, quando os desaparecidos desciam dos céus"

BUENOS AIRES - Organismos de defesa dos Direitos Humanos, a chancelaria argentina e diversas ONGs e associações sociais protestaram ontem contra as declarações irônicas do primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi sobre os desaparecidos da ditadura militar na Argentina (1976-83).
Durante um comício na Sardenha, Berlusconi declarou que os denominados "voos da morte" do regime militar argentino eram "belos dias nos quais faziam que (os desaparecidos) descessem dos céus".
Os "voos da morte" consistiam em jogar - ainda vivos - os presos políticos desde aviões que sobrevoavam a elevada altitude o rio da Prata. Desta forma, os militares conseguiam uma elevada garantia do desaparecimento dos corpos.
A notícia, publicada pelo jornal italiano "L'Unitá" causou intensa polêmica em Buenos Aires, onde está o maior colégio eleitoral italiano no exterior. A chancelaria argentina convocou o embaixador da Itália no país para exigir explicações.
A líder da organização Avós da Praça de Mayo, Estela de Carloto, declarou indignada: "nos dói muito a ofensa pronunciada por Berlusconi. Queremos que ele explique o retifique suas declarações". A organização das Mães da Praça de Mayo também protestou: "é uma falta de respeito, ele ignora que estes fatos aberrantes foram delitos contra a Humanidade".
As declarações de Berlusconi coincidem com o pedido de extradição do almirante Emilio Massera emitido pela Justiça italiana há poucos dias. Massera controlava a Escola de Mecânica da Armada (ESMA), o principal centro de tortura da ditadura, de onde partiam os civis detidos que eram jogados dos aviões.
Berlusconi é famoso por declarações polêmicas. Há poucos meses, afirmou que o então recém-eleito presidente americano Barack Obama era um homem "bastante bronzeado".

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Relatório da OIT sobre as tendências mundiais de emprego para 2009


O número de desempregados, trabalhadores pobres e de empregos vulneráveis aumentará consideravelmente devido à crise econômica mundial
GENEBRA (Notícias da OIT) - A crise econômica mundial poderá produzir um aumento considerável no número de pessoas que aumentarão as filas de desempregados, trabalhadores pobres e trabalhadores com empregos vulneráveis, afirma a Organização Internacional do Trabalho (OIT) em seu relatório Tendências Mundiais do Emprego.Com base nos novos acontecimentos no mercado de trabalho devido à eficácia dos esforços de recuperação, o relatório assinala que o desemprego nomundo poderia aumentar em 2009 em relação a 2007 entre 18 e 30 milhões de trabalhadores e até além de 50 milhões caso a situação continue se deteriorando.O relatório da OIT sustenta que, caso se produza este último cenário, cerca de 200 milhões de trabalhadores, em especial nas economias em desenvolvimento, poderiam passar a integrar as filas da pobreza extrema.“A mensagem da OIT é realista, não alarmista. Nós enfrentamos uma crise de emprego de alcance mundial. Muitos governos estão conscientes da situação e estão tomando medidas, mas é necessário empreender ações mais enérgicas e coordenadas para evitar uma recessão social mundial. A redução da pobreza está em retrocesso e as classes médias em nível global estão se debilitando. As consequências políticas e de segurança são de proporções gigantescas”, declarou Juan Somavia, Diretor-Geral da OIT.“A crise sublinha a importância da Agenda de Trabalho Decente da OIT. Muitos elementos desta Agenda estão presentes nas medidas atuais para fomentar a criação de emprego, intensificar e ampliar a proteção social e utilizar mais o diálogo social”, afirmou Somavia.O Diretor-Geral fez um apelo para que na próxima reunião dos representantes do G-20 no dia 2 de abril em Londres, além de serem tratadas questões de caráter financeiro, seja alcançado de maneira urgente um acordo sobre as medidas prioritárias que devem ser adotadas para promover investimentos produtivos, os objetivos de trabalho decente e proteção social e a coordenação de políticas.

O buraco perfeito


Do site Leonardo Boff


Ignace Ramonet, diretor do Lê Monde Diplomatique e um dos agudos analistas da situação mundial, chamou a atual crise econômico-financeira de “a crise perfeita”. Putin, em Davos, a chamou de “a tempestade pefeita’. Eu, de minha parte, a chamaria de “o buraco perfeito”. O grupo que compõe a Iniciativa Carta da Terra (M. Gorbachev, S. Rockfeller, M.Strong e eu mesmo, entre outros) há anos advertia: “não podemos continuar pelo caminho já andado, por mais plano que se apresente, pois lá na frente ele encontra um buraco abissal”. Como um ritornello o repetia também o Fórum Social Mundial, desde a sua primeira edição em Porto Alegre em 2001. Pois chegou o momento em que o buraco apareceu. Lá para dentro caíram grandes bancos, tradicionais fábricas, imensas corporações transnacionais e US$50 trilhões de fortunas pessoais se uniram ao pó do fundo do buraco. Stephen Roach, do banco Morgan Stanley, também afetado, confessou: “Errou Wall Street. Erraram os reguladores. Erraram as Agências de Avaliação de risco. Erramos todos nós”. Mas não teve a humildade de reconhecer:” Acertou o Fórum Social Mundial. Acertaram os ambientalistas. Acertaram grandes nomes do pensamento ecológico como J. Lovelock, E. Wilson e E. Morin”. Em outras palavras, os que se imaginavam senhores do mundo a ponto de alguns deles decretarem o fim da história, que sustentavam a impossibilidade de qualquer alternativa e que em seus concílios ecumênicos-econômicos promulgaram dogmas da perfeita autoregulação dos mercados e da única via, aquela do capitalismo globalizado, agora perderam todo o seu latim. Andam confusos e perplexos como um bêbado em beco escuro. O Fórum Social Mundial, sem orgulho, mas sinceramente pode dizer: “nosso diagnóstico estava correto. Não temos a alternativa ainda mas uma certeza se impõe: este tipo de mundo não tem mais condiçãoes de continuar e de projetar um futuro de inclusão e de esperança para a humanidade e para toda a comunidade de vida”. Se prosseguir, ele pode pôr fim a vida humana e ferir gravemente a Pacha Mama, a Mãe Terra. Seus ideólogos talvez não creiam mais em dogmas e se contentem ainda com o catecismo neoliberal. Mas procuram um bode expiatório. Dizem: “Não é o capitalismo em si que está em crise. É o capitalismo de viés norteamericano que gasta um dinheiro que não tem em coisas que o povo não precisa”. Um de seus sacerdotes, Ken Rosen, da Universidade de Berkeley, pelo menos, reconheceu:”O modelo dos Estados Unidos está errado. Se o mundo todo utilizasse o mesmo modelo, nós não existiríamos mais”. Há aqui palmar engano. A razão da crise não está apenas no capitalismo norte-americano como se outro capitalismo fosse o correto e humano. A razão está na lógica mesma do capitalismo. Já foi reconhecido por políticos como J. Chirac e por uma gama consideravel de cientistas que se os paises opulentos, situados no Norte, quisessem generalizar seu bem estar para toda a humanidade, precisaríamos pelo menos de três Terras iguais a atual. O capitalismo em sua natureza é voraz, acumulador, depredador da natureza, criador de desigualdades e sem sentido de solidariedade para com as gerações atuais e muito menos para com as futuras. Não se tira a ferocidade do lobo fazendo-lhe alguns afagos ou limando-lhes os dentes. Ele é feroz por natureza. Assim o capitalismo, pouco importa o lugar de sua realização, se nos EUA, na Europa, no Japão ou mesmo no Brasil, coisifica todas as coisas, a Terra, a natureza, os seres vivos e também os humanos. Tudo está no mercado e de tudo se pode fazer negócio. Esse modo de habitar o mundo regido apenas pela razão utilitarista e egocêntrica cavou o buraco perfeito. E nele caiu. A questão não é econômica. É moral e espiritual. Só sairemos a partir de uma outra relação para com a natureza, sentindo-nos parte dela e vivendo a inteligência do coração que nos faz amar e respeitar a vida e a cada ser. Caso contrário continuaremos no buraco a que o capitalismo nos jogou.

Rodrik: que crise é essa e como sair dela


Do Valor Econômico



O capitalismo está em meio às dores de sua crise mais severa em muitas décadas. A combinação de recessão aguda, deslocamentos econômicos mundiais e estatização eficaz de grandes faixas do setor financeiro nas economias mais avançadas do mundo desarrumou profundamente o equilíbrio entre mercados e Estados. Como o novo equilíbrio será atingido ninguém sabe ao certo.
Os que preveem o perecimento do capitalismo precisam enfrentar um importante fato histórico: o capitalismo possui uma capacidade quase ilimitada de reinventar-se. De fato, sua maleabilidade foi o que lhe permitiu superar crises periódicas ao longo de séculos e sobreviver a críticos, de Karl Marx em diante. A verdadeira questão não é se o capitalismo pode sobreviver - porque a resposta é que pode -, mas se os líderes mundiais demonstrarão a liderança necessária para levá-lo a sua próxima fase, enquanto saímos de nossos atuais apertos.
O capitalismo não tem equivalente quando se trata de liberar a energia econômica coletiva das sociedades humanas. É por isso que todas as sociedades prósperas são capitalistas, no sentido mais amplo do termo: são organizadas em torno da propriedade privada e permitem aos mercados desempenhar um grande papel na alocação dos recursos e determinação das recompensas financeiras. A questão é que nem os direitos de propriedade, nem os mercados conseguem funcionar por si sós. Precisam de outras instituições sociais para apoiá-los.


A atual crise mostra como nos distanciamos desse modelo. A globalização financeira, em particular, demoliu as antigas regras. Quando capitalismo no estilo chinês encontrou-se com o capitalismo no estilo dos EUA, com poucas válvulas de segurança à disposição, deram à luz a uma mistura explosiva. Não havia mecanismos de proteção para prevenir o desenvolvimento de uma bolha mundial de liquidez ou para evitar que esta criasse, em combinação com falhas de regulamentação nos EUA, a onda espetacular de ascensão e queda do setor habitacional. Tampouco houve nenhuma barreira internacional para evitar que a crise se espalhasse a partir do epicentro.
A lição não é que o capitalismo está morto. É que precisamos reinventá-lo para um novo século no qual as forças da globalização econômica são muito mais poderosas do que antes. Assim como o capitalismo mínimo de Smith foi transformado na economia mista de Keynes, precisamos contemplar a transição da versão nacional da economia mista para algo homólogo mundial.



Violência no Brasil: 50 vezes mais mortos que na Faixa de Gaza

Do site Repórter Brasil

Human Rights Watch condena "crise de segurança pública" que resulta em 50 mil homicídios por ano. Para ONG, violações em presídios, tortura, trabalho forçado e ameaças a indígenas e sem-terra no campo continuam recorrentes
A organização não-governamental (ONG) Human Rights Watch divulgou, nesta quarta-feira (14), o seu relatório anual que traça um panorama das violações dos direitos humanos no mundo. A "crise da segurança pública" - que, , segundo a entidade, afeta especialmente comunidades pobres de grandes cidades e é perpretada pela ação de gangues criminosas e pelo abuso policial - aparece como um dos principais destaques da seção sobre o Brasil. "Aproximadamente 50 mil homicídios ocorrem a cada ano no Brasil", sublinha a Human Rights Watch. O relatório veio a público no mesmo dia em que a Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou que mais de mil palestinos morreram e cinco mil ficaram feridos nos 19 dias de ataques israelenses na Faixa de Gaza. Dez soldados israelenses morreram em combate (cinco por "fogo amigo") e três civis perderam a vida por causa dos foguetes de grupos árabes que atingiram o território de Israel.Além do problema da violência urbana, as condições dos presídios, a tortura, o trabalho forçado, as ameaças aos povos indígenas e camponeses sem-terra e a impunidade fazem parte do relatório da ONG internacional.

Mais de 250 trabalhadores são resgatados de usina de cana

Do site Repórter Brasil
Por Bianca Pyl

A Usina Cruangi S.A, de Aliança (PE), "terceirizou" parte de sua produção de milhares de toneladas diárias de cana-de-açúcar a três intermediários, que mantinham 252 cortadores em condições degradantes. Entre os explorados, havia 27 jovens com menos de 18 anos - seis deles, por sinal, não têm sequer 16 anos de idade completos.Os "gatos" (empreiteiros que aliciam trabalhadores) recrutaram mão-de-obra na região próxima à Usina Cruangi. Segundo integrantes do grupo móvel de fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) que estiveram na área, a empresa se eximiu de providenciar as estruturas necessárias e acordou com os "empreiteiros" apenas o pagamento R$ 8,00 por cada tonelada de cana cortada. Os "gatos", que organizavam o esquema de produção, estavam "livres" para repassar o quanto quisessem aos trabalhadores. De cada R$ 28,00 recebidos da usina (equivalente a três toneladas e meia de cana-de-açúcar cortada), os intermediários ficavam com pelo menos R$ 13,00 limpos. Os outros R$ 15,00 hipoteticamente seriam destinados aos cortadores, mas o repasse não vinha sendo feito regularmente. A remuneração acordada era semanal, mas os pagamentos estavam atrasados. Os valores pagos também são objetos de contestação, pois os fiscais não encontraram anotações relativas à produção individual. Nenhum dos 252 cortadores tinha a Carteira de Trabalho e da Previdência Social (CPTS) assinada."Dois adolescentes estavam recebendo R$ 15 por semana", confidenciou Benedito de Lima, auditor fiscal que coordenou a ação do grupo móvel de fiscalização. Ao final do mês, os jovens somariam R$ 60,00, cerca de 13% do salário mínimo (R$ 465,00) em vigor a partir de 1º deste mês.

Globo enquadra Miriam

Do site Conversa Afiada - Paulo Henrique Amorim

. Um passarinho pousou na janela lá de casa e me contou a seguinte estória.
. O pessoal que vende publicidade na Globo chegou ao filho do Roberto Marinho João Roberto Marinho (os filhos do Roberto Marinho não tem nome próprio) e disse assim:
. Olha aqui, ô meu, vocês querem destruir o Brasil ?
. A quem nós vamos vender anúncio ?
. Chega de pessimismo !
. A partir daí, o jornal nacional começou a dar umas histórias positivas, descobrir umas situações em que o Brasil não foi nem irá para o fundo do poço.

Temer pede proteção à PF também para Fernando Ferro


Do Congresso em Foco



O pedido encaminhado pelo presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), de proteção policial para o deputado Luiz Couto (PT-PB) se estende ao vice-líder petista Fernando Ferro (PE). Conforme revelou nesta manhã o Congresso em Foco, Temer enviou ao ministro da Justiça, Tarso Genro, ofício solicitando o apoio da Polícia Federal para o parlamentar paraibano (leia mais).
A assessoria de imprensa da Câmara havia informado à reportagem ontem (12) à noite que a solicitação se restringia a Couto, apontado como próximo alvo do mandante do assassinato do advogado Manoel Mattos, morto no último dia 24 na divisa entre Pernambuco e Paraíba. Manoel prestava consultoria jurídica para Ferro. (Edson Sardinha)

Petista Luiz Couto perdeu a conta das ameaças recebidas de grupos de extermínio.


Do Congresso em Foco


Depois do assassinato de advogado, parlamentar aparece como o próximo da lista


O deputado Luiz Couto (PT-PB) vive entre a cruz e a pistola. Jurado de morte pelo crime organizado, o petista aguarda agora os encaminhamentos do Ministério da Justiça para voltar a ter a proteção da Polícia Federal, interrompida em junho do ano passado. O pedido, feito inicialmente pela bancada do PT, foi encaminhado ontem à noite (12) pelo presidente da Câmara, Michel Temer, ao ministro Tarso Genro.
Relator da CPI que denunciou a ação de grupos de extermínio no Nordeste, em 2005, o deputado é apontado como o próximo alvo do mandante do assassinato do advogado Manoel Bezerra Mattos Neto, morto com dois tiros no último dia 24, na divisa entre Paraíba e Pernambuco.
Lula quer federalização de assassinato de Manoel Mattos
O acusado de mandar matar o advogado é o sargento da Polícia Militar da Paraíba Flávio Inácio Pereira, preso em João Pessoa. "O Flávio Inácio, em suas bebedeiras, dizia que iria matar o Manoel e depois a mim", relata o deputado. "Perdi a conta do número de ameaças que recebi", acrescenta.
Enquanto a segurança policial não é liberada, Couto confia apenas na proteção divina. "Eu rezo todos os dias para que Deus possa me afastar dessas ciladas. Tenho muita devoção nos meus anjos da guarda", afirma o deputado, que pediu o indiciamento de mais de 300 pessoas no relatório final da CPI, incluindo políticos, juízes, policiais e promotores.
Devoção é o que não falta a esse paraibano de Soledade, que completa hoje (13) 64 anos de idade. Luiz Couto é padre desde 1976 e concilia o mandato em Brasília com missas, batizados e casamentos que celebra na paróquia São José dos Operários, na capital paraibana. "As minhas armas são um terço, a oração e os amigos que rezam por mim. E os amigos que sempre me informam sobre as ciladas", afirma.
O deputado guarda lembrança das ameaças. "Numa madrugada, ligaram quatro vezes seguidas na minha casa. Nas duas primeiras vezes, silêncio. Na terceira, uma gravação com barulho de metralhadora. Na quarta vez, diziam que era aquilo que eu ia ter", conta. "Outra vez um pistoleiro preso disse que desistiu do serviço ao saber que eu era padre. Disse que matar padre dava azar."

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Justiça solta fazendeiro acusado de matar Dorothy Stang

Do Brasil de Fato

A Justiça Federal concedeu nesta segunda-feira, 16, habeas corpus para o fazendeiro Regivaldo Pereira Galvão, o Taradão, acusado de mandar matar a missionária americana Dorothy Stang em fevereiro de 2005. Ele estava preso desde dezembro de 2008, acusado de grilagem e estelionato por apropriar-se de terras públicas.
A 3ª Turma do TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região), por dois votos a um, concedeu liberdade a Regivaldo, que tentou tomar posse do lote 55, em Anapu, uma área de 3.000 hectares grilada por ele nos anos 90 e cenário de um conflito de terras que teve como ápice a morte de Dorothy Stang.
Segundo informações da assessoria de imprensa do TRF-1, o que pesou para a decisão dos desembargadores foi o excesso de prazo para a conclusão do inquérito policial —fase que antecede a instauração de um processo criminal.
Com a decisão, Regivaldo deverá aguardar em liberdade a conclusão do inquérito. A previsão, ainda de acordo com a assessoria do TRF, é de que a Polícia Federal demore mais 60 dias para concluir as investigações.
De acordo com a Procuradoria Regional da República da 1ª Região, o processo só deve chegar ao órgão nesta terça-feira (17/2), data em que será distribuído a um procurador, que só então analisará se entra com recurso.
O fazendeiro chegou a ficar preso durante mais de um ano pela morte da missionária e em 2006 conseguiu um habeas corpus no STF (Supremo Tribunal Federal).
Além da acusação pela morte de Dorothy Stang, o fazendeiro já responde a outras ações por trabalho escravo, crimes ambientais e fraudes contra a Sudam (Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia).

Padre, deputado e adversário do celibato


Do Congresso em Foco


Parlamentar jurado de morte defende mudanças na Igreja Católica. Favorável ao uso de camisinha, combate a intolerância e a discriminação a homossexuais
Agência Câmara



O deputado Luiz Couto (PT-PB) circula pela Câmara sem despertar muita atenção. Aos 65 anos, tem cabelos grisalhos e barba bem aparada. Cumpre o segundo mandato e conhece muitos colegas de plenário. A história de vida, no entanto, torna o petista da Paraíba um parlamentar diferente. Filho de trabalhadores rurais sem-terra, Couto ordenou-se padre em 1976 e aproximou-se dos seguidores da Teologia da Libertação, corrente católica com influência marxista. Entrou para o PT em 1976 e elegeu-se deputado estadual duas vezes antes de chegar à Câmara. Nos últimos dias, o religioso petista entrou para a lista dos ameaçados de morte por grupos de extermínio do Nordeste. Todo sábado e domingo, deixa no guarda-roupa o terno com o broche parlamentar para usar a peça que, segundo ele, melhor lhe cabe: a batina. Celebra missas, batizados e casamentos na paróquia de São José Operário, em João Pessoa. Padre deputado está fora de moda na Câmara. Só há ele e José Linhares (PP-CE) na atual legislatura.
Celibato
Mas o que torna Luiz Couto figura única no Congresso é seu pensamento em relação a temas vistos como tabu dentro da Igreja Católica, como o celibato, o aborto, os homossexuais e o uso do preservativo. Com exceção, em parte, do aborto, suas posições contrariam os mandamentos do Vaticano. "O comando da Igreja é muito conservador nesse ponto", avalia o padre ao criticar a obrigatoriedade do celibato. "Não tem fundamentação bíblica. Deveria ser optativo", defende. Luiz Couto lembra que a restrição à vida afetiva e sexual dos religiosos só foi imposta no século XVI, após o concílio de Trento. E tinha lá sua justificativa, explica. "É que naquela época havia abusos nesse sentido. Isso hoje não deveria ser tratado como uma questão maior", acredita. O padre busca numa passagem bíblica argumentos para sua tese: "Jesus tinha apóstolos solteiros, mas também apóstolos casados. Tanto que uma passagem conta que ele foi à casa da sogra de Pedro. Doente, ela se levantou e passou a servir".

Ônibus que ia para a Sulanca é assaltado

Da Redação da TV Asa Branca

Um ônibus que levava compradores para a Feira da Sulanca de Caruaru foi assaltado na madrugada desta terça-feira (17). O veículo saiu de Alagoas.
De acordo com a polícia, três homens armados anunciaram o assalto e atiraram no rosto do motorista. Zenaldo Israel da Silva, 64 anos, foi levado para o Hospital Regional do Agreste e está internado com a bala alojada no pescoço.
Até agora, ninguém foi preso.

Ferro diz que entrevista de Jarbas "é o canto do urubu"

Do blog do Magno

O deputado federal Fernando Ferro (PT-PE) comparou ontem a polêmica entrevista do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) ao "canto do urubu". O parlamentar petista criticou o senador por não ter revelado os nomes dos colegas de partido que seriam adeptos da corrupção. Ele disse ainda que vai acionar a executiva do PT para que Jarbas seja provocado a informar os nomes dos supostos corruptos do PMDB:

"Essa entrevista me parece mais o canto do urubu, e não o canto do cisne. Achei de uma covardia política falar de corrupção no seu partido e não revelar os nomes. Ele está há 30 anos no partido e só agora denuncia isso. Para mim é um adeus que ele está dando para a política, vomitando ódios, desilusão e tristeza", avaliou Ferro.(Pernambuco.com)

Povo confia mais no MP e polícia que na Justiça




Do blog do Magno




Pesquisa feita pela Fundação Getúlio Vargas, apresentada pelo conselheiro Joaquim Falcão, do Conselho Nacional de Justiça, revela que a sociedade reconhece a importância do Judiciário, mas quer agilidade. A pesquisa foi apresentada para os presidentes dos Tribunais de todo o país, no 2º Encontro Nacional do Judiciário, em Belo Horizonte.
A pesquisa de opinião, feita com 1.200 entrevistados, mostra o Judiciário está em 9º lugar entre 17 instituições no índice de confiança. Em relação à confiança em profissionais, os juízes ficam em quinto lugar. A pesquisa revela que em primeiro estão os professores, em segundo, os policiais federais, em terceiro, promotores de Justiça, em quarto, o presidente da República.

Segundo o conselheiro, apesar de 80% achar que vale a pena procurar o Judiciário, o principal problema apontado é a falta de agilidade. Para Falcão, agilidade, acesso ao Judiciário, conciliação, criança e adolescentes devem ser as prioridades. Quando a sociedade pede leis que limitem recursos ou mais conciliação, acredita Falcão, é porque querer uma Justiça ágil.
“O Judiciário é pouco conhecido”, afirmou o conselheiro Joaquim Falcão. Segundo a pesquisa da FGV, 36% conhece o Judiciário de “ouvir falar” ou não conhece. Uma questão colocada por Falcão é como os Tribunais e a prestação jurisdicional podem ser mais conhecidos. Dos que conhecem o Judiciário, citaram a Justiça do Trabalho, Eleitoral e Juizados. Quanto ao CNJ, 76% não conhece. Dos que conhecem, a maioria considera ótimo. (Do site Consultor Jurídico)

Ordem no palácio: não comentar entrevista de Jarbas

Do Blog do Magno

Na mesma semana em que o presidente Lula (PT) previu a reeleição do governador Eduardo Campos (PSB), o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) revelou o desejo de não disputar o governo do estado em 2010. O nome dele aparecia como a principal alternativa da oposição, mas o senador preferiu colocar um ponto final nas especulações sobre uma eventual candidatura dele nas eleições majoritárias do próximo ano. A postura adotada por Jarbas remete, inclusive, ao ano de 1993, quando Jarbas também desistiu de participar da campanha para o governo na eleição de 1994.Na época, o então prefeito do Recife evitou um confronto direto com o ex-governador Miguel Arraes (PSB), avô de Eduardo. A missão de disputar com Arraes foi repassada para o ex-governador Gustavo Krause. Em 2010, o nome mais cotado para substituir Jarbas é do secretário geral do PMDB, deputado federal Raul Henry.Apesar da semelhança entre os dois episódios, no Palácio do Campo das Princesas, sede do governo de Pernambuco, a ordem é não comentar as declarações do peemedebista. Os socialistas, na verdade, não querem provocar o adversário. Eles preferem observar a distância, pelo fato de Jarbas não ter citado nomes na entrevista concedida à revista Veja.
Do Diario de Pernambuco

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Deputado ameaçado de morte continua sem proteção policial


O presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), solicitou, nesta quinta-feira (12), ao ministro da Justiça, Tarso Genro, a pedido do PT, que a Policia Federal (PF) volte a dar proteção ao deputado Luiz Couto (PT-PB). A segurança pessoal do parlamentar era feita por agentes federais até junho do ano passado, mas foi suspensa sob alegação de que deveria ser feita pela Polícia Legislativa.
O deputado começou a receber ameaças de morte durante sua gestão como presidente da Comissão de Direitos Humanos, quando investigou e fez denúncias contra o narcotráfico e grupos de extermínio no Nordeste, além de revelar o envolvimento de políticos e empresários na exploração sexual de crianças e adolescentes.
O próprio parlamentar já havia encaminhado, em junho do ano passado, um ofício ao coordenador geral de Proteção aos Defensores dos Direitos Humanos, Fernando Antônio de Santos Matos, comunicando que os trabalhos de segurança e proteção à sua integridade física, fornecidos pela Polícia Federal, haviam sido interrompidos, embora as ameaças continuassem.
Esse mesmo pedido, disse, foi feito à Comissão Interamericana de Direitos Humanos pela Justiça Global, que o encaminhou à Organização das Nações Unidas (ONU).
Necessária intervenção
Luiz Couto acusa o agente da Polícia Civil Sérgio de Souza Azevedo de ser um dos que ameaçam a sua vida. Segundo ele, o agente é acusado pela morte do líder sindical Almir Muniz. "Esse homem continua impune, porque tem a proteção de altas autoridades da Segurança Pública da Paraíba e do Judiciário", declarou, lembrando que o policial já foi denunciado nas Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) que investigaram a violência no campo e o extermínio no Nordeste.
O deputado explicou que sua segurança, antes feita por agentes federais, foi suspensa a partir de um parecer de um delegado da PF de Brasília, segundo o qual a competência para tal proteção cabe à Polícia Legislativa. "Embora eu tenha argumentado que todo cidadão ameaçado tem direito à proteção, a decisão de suspender a minha segurança foi mantida pela PF", disse, salientando que a atuação parlamentar não se restringe apenas ao Distrito Federal, mas a todo o País.
"Reforço que a proteção que peço não representa aspiração pessoal, mas, sim, uma necessária intervenção do Estado no sentido de resguardar a minha vida", afirmou.

Com Agência Câmara

Audiência discutirá mudança na sulanca

Do Jornal do Commercio

Por Pedro Romero

CARUARU – A polêmica sobre a mudança de local da Feira da Sulanca e as atuais condições para o seu funcionamento foi parar no Ministério Público. A promotora Gilka Miranda instaurou procedimento preliminar de investigação e marcou, para às 10h da próxima quarta-feira, uma audiência pública para discutir o assunto com representantes de todos os setores envolvidos.
De acordo com a promotora, o objetivo do encontro é analisar os problemas e soluções e discutir os efeitos de uma possível transferência do evento. Ela explica que os encaminhamentos fazem parte de um projeto que pretende analisar o funcionamento das feiras da cidade, começando pela da Sulanca.
“Esta semana fizemos uma vistoria na feira e, mesmo sendo uma época de pouco movimento, a impressão que tive foi de caos. Com problemas de trânsito, limpeza e invasões”, destacou Gilka Miranda.
Para o tenente do Corpo de Bombeiros, André Henrique, um dos principais problemas do local é a dificuldade de acesso, em caso de emergência. “Esse e outros pontos vão constar em um relatório que será discutido na audiência marcada pelo Ministério Público”, explicou. Também participaram da visita representantes da prefeitura e das polícias Militar e Civil.
De acordo com o secretário de Gestão de Serviços Públicos, José Carlos Menezes, a prefeitura estará presente com o objetivo de ouvir os representantes das várias entidades. “Estamos abertos a sugestões e vamos trabalhar para seguir as determinações do Ministério Público.”
Em meio à discussão sobre o destino da feira, empresários caruaruenses fizeram uma proposta à prefeitura para ajudar a organizar a Sulanca onde ela acontece atualmente. De acordo com o empresário Lenilson Torres, o projeto propõe a construção de um centro de compras popular.
O empreendimento seria construído em uma área de 9,8 hectares localizada nas proximidades do Parque 18 de Maio. “No local seria possível construir cerca de 6,5 mil boxes e lojas para abrigar os sulanqueiros que comercializam nas ruas proibidas. Em troca, eles pagariam um aluguel mensal de cerca de R$ 20, resumiu o empresário.

Os fatos, por favor, Jarbas

Da Folha de S Paulo

Por Fernando Rodrigues

Até jornalistas com todas as dificuldades imagináveis às vezes conseguem demonstrar atos de corrupção na esfera pública. O que dizer da capacidade de um político duas vezes governador do Estado de Pernambuco, da elite do PMDB e hoje titular de cargo de senador da República? Trata-se de Jarbas Vasconcelos, integrante da ala ética (sic) do mundo maravilhoso peemedebista. O político pernambucano vocaliza opiniões minoritárias na sigla. Seu azedume aumentou nos últimos tempos. "Boa parte do PMDB quer mesmo é corrupção", disse ele a Otávio Cabral, em "Veja".
Em Brasília e em política quase tudo se sabe. Quem dera os jornais pudessem sair por aí apontando dedos para quem se parece ou se comporta como corrupto. Faltaria papel e tinta. Para o bem ou para o mal, estamos obrigados a revelar fatos e provas quando alguma acusação é publicada. Sem esse tipo de escrúpulo, Jarbas não quis especificar qual é essa tal "boa parte do PMDB" ligada à corrupção.Inimputáveis, congressistas falam o que lhes vêm à telha. Jarbas é bem informado. Lembro-me dele há 20 anos, em 1989. Em conversas de bastidores me dizia por que Ulysses Guimarães era uma escolha difícil como candidato peemedebista a presidente. Ulysses perdeu feio, traído pelo partido.
Jarbas poderia apresentar fatos. Suponho que ele os tenha. Demonstraria como é e quem pratica corrupção dentro do PMDB. Faria bem à democracia se oferecesse ao público informações objetivas. Sem dados concretos, sua valentia retórica vale pouco. Só serve para validar a percepção nefanda e equivocada de que "todos os políticos são ladrões". Sem provar suas acusações, Jarbas também patrocina uma festa no céu para os corruptos. Dá a eles a chance de se mostrarem indignados em público enquanto festejam em privado.

PARTE DA ENTRIVISTA DO SENADOR JARBAS VASCONCELOS A REVISTA VEJA

Do blog do Noblat
“Hoje, o PMDB é um partido sem bandeiras, sem propostas, sem um norte. É uma confederação de líderes regionais (...) sendo que mais de 90% deles praticam o clientelismo, de olho principalmente nos cargos”, espicaçou.
E por que o PMDB quer cargos? – perguntou-lhe o repórter Otávio Cabral. “Para fazer negócios, ganhar comissões. Alguns ainda buscam o prestígio político. Mas a maioria dos peemedebistas se especializou nessas coisas pelas quais os governos são denunciados: manipulação de licitações, contratações dirigidas, corrupção em geral. A corrupção está impregnada em todos os partidos. Boa parte do PMDB quer mesmo é corrupção”.
Sobre o Senado: “Às vezes eu me pergunto o que vim fazer aqui. O nível dos debates é inversamente proporcional à preocupação com benesses. É frustrante”.
Sobre Renan: “Ele não tem nenhuma condição moral ou política para ser senador, quanto mais para liderar qualquer partido. É o maior beneficiário desse quadro político de mediocridade em que os escândalos não incomodam mais e acabam se incorporando à paisagem”.

Suplentes de vereadores articulam aprovação da PEC 333/04

Do site Folha de Pernambuco


Eles tentam garantir aprovação do aumento de 7.343 cadeiras

Márcio Vinícius
Agência Nordeste
BRASÍLIA - A cena política em Brasília tem sido movimentada nas últimas semanas pela presença de suplentes de vereadores. Pelos corredores da Câmara e do Senado, eles aproveitam a proximidade com os parlamentares para cobrar uma definição sobre a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 333/04. A chamada PEC dos Vereadores aumenta em 7.343 o número de cadeiras nas Câmaras em todo o país e fixa novas regras para o repasse de receita aos legislativos. Diante da movimentação, os vereadores decidiram contra-atacar. Eles prometem alterar a estratégia e propor uma trégua ao Congresso.
A ideia é deixar que deputados e senadores se entendam, sem a menor pressa, sobre a PEC. Os vereadores temem a redução no orçamento. A decisão foi tomada por 600 vereadores que participaram em Brasília do Encontro Nacional dos Vereadores, que aconteceu paralelamente ao Encontro Nacional de Prefeitos e Prefeitas, promovido pelo governo federal. Sem apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os vereadores também desembarcaram na capital federal para discutir temas referentes aos legislativos locais.
No entendimento dos vereadores, como o pleito pelas novas vagas é muito mais dos suplentes, que não participaram do encontro, do que deles próprios, o melhor seria deixar que o Congresso defina como ficará a questão. A preocupação dos vereadores é que os deputados retomem o texto que diminuía o teto máximo de repasse às câmaras dos atuais 8% para 4,5% do orçamento municipal – que causaria uma perda de R$ 1,5 bilhão. No ano passado, a Mesa Diretora da Câmara decidiu não promulgar a PEC alegando que o Senado alterou o mérito da proposta ao separar os artigos que tratavam das receitas e do número de cadeiras.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

A tecnologia do abraço.


O matuto falava tão calmamente, que parecia medir, analisar e meditar sobre cada palavra que dizia...

- É... das invenção dos hómi, a que mais tem sintido é o abraço. O abraço num tem jeito dum só apruveitá! Tudo quanto é gente, no abraço,participa duma beradinha...

O abraço é mió qui quarque raiz ou ramo qui o Raizêro possa cunhecê... - Quandu ocê ta danado de sordade, o abraço de arguém ti alivia...

- Quandu ocê ta danado de reiva, vem um, te abraça e ocê fica até sem graça de continuá cum reiva...

- Si ocê ta filiz e abraça arguém, esse arguém pega um poquim de sua alegria...

- Si arguém ta duente, quandu ocê abraça ele, ele começa a miorá...

I ocê miora junto tamém... Muita gente importante e letrado já tentô dá um jeito de sabê pruquê quié qui o abraço tem tanta tequilonogia...

Mas ninguém inda discubriu...

Mas, iêu sei...

Foi um isprito bão de Deus qui mi contô...

Iêu vinha andano...

pensano na vida, quandirrepênti" vi um tatuzim pertim do mato...
Vi ele cum esses meus zói qui a terra um dia há de cumê...

I ele falô cumigo...

Falô com a fala quié a merma fala qui ocês cunhece iquiêu tô falano proceis agora. Iêu vô conta proceis uqui foi qui ele mi falô: O abraço é bão prucausa do Coração...

Quandu ocê abraça arguém, fais massage no coração!...

I o coração do ôtro é massagiado tamém! Mas num é só isso, não...

Aqui ta a chave do maior segredo de tudo: É qui, quandu abraçamo arguém, nóis fiquemo tudo é com dois coração no peito!...


(autor desconhecido)

Mestre Milton Santos

Do site Comcult

"Nós estamos contentes com o nosso conforto, com os nossos diversos confortos: o conforto do nosso bairro, o conforto do nosso consumo, o conforto das idéias estabelecidas. Tudo isso é um entrave à produção do conhecimento e um entrave à produção do futuro. O futuro está lá embaixo, com os pobres. O pobre é sábio porque ele conhece a experiência da escassez, que agora, só agora a classe média começa a conhecer. A experiência da escassez é o caminho da descoberta do que eu valho realmente."

Polícia da Suíça põe em dúvida atentado contra advogada

A Polícia da Suíça concedeu uma entrevista coletiva na manhã de hoje informando que a advogada pernambucana Paula Oliveira não estava grávida no dia da agressão e que ela mesma pode ter provocado os cortes no corpo. Os policiais da Suíça afirmaram também que três homens foram detidos e depois liberados por falta de provas.

O pai da advogada, que está na Suíça, disse ao repórter Marcos Losekann por telefone que duas agentes da polícia chegaram a visitar a brasileira no hospital onde ela está internada para pedir desculpas. As policiais disseram houve um erro porque Paula não deveria ter prestado depoimento a policiais homens. As agentes teriam garantido que as investigações sobre o caso vão recomeçar do zero.

Paula Oliveira foi agredida na Suíça, num crime com características xenofóbicas. A pernambucana falava ao telefone com a mãe numa estação de trem na cidade de Dubendorf (Suíça), perto de Zurique, no último domingo (8),quando foi agredida por três homens.Um deles tinha uma suástica, símbolo nazista, tatuada na parte de trás da cabeça. (pe360graus)

Xenofobia e ceticismo

Do Blog Abundacanalha

Volto de um encontro com amigos, velhos e novos conhecidos, reunidos no álibi de aniversário de um dos presentes. Muitos e variados assuntos pautados em espaçosa e farta mesa de bar, aqui na Lapa. Eternas rivalidades futebolísticas, escárnio com a política das elites, fuxicos internos, tudo foi assunto. Mas, para minha surpresa, um tema que imaginava consenso teve forte polêmica: o ataque hediondo à brasileira Paula Oliveira, na Suíça, praticado por um grupo de neonazistas. Alguns alegaram ceticismo, motivados pela forma dos desenhos, incompatíveis com um ataque rápido. Outro, médico, lembrou de distúrbios na gravidez. E ainda lembraram das várias “barrigas” do Noblat, autor da notícia. Bom, quanto ao último argumento, impossível não concordar, mas do resto fui veemente em creditar o fato ao crescimento do fascismo no primeiro mundo, tendendo a ficar ainda mais acirrado com a crise do capitalismo. Voltei para casa. Aqui e agora, para ainda mais surpresa, vejo no Luis Nassif um post com o mesmo ceticismo assinado por membro de sua comunidade, com igual polêmica reproduzida nos comentários. Já viajei pelo mundo, já vi de perto a cara da xenofobia, como se manifesta. E mais sei que o fascismo é um germe que está incubado no primeiro mundo. A cada momento ele pode aparecer. E a todo instante se revela, com a ameaça de assolar mais uma vez o mundo tal qual uma praga. O SVP, o Schweiz Volkspartei, é autor de cartazes onde três ovelhas brancas expulsam a pontapés uma ovelha negra. Nada mais explícito sobre o racismo que grassa naquela terra. E por mais contraditório, país formado por uma suruba de etnias: Celtas, entre eles os Helvéticos, submetidos ao império romano, depois invadidos pelos germânicos com Bargúndios, Alamanos e Lombardos, e pelos Francos, de Carlos Magno. Tudo isso para fazerem queijos, chocolates e tomar conta do dinheiro fajuto do planeta. Não é só na Suíça. Nos EUA, formado por emigrantes há não muito tempo, a xenofobia se manifesta forte, inclusive contra brasileiros, aqui já mostrada em um vídeo. Continuo acreditando que é a História que tem como explicar o fenômeno. E o triste caso da brasileira Paula que explique a polícia, não a psicologia.

O galope da selvageria


Por Clovis Rossi


Da Folha de São Paulo


O atentado contra a advogada brasileira Paula Oliveira nas imediações de Zurique é um desses episódios tão bestiais que dá vontade de passar ao largo, fingir que não leu, para não ter que aceitar que a humanidade ainda oferece tal grau de selvageria. Há dois aspectos no crime. Primeiro, o nítido avanço nos últimos muitos anos da xenofobia, do racismo, do repúdio ao "outro", seja qual for o "outro" da vez.
Esse avanço faz com que partidos xenófobos, como o Partido do Povo Suíço, ao qual suspeita-se que pertença ao menos um dos agressores de Paula, acabem entrando no "mainstream", quando eram marginais até faz relativamente pouco tempo. O caso de Israel talvez seja o mais emblemático: é assustador que a tribo que sofreu a mais cruel perseguição do século 20 ponha no "mainstream", no início do século 21, o partido de Avigdor Lieberman, que prega a limpeza étnica (no caso, dos árabes).
Mas a xenofobia/racismo não explica tudo. Há casos de bestialidade que não têm coloração ideológica. O Brasil é um repositório formidável de episódios do gênero. O diabo -e aí não é força de expressão- é quando se soma ao racismo a violência que impregna a sociedade. Durante muito tempo, recusei-me a crer na tese de que a televisão estimula a violência de tanta violência que leva ao ar. Achava que a TV não inventa a violência; mostra o que já aconteceu na vidareal. Hoje, não tenho tanta segurança. Banalizou-se a violência, na TV, no cinema, nos videojogos, até em raças de cães que, nos meus tempos de inocência, nem existiam.
A violência, em grau exacerbado, passou a ser, digamos, natural. O que ainda me choca, em certos videojogos, é o normal para meu neto. Que a adolescência da geração dele é mais rica, do ponto de vista material, que a minha, parece óbvio. Mas, do ponto de vista cultural, será que evoluímos?