sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Nielsen diz que consumo do brasileiro cresce

Do Monitor Mercantil

O consumo está crescendo no país e os números mostram que os brasileiros voltaram a buscar os itens de sua preferência e não, apenas, os mais baratos. Os dados, divulgados ontem, constam no estudo "Crise ou Incerteza", da Nielsen Brasil, para quem a percepção do bom momento da economia também foi verificada em um levantamento global da empresa, que coloca o país em quarto lugar no ranking mundial de confiança do consumidor, atrás apenas de Indonésia, Índia e Filipinas. A confiança do brasileiro está em 96 pontos, 14 acima da média global e da Argentina, para citar um país próximo, ambas com 82.
Os dados mostram, ainda, que o otimismo do brasileiro em relação ao emprego para os próximos 12 meses, finanças pessoais e compras de produtos necessários ou desejados.
- Ainda não retornamos aos níveis pré-crise, mas a recuperação de janeiro para a agosto é bastante expressiva e indica que estamos chegando lá. Em relação ao trabalho, por exemplo, a perspectiva saltou de 33% no primeiro trimestre de 2009 para 46% no penúltimo trimestre deste ano (nos três meses anteriores à crise, a perspectiva era de 61%) - comentou Sérgio Pupo, executivo de Atendimento da Nielsen.

Movimento de classes - Na análise de consumo por nível socioeconômico, a força das classes D+E, que representam 36% dos consumidores, ficou ainda mais evidente com o crescimento em todos os aspectos avaliados (freqüência no ponto de venda, tíquete médio - ou valor gasto por compra feita - e gasto total). Entretanto, houve queda no tíquete médio dos consumidores de nível socioeconômico C, mas aumento na freqüência no ponto de venda.
- Esta informação mostra que o conceito de "compra do mês" está cada vez mais distante das classes C e D+E. A visita destes brasileiros ao ponto de venda está cada vez mais "objetiva". Ou seja, eles vão para comprar os itens necessários para um determinado espaço de tempo e não se preocupam em estocar produtos.
A recuperação do número de categorias que voltaram a crescer aos patamares de 2007 é outro sintoma de que o país vive uma onda otimista.
- No comparativo entre 2008 e 2007, 21% das categorias cresceram e 47% permaneceram estáveis. Já na comparação entre os primeiros semestres de 2009 e 2008, o crescimento foi de 42% e o índice de estagnação caiu para 31%.

Investimentos - As cestas demonstram crescimento de 1,7%, com destaque para as que trazem melhores propostas de custo benefício e remetem à praticidade, e inovação. A categoria iogurtes cresceu 10,5% com os investimentos em linhas light e diet e o lançamento de embalagens econômicas.
- Já o mercado de bebidas energéticas, que cresceu 49,7%, e de isotônicos, cujo aumento foi de 27,7%, foram impulsionados pela entrada de novos players.
Na comparação entre o primeiro semestre deste ano e o mesmo período de 2008, os destaques são as cestas de bebidas não-alcoólicas e perecíveis, ambas com crescimento de 3,6%.
Entre todas as ações para chamar a atenção dos compradores, as ações no ponto de venda (PDV) foram as que se mostraram mais eficazes. De acordo com o levantamento, as iniciativas no ponto de venda incrementaram as vendas em 55%.
- Os varejistas e a indústria já perceberam que a aproximação criativa e com foco no freqüentador da loja é fundamental para incentivar a venda de novos produtos.

Fatores de risco causam 15 milhões de mortes por ano

Da Rádio ONU


Relatório da OMS registra 24 riscos para a saúde da população mundial; maioria das vítimas vive em países em desenvolvimento.

15 milhões de mortes que ocorrem por ano no mundo, 1/4 do total, poderiam ser evitadas por meio do combate a cinco fatores de risco: subnutrição infantil, sexo não-seguro, alcoolismo, pressão alta, consumo de água contaminada aliado à falta de saneamento básico.
A conclusão está no relatório "Riscos Globais de Saúde", lançado nesta terça-feira pela Organização Mundial da Saúde, OMS.

Combinação de Riscos

Segundo pesquisadores da agência, o maior perigo está na combinação de fatores. Oito são responsáveis por 75% das doenças cardíacas, que representam hoje as maiores causas de morte em todo planeta.
Nas crianças, mais de 1/3 das mortes são causadas pela falta de aleitamento materno e de alimentação adequada, com uma dieta rica em zinco.
O relatório afirma que a maioria das vítimas vive em países em desenvolvimento.

Países em Desenvolvimento

Para reverter esse quadro, a diretora de Saúde Pública e Meio-Ambiente da OMS, Maria Neira, disse à Rádio ONU, de Genebra, na Suíça, que a mudança de hábitos pode reduzir o número de mortes.
"Apenas ao combater esses fatores de risco, como o álcool, o tabaco, a pressão alta e o sexo não protegido, poderíamos mudar muita coisa. E acho que essas intervenções são acessíveis aos países em desenvolvimento, sem gastar muito dinheiro", afirmou.
Ao todo, o relatório da OMS registra 24 fatores que afetam diretamente o bem-estar das populações, incluindo a poluição do ar e a obesidade.

Guerra Civil

Do Jornal de Brasília

Em setembro 82 pessoas morreram em confrontos com a polícia no Rio de Janeiro

Os números da violência no estado do Rio de Janeiro referentes ao mês de setembro foram divulgados hoje (29) pelo Instituto de Segurança Pública (ISP). De acordo com os dados, 82 pessoas morreram em confrontos com a polícia no mês passado, o que representa 2,7 mortes por dia.

Em comparação a setembro do ano passado, houve um aumento de 20 autos de resistência, como é tecnicamente classificado esse tipo de morte. Em relação ao mês de agosto deste ano, houve mais sete casos.

Apesar do aumento no número de mortes em confronto, o subsecretário de Treinamento e Integração Operacional da Secretaria Estadual de Segurança, Roberto Sá, disse que já existe uma tendência de diminuição no número de casos.

“A gente está em uma tendência de queda em relação aos autos de resistência. A filosofia é enfrentar o problema e prender o delinquente. Mas o nosso direito permite a legítima defesa, de si ou de terceiros. Se o nosso policial, enfrentando o problema da criminalidade, vai em busca de um meliante, dá voz de prisão e é recebido a tiros, o direito lhe faculta de se defender e defender qualquer pessoa inocente”, explicou Roberto Sá.

Em relação a outras ocorrências, o relatório do ISP aponta uma queda acentuada nos roubos de veículos, que diminuiu 25%, em relação a setembro de 2008, atingindo 1.728 casos este ano. Também houve uma redução de 7% no chamado roubo de rua, incluindo o roubo de celulares, a pedestres e assaltos em ônibus, registrando 6.701 casos.

Em compensação, o roubo a residências aumentou em 10%, com 147 ocorrências, e os casos de estupro mais do que dobraram, com o registro de 308 casos em setembro deste ano. Mas o crescimento, segundo Roberto Sá, é fruto de um novo entendimento jurídico, de agosto deste ano, que classifica como estupro o atentado violento ao pudor.

Segundo o ISP, o número de pessoas presas registrou um aumento expressivo, saindo de 1.299 em setembro do ano passado, para 1.661 no mesmo mês deste ano.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Alencar diz que brasileiro precisa perder o medo de falar em câncer

Do Jornal de Brasília

O vice-presidente da República, José Alencar, disse hoje (28), no Rio de Janeiro, que o brasileiro precisa aprender a “perder o medo de pronunciar a palavra câncer”.

Para ele, que há anos luta contra a doença, a população deve aprender a falar e discutir sobre o câncer e passar a realizar exames que permitam ao diagnóstico precoce.

“Nós [do governo] podemos ter recursos para o diagnóstico precoce do câncer e, dessa forma, estaremos oferecendo a cada brasileiro a possibilidade de tratar a doença ainda a tempo de ficar curado”.

Esbanjando bom humor, Alencar falou abertamente do problema que vem enfrentando para empresários e jornalistas presentes à Associação Comercial do Rio de Janeiro, onde foi homenageado.

“Nós sabemos hoje que o diagnóstico precoce é o fator mais preponderante no combate ao câncer. Então, é preciso que todas as pessoas no Brasil tenham condições de fazer exames em tempo hábil para que o paciente seja curado”.

O próprio vice-presidente já admite a possibilidade de que ele mesmo venha a ser curado da doença, que já o levou por várias vezes às salas de cirurgia. “Eu mesmo poderei ser curado, ainda que o meu caso seja uma situação difícil, porque o tipo de tumor que me acometeu é violento e recorrentemente, volta. Mas eu não sei não: parece que nós descobrimos aí um veio qualquer que indica ele está diminuindo de tamanho.”

Alencar aproveitou para agradecer aos que estão lhe dando força, país afora, nesta hora difícil e manifestou a expectativa de que, sobrevivendo à doença, possa vir a ajudar a população, retribuindo, dessa forma, as muitas preces em seu favor.

“A verdade é que o Brasil inteiro está me ajudando, o que até me deixa preocupado, porque eu nem sei se mereço isso, sinceramente. Mas vou fazer tudo para merecer e, se Deus me curar, eu precisarei fazer muito pelo próximo para justificar essa cura."

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Novo ataque mata oito soldados americanos no Afeganistão


Da BBC Brasil


Oito soldados americanos e um civil afegão que trabalhava para o grupo morreram em um ataque no sul do Afeganistão nesta terça-feira, de acordo com informações da Otan.
O ataque "múltiplo e complexo" de bombas também deixou diversos feridos, segundo o comando das tropas lideradas pelos Estados Unidos.
As mortes tornaram o mês de outubro de 2009, com 55 vítimas fatais, no mais mortal para as forças americanas no Afeganistão desde o início das operações militares no país, em 2001.
Na segunda-feira, 11 soldados americanos e três civis morreram quando dois helicópteros se chocaram no sul do Afeganistão.

Pressão no trabalho aumenta suicídios na França


Do blog da Leila Cordeiro


A França está enfrentando sérias consequências em função do choque cultural entre os valores tradicionais do funcionalismo público e a competição acirrada no mercado de trabalho causada pelos processos de privatização das empresas. Um dos maiores exemplos disso é a France Télécom, onde nos últimos vinte meses, 25 funcionários se suicidaram devido ao estresse da nova política comercial que, agressiva, cobra constantemente maior rentabilidade.
Na Telecon, os empregados da operadora histórica de telefonia, que foram funcionários públicos durante mais de um século, se transformaram nos últimos anos em agentes comerciais e passaram a sofrer pressões constantes da direção em relação ao desempenho das vendas.
Diante de tantos suicídios, além de 15 tentativas de outros empregados de se matarem, a direção da empresa anunciou a suspensão de todas as reestruturações até o dia 31 de dezembro para encontrar um meio termo de estratégia de trabalho.
Entre os países ricos, a França possui uma das mais altas taxas anuais de suicídios, de 19,6 por 100 mil habitantes.

Número de estrangeiros no Brasil despenca e é o menor da história

Do Portal Vermelho

O Brasil tem atualmente o menor número de estrangeiros de toda a sua história: cerca de 1 milhão de pessoas, que representam aproximadamente 0,4% da população que mora no país. A explicação, segundo o secretário executivo do Ministério da Justiça, Luiz Paulo Barreto, pode estar na mudança do perfil do estrangeiro que vem para o Brasil.
“Até metade da década de 90, nós recebíamos imigrantes empreendedores. Eram chineses, coreanos, libaneses, que vinham ao Brasil tentar montar pequenos negócios”, explica secretário. “O cenário se modificou. Vimos o Brasil começar a receber mão de obra qualificada ou especializada (por causa do) desenvolvimento da indústria de petróleo, da indústria automobilística, da química pesada e da física também.”
Segundo Barreto, esses executivos de multinacionais permanecem no país por no máximo dois anos, sem as famílias, e em seguida vão para outros países, deixando os cargos para brasileiros. Além deles, há os migrantes sulamericanos, que atravessam as fronteiras para vir ao Brasil em busca de emprego e melhores condições de vida.
Apesar do grande fluxo dos vizinhos, especialmente os bolivianos, Barreto garante que o trânsito de fronteira tem se mantido estável. “Esse trânsito está acontecendo na mesma intensidade — não houve nenhum fator que indique que a migração fronteiriça tenha aumentado em termos quantitativos. O que há neste momento é uma redução do fluxo migratório, nós estamos mandando mais brasileiros para fora, ao contrário de antes, quando nos recebíamos mais”.
De fato, a quantidade de brasileiros que moram fora do país, cerca de 3,5 milhões de pessoas, tem sido motivo de maior atenção das autoridades do que o fluxo inverso. Os Estados Unidos são o país com a maior quantidade de brasileiros: 1 milhão de imigrantes. O Paraguai ocupa o segundo lugar, com 400 mil, logo à frente do Japão, que atualmente tem 270 mil brasileiros — embora antes da crise esse número chegasse a 315 mil.
De acordo com o chefe da Subsecretaria-Geral de Comunidades Brasileiras no Exterior, Oto Agripino Maia, o perfil das colônias nesses três lugares é bastante diferente. Os brasileiros que moram nos Estados Unidos e na Europa são, em geral, de baixa qualificação profissional e trabalham em funções que não são de interesse dos trabalhadores locais. No Paraguai e na Bolívia vivem produtores rurais, em muitos casos de médio e grande porte, que contribuem para a produção agrária desses países de maneira “substancial”, segundo o embaixador. No Japão, os imigrantes brasileiro trabalham em fábricas, quase sempre a convite de empreiteiros japoneses, e viajaram com tudo organizado. Portanto, não sofrem muito com problemas de regularização.
“Uma característica que eu posso dizer que é comum a toda a comunidade brasileira no exterior é que ela é muito trabalhadora e muito respeitadora das leis”, afirma Maia. “Diferentemente de outras comunidades, inclusive latino-americanas, os brasileiros não se envolvem com atividades criminosas ou com o crime organizado.”
Está em curso um programa de anistia de imigrantes irregulares no Brasil. Até o dia 31 deste mês, eles podem procurar qualquer posto da Polícia Federal para dar entrada na sua regularização. Para isso, é necessário apenas não ter antecedentes penais.
De acordo com o secretário executivo do Ministério da Justiça, com isso o Brasil espera também poder contar com melhor tratamento para seus imigrantes em outros países. Para ele, é inaceitável que um migrante seja preso por estar sem visto.
“Isso não é uma questão penal, não deve ser tratada assim. Essa é uma questão administrativa. E nós estamos querendo mostrar que não vamos entrar nessa onda de tratar imigrante como criminoso”, afirma Barreto. Espera-se que, até a data prevista, 50 mil estrangeiros sejam regularizados no Brasil, ficando livres para utilizar os serviços públicos e trabalhar.

CUBA ESPECIAL-2: fumo livre e Guerra Fria no Balaio

Do Balaio do Kotscho

Assim que entrei no salão de desembarque do aeroporto José Marti em Havana, depois de umas doze horas de viagem entre aviões e conexões, logo senti que havia algo diferente no ar. Sim, era o cheiro de tabaco queimado, algo cada vez mais raro em São Paulo. Enquanto esperava a mala, vi várias pessoas fumando ali mesmo e me senti livre para acender um cigarro também. Ninguém me olhou feio.
No táxi, em qualquer área do hotel, nos restaurantes, em qualquer lugar o fumo é livre em Cuba. Pode parecer uma bobagem, algo politicamente incorreto, eu sei, mas me deu uma boa sensação de liberdade, depois de tanto tempo, não ser reprimido nem tratado como um pária, um ser nocivo à sociedade.
Até hoje, não há nenhuma indicação científica de que os cubanos estejam vivendo menos do que nós porque a maioria continua fumando em qualquer lugar. Ao contrário, a expectativa de vida lá é de 75 anos, maior do que a dos brasileiros.
Nem falei disso ontem na minha cronica de viagem sobre as 72 horas que passei em Havana na semana passada, para não despertar ainda mais a ira dos que parecem viver até hoje na Guerra Fria, vinte anos após a queda do Muro de Berlim. Pelos comentários enviados ao Balaio, percebi que basta falar em Cuba para que recomece o mesmo tiroteio verbal feito de velhos chavões, de um lado e de outro, que já dura meio século.
Só toco neste assunto hoje por causa de uma brincadeira que fizeram comigo na cerimonia de entrega do 31º Premio Vladimir Herzog, na noite de segunda-feira, no Tuca. Ao ser chamado parta falar na homenagem prestada ao Audálio Dantas, valente presidente do Sindicato dos Jornalistas na época do assassinato de Herzog, outro amigo, Sergio Gomes, demorou-se para subir ao palco.
Ao se desculpar pela mancada, explicou que estava fora do teatro fumando um cigarro comigo e me dedou em público ao governador José Serra, o líder da cruzada antitabagista, presente à cerimônia. Todo mundo achou graça, contaram-me os amigos, mas depois me vinguei do Serjão, brincando que, depois de velho, ele tinha virado dedo-duro _ justo ele, que foi preso junto com Herzog, porque alguém o dedou…
Brincadeiras à parte, esta questão da proibição radical do fumo em São Paulo é apenas um sinal do crescente sentimento de intolerância que tenho notado nas pessoas nos útimos tempos _ em todas as áreas da vida nacional, da política à religião, do futebol aos movimentos sociais. Aqui mesmo no Balaio uns agridem os outros simplesmente por pensarem de forma diferente, argumentos são logo trocados por ofensas.
Vários leitores me mandaram ir morar em Cuba e bateram pesado só porque contei as minhas impressões de viagem, como costumo fazer sempre que vou a outros lugares e relato aos leitores o que vi e ouvi. Não tem nada uma coisa a ver com outra.
Gostar do povo cubano e do seu país não quer dizer que eu defenda o regime político em que vivem, mas não sou eu quem vai dizer para eles o que está certo ou errado, quais são os caminhos que devem seguir. Problema deles. Como jornalista, jamais poderia viver em Cuba porque lá só existe uma indigente imprensa oficial e eu prezo muito a minha liberdade.
Para mim, o melhor lugar do mundo para se viver é o Brasil, mas muitos leitores não pensam assim. Também é problema deles. Só peço que neste espaço todos procurem respeitar mais a opinião alheia, não só a minha, mas as dos demais leitores. Ao contrário de outros blogs, vocês sabem, aqui não excluo quem pensa diferente, mas apenas os que confudem liberdade de expressão com baixaria e preconceito.
Para que ninguém me entenda mal, quero dizer também que, apesar de fumante, aprovo as restrições ao cigarro em determinados locais, respeito o direito de quem não fuma, e acharia ótimo se pudesse largar esta porcaria, mas não concordo com os exageros. Minhas filhas e netos, graças a Deus, não fumam. Por isso, respeito a proibição da família para não fumar dentro de casa.
Só acho uma violência, um caso típico de intolerância e autoritarismo, proibir que se fume até em charutarias e tabacarias, e em varandas de bares e restaurantes onde há lugares reservados para não fumantes.

A chegada a Cuba

Do Balaio do Kotscho

Hotel Nacional e La Floridita

Para chegar a Havana, não há mais vôos diretos do Brasil. Pela Copa Airlanes, uma empresa panamenha controlada pela americana Continental, dá um total de nove horas de vôo, com uma conexão em Panamá City. Em 1981, quando viajei para lá pela primeira vez, era bem mais complicado. O Brasil ainda não mantinha relações diplomáticas com Cuba. Viagens para a ilha eram oficialmente proibidas, como estava expresso no nosso passaporte.
Por isso, daquela tivemos que ir primeiro a Lima, no Peru, para pegar um visto avulso na embaixada cubana e só chegamos a Havana dois dias depois. Mudou o Brasil, mudaram Cuba e o mundo e, desta vez, encontrei muitos turistas brasileiros por lá, misturados a outros milhares do mundo todo, um cenário bem diferente de quase três décadas atrás.
Meio século após a revolução liderada por Fidel Castro, o turismo voltou a ser a maior fonte de receita de Cuba, depois que o preço do níquel, seu principal produto de exportação, caiu no mercado mundial. Percebe-se isso logo na chegada ao novo aeroporto Jose Marti, enfeitado com as bandeiras de quase todos os países do mundo, agora com um movimento muito maior de aviões e passageiros.
Na meia hora de viagem até o Hotel Nacional, trafegando numa moderna van por avenidas largas, limpas e bem arborizadas, sem congestionamentos ou motoristas estressados, nota-se que o antigo e o moderno agora convivem lado a lado como em qualquer cidade turística que tem na sua história o principal chamariz.
Os velhos “guaguas” caindo aos pedaços, foram substituídos por ônibus novos. Há cada vez menos carrões americanos pré-revolucionários e os soviéticos Ladas, dando espaço para carros contemporâneos de todas as marcas e procedências. Tem até táxi Mercedes.
A grande diferença em relação às paisagens que conhecemos está nos cartazes de propaganda, que se mantém imutáveis: em lugar de produtos de consumo, apenas anúncios de apelos patrióticos, denúncias contra o bloqueio americano e homenagens aos revolucionários. Além destas palavras de ordem, monumentos, palácios e estátuas espalhados por toda parte lembram a todo momento que estamos em Cuba e revivem os acontecimentos históricos de 50 anos atrás.
Fora isso, a vida segue normalmente, sem sobressaltos, veículos militares nas ruas, homens armados, nada que lembre um país em revolução permanente por tanto tempo. Também não se vê menores abandonados, famílias debaixo de pontes, sinais de pobreza extrema.
Uma boa surpresa foi encontrar completamente restaurado o Hotel Nacional, que recentemente completou 80 anos. Me fez lembrar o nosso Copacabana Palace, por sua imponência e amplitude das instalações à beira mar, o luxo antigo na decoração e a quantidade de bares e restaurantes para os hóspedes.
Em relação às viagens anteriores, o serviço e a oferta de produtos melhoraram consideravelmente, outro sinal da importância que se voltou a dar ao turismo. Em lugar de burocratas estatais formados na rigidez soviética, agora o atendimento na área de serviços é mais gentil, às vezes até bem humorado, sem ser subserviente.
Tem certos programas que não são nada originais, mas quase obrigatórios, onde dá vontade de voltar sempre que se vai a uma cidade. É o caso do La Floridita, mais conhecido como o “bar do do Hemingway”, o grande escritor americano que viveu seis anos em Cuba e lá escreveu parte de sua obra, além de ter inspirado o daiquiri, um aperitivo também preparado com rum, limão, açucar e gelo picado.
Fomos lá logo na primeira noite. Continua tudo igual, mas melhor servido, embora sempre lotado, com conjuntos musicais se revezando a noite toda para a festa dos turistas. Caminha-se pelas ruas até tarde da noite como em Buenos Aires. Grandes grupos de jovens e de turistas na mesma hora lotam o calçadão junto à amurada do Malecon, onde o mar bate com força e às vezes molha todo mundo.
Vale a pena também visitar a feira de artesanato, com roupas e objetos típicos, os antiquários, os muitos sebos espalhados pela cidade e a fábrica dos famosos charutos Cohiba, onde se pode acompanhar todo o processo de produção artesanal. Como ninguém é de ferro, sempre é bom reservar uma parte do dia para ir à praia. Se o tempo disponível é pouco, melhor ir a Santa Maria, que fica a apenas 27 quilômetros de Havana, tem quiosques de comes e bebes na areia e um maravilhoso mar de águas limpas e tépidas, mescladas de azul e verde.

Alarcon,Acosta,Morais

Tão importante quanto voltar aos lugares que conhecemos e gostamos é reencontrar os amigos para saber como andam as coisas.
Foi o que aonteceu num longo jantar no El Templete, bem em frente ao porto de Havana, encimado por uma grande imagem do Sagrado Coração de Jesus, onde encontramos os amigos Ricardo Alarcón de Quesada, presidente da Assembléia Nacional do Poder Popular (o Congresso Nacional deles), 67 anos, hoje o segundo homem na hierarquia do poder, e Homero Acosta, 45 anos, Secretário do Conselho de Estado, espécie de Gilberto Carvalho de Raul Castro, um advogado apaixonado por música popular brasileira.
No meio do jantar, ainda apareceu nosso velho amigo Fernando Morais, autor de “A Ilha”, que está em Havana fazendo pesquisas para um livro sobre os cinco cubanos presos nos Estados Unidos desde 1998, acusados de espionagem pela Justiça americana, dois deles condenados a duas prisões perpétuas (teriam que nascer de novo para cumprí-las).
Cada vez que vou a Cuba, encontro situações diferentes, sempre carregadas de dificuldades mais ou menos permanentes e muitas esperanças no futuro. As maiores dificuldades continuam localizadas nas áreas de energia (80% do petróleo vem da Venezuela), habitação e abastecimento (80% dos alimentos são importados), agravadas pelos três furacões que varreram a ilha em setembro do ano passado, causaram prejuízos de 10 bilhões de dólares e destruíram dezenas de milhares de moradias.
E o futuro? Quando pergunto a Alarcon, um advogado de 67 anos, de fala mansa e didática, fisicamente parecido com dom Pedro Casaldáliga, como imagina a vida dele e a de Cuba daqui a dez anos, ele abre os braços e um sorriso, como quem diz: “Se eu soubesse…”.
Apesar da abertura muito lenta, gradual e segura que se opera hoje em Cuba, como foi no Brasil de Geisel no período final do regime militar, dá para notar que os controles internos já não são tão rígidos, mas ninguém pode imaginar como será a vida em Cuba no período pós-Castro (Fidel, com 83, está doente e fora de combate há dois anos, e seu irmão e sucessor Raul já completou 78) e, principalmente, após o fim do bloqueio americano.
Em Cuba, todos sentem que estão vivendo o final de uma era, sabem que algo está para mudar, mas ninguém arrisca prever o que virá depois, nem quando isso acontecerá. Uma coisa é certa: os cubanos, quem diria, botam muita fé no presidente americano Barack Obama e sabem que até o final do seu governo o bloqueio deverá ser levantado. É apenas uma questão de tempo, de paciência.
Obama tem muitos problemas para resolver ao mesmo tempo no mundo inteiro, sem falar nos seus embates internos. “Para nós, os Estados Unidos sempre tiveram uma grande importância, mas para os Estados Unidos sei que nós representamos hoje uma questão menor, menos urgente”, conforma-se Alarcon, que sempre procura situar as mudanças em seu país no contexto das profundas modificações que podem acontecer no mundo nos próximos anos.
Por tudo isso, os cubanos temem pela segurança de Obama _ na visão deles, hoje mais ameaçada do que já foi a do próprio Fidel Castro. Ao mesmo tempo, sabem que o levantamento do embargo/bloqueio não representaráo fim de um dia para outro todos os problemas sociais e econômicos enfrentados pelos cubanos hoje.
Ao contrário, pode ser apenas o começo de outros problemas. No dia em que os norte-americanos puderem todos viajar livremente para Cuba _ hoje é proibido por lei nos Estados Unidos, a não ser em casos excepcionais _ como a pequena ilha suportará a invasão de turistas?
Por quanto tempo resistirão a restaurada Habana Vieja de Euzébio Leal, a limpeza das águas do Caribe, a convivência serena entre nativos e forasteiros tomando a fresca no Malecon? E, na direção inversa, quantos jovens cubanos poderão optar por viver nos Estados Unidos ou em qualquer outro país e não mais voltar?
Em tempo:
No sábado, dia 24, Frei Betto foi recebido para almoço por Raul Castro. Falaram dos impasses da Revolução Cubana, como a existência de duas moedas e os subsídios estatais à alimentação.Raul Castro revelou que o governo pensa em aumentar os salários e reduzir tais subsídios, pois muitas famílias recebem cesta básica mensal sem dela necessitarem.
No final da tarde do mesmo dia, Fidel Castro recebeu Frei Betto em sua residência, uma casa de dois andares, em estilo californiano dos anos 50. Segundo Betto, conversaram sobre “os governos democrático-populares da América Latina, a importância dos meios de comunicação na formação cidadã das novas gerações e a questão da ética do poder”, tema do seu livro “A Mosca Azul”.

CUBA/ESPECIAL: 72 horas em Havana, 50 anos depois

Do Balaio do Kotscho

LA HABANA, CUBA _ Elas vão e voltam em seu passeio noturno, caminhando devagar e proseando pela rua. Com suas roupas coloridas, chamam a atenção dos turistas, mas parecem flanar em outro mundo, um mundo só delas. São duas senhoras mais ou menos sexagenárias, negras robustas como os enormes charutos de quase meio metro que fumam com prazer. Parecem felizes.
Quase nove da noite de sexta-feira, nossa última em Havana antes da viagem de volta, ainda se sente um calor gostoso, a brisa morna soprando do mar do Caribe. Cada um do nosso grupo de amigos foi para um lado diferente e agora caminho só com minha mulher, a Mara, pelas ruas estreitas e precariamente iluminadas do velho centro de Havana (o país vive mais um racionamento de energia), que foi declarado Patrimonio da Humanidade pela Unesco, e está sendo totalmente restaurado. Mal comparando, aqui é uma espécie de Pelourinho ou Ouro Preto deles.
Boa hora para entrar num bar e tomar um mojito, a bebida típica feita de rum, suco de limão, açucar, água gasosa e ramos de hortelã (pelo tanto que consomem, devem ser grandes as plantações da “hierba buena”, como a chamam por aqui), ouvindo ao vivo um conjunto de música caribenha, claro.
Passamos a tarde percorrendo cada viela, beco e praça, entrando nos prédios históricos _ tudo por aqui tem muita história _ em companhia de Euzébio Leal, 64 anos, historiador, arqueólogo e arquiteto “honoris causa” pela Universidade de Urbanismo de Ferrara, na Itália, a mais antiga do mundo.
Não poderíamos ter arrumado um guia melhor _ para não apenas ver, mas também conhecer e entender o que se passou por aqui, desde as longas e variadas lutas do povo cubano pela independência. Euzébio é uma espécie de “prefeito” desta parte de Havana, apaixonado pelo seu trabalho.
Quando lhe perguntei desde que idade se dedica a este ofício, responde com um sorriso: “Desde a vida toda…”. Mais exatamente, desde 1967, quando iniciou a restauração do antigo Palácio do Governo. A partir de 1993, com a criação da Oficina Del Historiador de La Ciudad, um orgão autônomo não estatal que ele comanda à frente de 10 mil colaboradores, entre eles 200 arquitetos, Eusébio Leal é uma espécie de prefeito plenipotenciário da La Habana Vieja.
Além das antigas moradias, ele já restaurou e administra 16 hotéis e mais de 70 comércios, entre lojas, bares e restaurantes, preocupado não só em resgatar o passado, mas em cuidar da rede de proteção social criada para os 74 mil habitantes espalhados por seus 4,9 quilômetros quadrados.
Outras 102 obras de restauração estão em curso e 40 delas devem ser entregues até o final do ano. O mais impressionante de tudo é uma monumental maquete montada com todas as edificações e vias da antiga cidade, que levou seis anos para ser concluída e onde cada um pode localizar o local onde morou.
É uma figura, este Euzébio, que parece conhecer pessoalmente cada morador da sua jurisdição como os velhos párocos do nosso interior. Ao passar pelas ruas _ algumas ainda calçadas com tacos de madeira _, é parado a todo momento por moradores que querem lhe contar alguma coisa, tirar uma foto, agradecer algum benefício recebido.
As duas senhoras charuteiras e o historiador Euzébio, além da sensação de segurança e tranquilidade que me deu andar por suas ruas, foram as imagens que mais me marcaram nesta viagem, a sexta ou sétima que faço à ilha, nem me lembro mais quantas foram.
Mas acho melhor contar como foi desde a chegada esta viagem de apenas 72 horas, no ano em que a Revolução Cubana comemorou 50 anos. Bastou contar aqui na semana passada que eu iria fazer esta viagem, justificando minha ausência por alguns dias no Balaio, para que os leitores já se dividessem entre os que defendem e os que condenam radicalmente o regime cubano, dando início ao Fla-Flu ideológico que até hoje provoca reações de amor e ódio em todo o mundo.
A uns e outros já deixo claro que não fui lá para trabalhar, mas apenas passear a convite de amigos. De qualquer forma, seria leviano fazer qualquer julgamento ou previsão sobre um país em tão curto espaço de tempo. Vou relatar apenas o que vi e ouvi. Cada um que tire suas próprias conclusões. Na verdade, para entender melhor Cuba, nada melhor do que ir lá e ver com seus próprios olhos para tirar suas próprias conclusões.

O flagelo do crack


Da Folha de S. Paulo


Por Carlos Alexandre


No interior, na capital federal ou nas grandes cidades, o crack se confirma como um flagelo brasileiro. O derivado da cocaína avança com uma voracidade tal qual a dependência que provoca nos jovens em contato com a droga. No último fim de semana, os cariocas ficaram chocados com o caso de um músico de 26 anos, viciado em crack, preso pelo assassinato em seu apartamento no Flamengo de uma jovem de 18 anos. Segundo depoimentos, a adolescente estava ajudando o artista a se livrar do vício. Pagou com a vida a derrota para o crack.


A tragédia na classe média do Rio de Janeiro ocorre em meio à guerra que explodiu na cidade onde, há poucas semanas, se comemorava a escolha como sede das Olimpíadas de 2016. Até do ponto de vista institucional, a situação é conflituosa. O Palácio Guanabara cobra uma ação mais efetiva do Planalto. “Tráfico de drogas é com a Polícia Federal. No Rio, infelizmente, não é”, definiu o secretário de Segurança José Mariano Beltrame. Prontamente o ministro da Justiça defendeu a ação colaborativa do governo federal. E fica o dito pelo não dito.


Antes mesmo da divergência entre Rio e Brasília, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso assumiu publicamente a descriminalização da maconha e reivindicou nova política antidrogas. O ponto-chave é o fracasso das ações de repressão — nunca se produziu tanta droga na Colômbia, por exemplo — e a necessidade de o usuário ser tratado como um doente e não como um criminoso. Note-se que o testemunho de Fernando Henrique, intelectual respeitado e voz ressonante no maior partido de oposição ao governo Lula, denota o insucesso de sua gestão à frente da política contra entorpecentes.


De toda a discussão, a miséria humana é o aspecto mais comovente. Luiz Fernando Prôa, pai do músico acusado de homicídio, escreveu uma carta pública contundente. Diz que o filho pagará pelo crime na Justiça, mas considera tudo uma “hipocrisia”. “As drogas ilegais não estão aí nas ruas fazendo suas vítimas diárias, transformando pessoas comuns em monstros, e o Estado não pode ficar fingindo o que não vê.”

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

A cara sombria do Rio


Do blog da Leila Cordeiro


É preocupante a quantidade de reportagens publicadas na imprensa internacional sobre a guerra do tráfico no Rio de Janeiro, onde inevitavelmente, os repórteres citam o Rio como a sede das Olimpíadas de 2016, cobrando providências para o problema. A revista britânica The Economist , por exemplo, afirma que a guerra nos morros do Rio de Janeiro é alimentada por uma competição feroz no mercado de drogas, que impõe uma série de dificuldades financeiras às gangues do tráfico e as leva a uma disputa violenta por espaços.
Sobre um faturamento anual de cerca de R$ 316 milhões, as gangues lucram cerca de R$ 27 milhões, diz a revista. Grande parte dos recursos é destinada à compra de armas, pagamento de pessoal e vendedores de drogas. A reportagem destaca ainda que algumas das armas usadas pelos traficantes são vendidas a eles pela polícia, e os policiais ainda praticam execuções sumárias em vez de se dar ao trabalho de processar os suspeitos, fazendo com que os moradores das favelas os vejam como uma fonte de injustiça tanto quanto os traficantes.
Que o diga o repórter do El País, Francho Barón, que ao tentar fazer uma reportagem no Morro dos Macacos, foi cercado pelos chefes do tráfico do morro, armados fifles, pistolas e escopetas, que lhe disseram: "Se quiséssemos, você estaria morto".
Na reportagem do El País, traduzida e reproduzida em jornais e sites brasileiros, Francho conta que foi rendido pelos traficantes fortemente armados e realmente viu a morte de perto, salvando-se por pouco. Ao se identificar como jornalista espanhol para o líder do grupo, ele pensou que o gravador que levava era uma câmera escondida, mas Francho acabou provando que não tinha nenhum material que comprometesse os bandidos. Diante disso, depois de ter a camisa rasgada, eles mandaram que saísse correndo do morro sem olhar pra trás. Francho descreveu numa frase o que muitos cariocas já sabem há muito tempo: "É a cara mais sombria e angustiante do Rio de Janeiro"!

A Influência da Mídia Sobre os Padrões de Beleza.

Do site Brasil Escola
Os padrões de beleza é um assunto polêmico e gerador de controvérsias, o que se vê nos dias atuais são mulheres insatisfeitas com sua imagem e atrativos físicos.
O que ocorre é que estes padrões mexem com o psicológico das mulheres, pois fica claro o conflito, não sabem como se valorizar pelos pensamentos e atitudes, pois existe uma influência acirrada que impõe padrões magérrimos fazendo-as acreditar, cada vez mais, que só serão bem aceitas pela sociedade se aproximando dos mesmos.
Esses padrões são definidos pelas propagandas na TV e em revistas. Isto é resultante de uma mídia capitalista que bombardeiam tantas informações de forma que a mulher chega até mesmo a esquecer sua individualidade e a natureza da beleza.
Os resultados desta forte influência são notórios, como a obsessão pela magreza, as dietas, a malhação, a cirurgia plástica, a moda, os produtos de beleza, todos vendidos pela mídia.
O que fica claro é o mito existente dentro destes padrões “vendidos”, uma vez que estas mulheres são magérrimas, vivem em prol da beleza, ganham milhões para terem corpos esbeltos; o que difere bastante da realidade da mulher moderna que precisa sair para o mercado de trabalho, se desdobrarem entre suas várias funções e ainda lidar com a cobrança interna e externa exigidas por esses padrões.
Para fugir desses padrões, que às vezes agridem tanto o aspecto físico quanto o emocional, talvez seja necessário que as pessoas ressignifiquem seus conceitos de beleza, priorizando seus pontos fortes afim de descobrir sua beleza natural.

Patrícia LopesEquipe Brasil Escola

CLASSE 'C' ARROMBANDO A INTERNET

Do Democracia e Política

"Arrombaram a web: como a classe C faz a sua revolução na internetNão bastasse puxar a economia do país para frente, a classe C está dando um show na internet. Promovida a classe média emergente, comprou computador, arrumou banda larga e está mandando ver online.
Quem você acha que infla os números brasileiros do Orkut (27,3 milhões de visitantes únicos em julho) ou mantém a atividade febril do MSN, com seus 32,1 milhões de usuários, conforme foram registrados pelo Ibope Nielsen Online?
No final de 2008, a penetração da internet na classe C chegava a 39%, segundo dados da TGI Brasil. A projeção do IAB, bureau de publicidade interativa, é que até dezembro chegue a 45%. Assim, quase uma de cada duas pessoas emergentes surfará na web até o final do ano. Essa penetração de 45% pode não ser lá essas coisas — nas classes A e B, 76% já estão na internet hoje. Mas como a classe C, hoje em dia, é a maior do país, qualquer ponto porcentual na internet causa um maremoto, não uma marolinha.
No início deste ano, a Fundação Getúlio Vargas estimava em 97,2 milhões de pessoas essa turma ascendente — gente com renda familiar mensal entre R$ 1.064 e R$ 4.561. Com a chacoalhada da crise, uma parcela pode ter despencado da classe C para a D — mas esse movimento está longe de ser dramático, porque são os emergentes, e não os ricos, os mais resistentes à crise atual.
Ao mergulhar na web, a classe C expande os números totais da internet brasileira de forma impressionante. Mais uma projeção do IAB: devemos chegar a 68,5 milhões de pessoas na internet no Brasil dentro de quatro meses.
Não é nada, não é nada, estaremos incorporando, este ano, 6,2 milhões de internautas, ou seja, mais que uma Dinamarca inteira, e isso só contando quem tem mais de 16 anos de idade.
E não estou falando de internauta desinteressado. Nós, brasileiros, já atingimos a marca de 30 horas por mês na web, quando se mede o uso da rede nas casas, de acordo com os dados do Ibope Nielsen Online.
Para alimentar essa expansão, foram vendidos 12 milhões de computadores em 2008 e outros 4,8 milhões no primeiro semestre deste ano, conforme os cálculos da Abinee, a associação brasileira da indústria elétrica e eletrônica. A banda larga deu em 2008 um salto de 45,9% em relação a 2007, conforme os dados do Barômetro Cisco, elaborado pelo IDC.
As conexões saltaram de 8 milhões para 11,8 milhões, com graus variáveis de qualidade, mas de qualquer forma com velocidade maior que a das linhas discadas. Vivemos finalmente um círculo virtuoso em que praticamente todo mundo ganha, e ninguém perde.
Se a massificação do ensino nos anos 80 deu nessa gororoba atual, e o acesso da classe C aos carros populares nos últimos anos transformou o trânsito caótico de grandes cidades em algo insuportável, na internet não houve trauma algum de absorção dos novos internautas. Muito pelo contrário. Há lugar sobrando para muitos milhões mais."

A necessidade está matando a esperança.

Do blog do Bourdoukan
Numa sociedade cuja cultura ainda é feudal e onde o exemplo das Capitanias Hereditárias é praticado diariamente, está mais do que na hora uma ação objetiva. Esse é um sistema que produz a cada dia, milhares, centenas de milhares de novos escravos pelo mundo, que nada mais são do que os excluídos, que vivem pior do que animais, já que estes não têm problemas com moradia ou alimentação.
Alguém já viu uma ave sem ninho? Ou uma raposa sem toca? Seres humanos sem-teto há aos milhões; seres humanos sem-terra há aos milhões. É claro que seria ingênuo supor que um sistema planetário vai permitir qualquer mudança substancial sem que haja uma ruptura. A História é cheia de exemplos.
Ruptura exige sacrifícios. Ninguém vai entregar os anéis em nome da solidariedade num sistema que faz da exploração e da exclusão prioridade única.
Ninguém vai rasgar o mísero papel que lhe dá direito a latifúndios sem fim em nome da solidariedade. Ninguém vai compartilhar sua empresa com os funcionários só porque eles são a verdadeira razão da existência dessa empresa.
A questão que se coloca é simples. Haverá coragem para a ruptura? Ou é mais fácil deixar tudo como está para ver como é que fica? Em todo o mundo, o que se vê é o sistema ruindo. E, se nada for feito, o planeta vai ruir com ele.

Drogas e o Rio de Janeiro

Do Opinião e Notícia

Todas as grandes cidades do Brasil têm um mercado de drogas ilegais. Se as pesquisas estiverem corretas, o consumo de cocaína, crack e maconha por pessoa no Rio de Janeiro não é maior em comparação com as outras capitais. Então por que a cidade que vai sediar os Jogos Olímpicos de 2016 está tão envolvida com violência e drogas, como foi mostrado nos dias 17 e 18 de outubro? Durante os dois dias, 25 pessoas foram mortas, incluindo três policiais. Além disso, dez ônibus foram incendiados e um helicóptero foi derrubado.
A cidade é marcada por atitudes prejudiciais de maus governos passados, como acordos com traficantes, na esperança de mantê-los pacíficos. A força policial é também parte do problema. As armas usadas por traficantes são vendidas por policiais que também matam muitas pessoas sem se preocuparem em prender suspeitos. Todas essas atitudes fizeram com que os moradores das favelas não confiem na policia.
Traficantes pagam tratamentos de usuários
Traficantes internacionais estão sendo condenados a desembolsar quantias em dinheiro para custear o tratamento de usuários de drogas.
A tendência foi observada em duas sentenças recentes da Justiça Federal de São Paulo, que determinou o pagamento de até R$ 50 mil ao Ministério da Saúde e à Secretaria Estadual da Saúde, como forma de reparar custos com tratamentos.
“É inegável que o governo tem um gasto considerável no tratamento, por meio do sistema público de saúde, de dependentes químicos e outras vítimas do narcotráfico. O prejuízo do Estado deve, pois, ser suportado não apenas pela sociedade civil, mas também pelos condenados por crimes relacionados com o tráfico”, afirmou na sentença o juiz Ali Mazloum, da 7.ª Vara Criminal Federal de São Paulo, em ação penal contra dois acusados, o nigeriano Chukwuemeka Frank Okoli-Igweh e a brasileira Maria das Graças da Silva.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Pobres estão mais perto do calote

Do Monitor Mercantil

Cresce endividamento no país. Quem ganha até R$ 500 tem mais dificuldade de pagar
Os consumidores brasileiros estão mais endividados e com menos capacidade de honrar os compromissos financeiros contraídos. É o que mostra a pesquisa da Serasa Experian, realizada com 450 mil tomadores de crédito no país.
Segundo o levantamento, o risco de inadimplência cresceu em todas faixas de renda, mas a condição é pior entre os ganham até R$ 500. Numa escala de zero a cem, a pesquisa Qualidade de Crédito do Consumidor indica que, no período de julho a setembro, a medição alcançou 78,2, marca 0,8% inferior à do segundo trimestre e a menor da série iniciada no primeiro trimestre de 2007.
De acordo com a Serasa, foi constatado que, de janeiro a agosto deste ano, enquanto o saldo dos empréstimos bancários cresceu 25,1%, a massa de rendimentos aumentou em percentual bem abaixo disso (13,7%).
Com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Serasa informou que a taxa média de desemprego aberto atingiu 8,6%, nesse mesmo período, ligeiramente superior à dos oito meses do ano passado.
A empresa espera, porém, que a recente recuperação do mercado de trabalho ajude a recompor o orçamento das famílias, principalmente, as de baixa renda. Ainda assim, prevê tendência de queda na concessão de crédito às pessoas físicas.
A pesquisa mostra que, no terceiro trimestre comparado ao segundo, a Região Centro-Oeste foi a que teve baixa mais significativa (1,6%), passando de 76,8 para 75,6.
"Isso é reflexo do menor dinamismo do setor do agronegócio", analisa o analista da Serasa Experian Luiz Rabi.
Ele afirmou que a economia mundial continua a sentir os efeitos da crise. Segundo Rabi, o ideal seria uma expansão do crédito para novos tomadores: "Mas o que a gente constata é que o crescimento tem ocorrido mais sobre a mesma base de pessoas", salienta o analista.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Nada mais do que um esbulho

Do Tribuna da Imprensa

Por Carlos Chagas

Meio por acaso, ficamos sabendo de mais um crime de lesa-pátria que vinha sendo praticado desde os tempos de Fernando Henrique Cardoso e continuado pelo Lula. Sabia o cidadão comum, eterno pagador de impostos, que o capital estrangeiro estava isento de qualquer taxação? Pois é. Decidiu o atual governo, depois de sete anos, cobrar 2% de IOF para as aplicações de curto prazo que venham do estrangeiro…
Quer dizer, o capital-motel tripudiou sobre todos nós durante quinze anos. Chegava de tarde, passava a noite e ia embora de manhã, depois de haver estuprado um pouquinho mais nossa economia. Não pagava nada, para entrar e sair.
Mesmo sendo ridícula essa taxa de 2%, já é alguma coisa. No Chile, exemplo ímpar do reinado do neoliberalismo, o Imposto Sobre Operações Financeiras é de 10%, sendo proibida a entrada de capital que não permaneça pelo menos um ano no país. Entre nós, era a lambança explícita, alimentada pelas mais altas taxas de juros do planeta. De Malan a Palocci e a Mantega, todos celebraram o ingresso de centenas de milhões de dólares que, para eles, representaram a entrada do Brasil no clube globalizante. Nada mais do que um esbulho.
Acresce que esse capital predador, sem criar um emprego sequer, nem forjar um parafuso, bateu asas há um ano, quando da eclosão da crise econômica mundial. Voltou faz pouco, fiado nas mesmas facilidades de antes. Talvez saia de novo, em sinal de protesto. Ainda bem.

Para inglês do COI, a “Guerra do Rio” é “insignificante”

Do Balaio do Kotscho

Os trágicos acontecimentos da chamada “Guerra do Rio” no último fim de semana, em que um helicóptero da polícia foi abatido por traficantes, deixando um rastro de mortos e feridos, fez a festa da urubuzada que estava só esperando a primeira chance para sair da toca gritando: “Tá vendo? Não avisei? Olha aí o Rio que vai sediar a Olimpíada! É o fim do mundo!”
Como se fosse possível, de uma hora para outra, só porque o Rio foi eleito faz duas semanas para receber as Olimpíadas de 2016, restabelecer a paz e acabar com o poder bélico da bandidagem na eterna luta da polícia contra o crime organizado movido a tráfico de drogas e de armas nas mais de mil favelas cariocas.
Para a turma do quanto pior, pior mesmo, tanto melhor, deve ter sido uma tristeza ler a manchete da página 15 de O Globo desta terça-feira: “Membro do COI diz que episódio é insignificante”. Se eu escrevesse uma coisa dessas, seria logo chamado de nacionalista imbecil, daí para cima.
Logo abaixo do título, o dirigente inglês Craig Reedie, membro do Comitê Olímpico Internacional (COI) explica sua afirmação: ele lembrou que em Londres, um dia após a escolha para os Jogos de 2012, atentados terroristas mataram 52 pessoas.
Em entrevista ao jornal “The Independent”, Reedie lamenta o ocorrido no Rio, mas afirma que o fato era “insignificante, comparado ao que aconteceu em Londres, em 2005″.
O texto de O Globo lembra: “Em 7 de julho daquele ano, logo depois da escolha da cidade para sediar as Olimpíadas de 2012, quatro homens-bomba causaram explosões em trens, metrô e ônibus, deixando 52 pessoas mortas e cerca de 700 feridas”.
Nem por isso, que me lembre, jornalistas ingleses sairam por aí afirmando que Londres não tinha condições de segurança para abrigar uma Olimpíada.
Nós ainda temos seis anos pela frente para que os poderes públicos reassumam o controle das áreas hoje controladas por traficantes e milícias.
Sempre podemos olhar as coisas por dois lados.
A visão otimista é acreditar que o Rio tem nas responsabilidades assumidas diante do COI pelos governos federal, estadual e municipal a grande chance de ganhar esta guerra e criar as condições para viver melhor e em paz após a Olimpíada.
A dos pessimistas, é ficar repetindo daqui até 2016, a cada novo episódio de violência, que é o fim do mundo, que vai ser um vexame, que nós brasileiros não temos condições de garantir a segurança de quem vier ao Rio para competir ou assistir aos Jogos Olímpicos.
Cada um que escolha a sua. A minha é a primeira.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Fome vai atingir recorde de 1 bilhão de pessoas em 2009, diz FAO


Do Diário do Gauche


A calamidade é um recorde histórico
O número de pessoas que passam fome no mundo chegará neste ano ao recorde histórico de 1 bilhão, segundo a projeção mais atualizada da FAO, o braço da ONU para a agricultura e alimentação, divulgada na última sexta-feira, 16/10. A informação é da BBC Brasil.


A situação, que a organização descreve como "uma combinação perigosa de desaceleração econômica e preços de alimentos que insistem em se manter alto em muitos países", deve fazer com que 100 milhões de pessoas sejam empurradas para baixo da linha da pobreza.


"Embora importante progresso tenha sido obtido para reduzir a fome crônica na década de 1980 e na primeira metade de 1990, a fome aumentou inexoravelmente durante a última década", diz a organização.


"O número de famintos aumentou entre 1995-97 e 2004-06 em todas as regiões do mundo, exceto na América Latina e no Caribe", acrescenta a FAO. "Mas inclusive nesta região os progressos históricos na redução da fome foram anulados como consequência da alta dos preços dos alimentos e da atual crise econômica.


"Segundo o relatório, "a crise econômica se produz como continuação da crise alimentar e energética de 2006-08".


"Em termos reais, os preços têm permanecido em média 24% acima dos de 2006", acrescenta a entidade. "Para os consumidores pobres, que gastam até 60% de sua renda em alimentos básicos, isso significa efetivamente uma forte redução de seu poder aquisitivo.


"A organização ressalta que os países pobres e em desenvolvimento são, de longe, os que mais abrigam desnutridos.


E eles são também os mais vulneráveis à crise global: os investimentos direcionados a eles devem cair 32% neste ano (segundo o FMI), assim como o volume de remessas de estrangeiros (entre 5% e 8%, de acordo com o Banco Mundial).


O relatório diz que soma-se a isso uma queda no volume do comércio mundial (entre 5% e 9%, segundo o FMI e a OMC) e a redução no volume de ajuda internacional.


"Não podemos ficar indiferentes à situação atual de insegurança alimentar no mundo", alertou o diretor-geral da FAO, Jacques Diouf. Ele também pediu mais mecanismos para elevar a produtividade agrícola dos países pobres.


"Esta crise silenciosa da fome, que afeta um em cada seis seres humanos, representa um sério risco para a paz e a segurança mundiais", acrescentou.Segundo a FAO, muitos dos que passam fome vivem no campo - mas serão os pobres da cidade que, afetados duramente pela piora da situação econômica e pelo aumento do desemprego, terão dificuldades de fazer frente à recessão mundial.


A FAO estima que 642 milhões de pessoas passem fome na região da Ásia e Pacífico. A África Subsaariana possui 265 milhões de pessoas com fome.


Em seguida, vêm a América Latina e Caribe (53 milhões), África do Norte e Oriente Médio (42 milhões) e os países desenvolvidos (15 milhões).

Para críticos de Olimpíada, Rio deveria ter outras prioridades

Da BBC Brasil

A escolha do Rio de Janeiro como sede dos Jogos Olímpicos de 2016 recebeu críticas de especialistas que consideram a realização do evento uma inversão de prioridades.
"O Brasil tem outras prioridades e carências sociais para serem resolvidas, como educação, saúde, esporte para todos, habitação", diz o advogado Alberto Murray Neto, ex-membro do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), árbitro do Tribunal Arbitral do Esporte, em Lausanne (Suíça), e um dos principais críticos da realização da Olimpíada no Rio.
O alto custo do evento, calculado em mais de R$ 25 bilhões, as carências na infraestrutura do Rio em áreas como transporte e habitação, a falta de políticas públicas para o esporte e o temor de que os investimentos não se revertam em benefícios mais duradouros para a população são alguns dos problemas apontados por críticos.
“Eu entendo a opção do governo brasileiro como meio de propaganda, de projetar uma imagem mais favorável do próprio Rio, das repercussões econômicas para o turismo. Mas o custo é muito elevado”, diz o economista Gustavo Zimmermann, professor de Economia do Setor Público da Unicamp.

Segurança

Zimmermann diz reconhecer os benefícios que os Jogos trarão em termos de projeção de auto-estima do Brasil, mas considera muito pouco frente aos gastos necessários.
“Os recursos são escassos, e o Rio tem outras prioridades. Por exemplo, o estabelecimento de um plano de segurança”, afirma.
A segurança é considerada um dos principais gargalos na estrutura do Rio para abrigar um evento como os Jogos Olímpicos.
O economista Daniel Motta, professor de Economia e Estratégia do Insper (ex-Ibmec/SP), cita o exemplo dos Jogos Pan-Americanos, realizados na cidade em 2007, como mostra de que é possível garantir a segurança de um evento de grande porte.
“Nos bastidores, sabemos que o Exército teve que atuar, a polícia teve um esforço concentrado. Mas não tivermos nenhum incidente com segurança”, afirma.
No entanto, segundo Zimmermann, a segurança durante os Jogos Olímpicos não será mantida depois do término do evento. “Não vai proteger o cidadão no dia-a-dia”, diz.

Brasil será 'a grande história' de 2010, diz 'Financial Times'

Da BBC Brasil

Um artigo publicado na edição desta terça-feira do jornal Financial Times afirma que "o Brasil é a potência do século 21 a se observar".
Assinado pelo comentarista Michael Skapinker, o artigo compara duas visões antagônicas do país – uma negativa, na qual se sobressaem problemas de violência e desigualdade social, e uma positiva, que ressalta uma economia pujante e plena de recursos naturais.
Sem tomar partido por uma das visões, o comentarista diz que o país será "a grande história do próximo ano".
Os fundamentos de sua avaliação foram apresentados por ele em um recente encontro que reuniu jornalistas de diferentes publicações internacionais.
"O Brasil acabava de passar por uma crise financeira em boa forma. O país estava sentado em uma vasta descoberta de petróleo em alto mar. Havia testemunhado a maior abertura de capital do mercado neste ano – os US$ 8 bilhões colocados em bolsa pelo braço brasileiro do Santander. Seria também a sede de dois dos maiores eventos esportivos do mundo: a Copa de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016."
Para Skapinker, o outro lado da moeda seria a violência. "Não pude esconder certa palpitação em relação às desvantagens conhecidas do Brasil", diz ele, citando relatos e notícias de furtos, assaltos à mão armada a sequestros.
"Não vi nada disso", diz o comentarista, que recentemente fez sua primeira visita ao Brasil. "Mas dois dias após minha saída do país, enfrentamentos armados entre gangues rivais no Rio custaram pelo menos 14 vidas, incluindo as de três policiais mortos quando o helicóptero em que estavam foi abatido."
Para o comentarista, "é grande crédito do Brasil que, durante vários dias de encontros e entrevistas no Rio e em São Paulo, ninguém negou que o crime violento é uma realidade no país, e pode ter um sério impacto no seu desenvolvimento".
Já pelo lado positivo, diz Skapinker, "o Brasil é um país com imenso potencial, um povo acolhedor e diverso, excelente comida e diversas empresas de porte mundial".
"Diferentemente da China, o Brasil não tem conflitos étnicos agudos e é uma democracia partidária. Os brasileiros reclamam da corrupção de seus políticos, mas apontam que, ao contrário dos Estados Unidos, os resultados das eleições presidenciais – a próxima é em outubro de 2010 – são anunciados rapidamente."
O comentarista acrescenta que a riqueza petroleira, em um país que produz a maior parte de sua energia de hidrelétricas e etanol, representa um "prospecto intrigante".
"Os brasileiros sabem que o petróleo pode ser uma maldição ou uma bênção. A maneira como empregarem sua nova riqueza determinará se o país se tornará uma força no século 21."
O comentarista encerra o artigo retomando sua idéia inicial. "O Brasil será uma grande história – não apenas no próximo ano mas por muitos anos."

Brasil precisa ter mais 550 mil cientistas

Do Monnitor Mercantil

Brasília - O Brasil tem 150 mil cientistas, mas, pela proporção da população, o número ideal seria 700 mil. A afirmação foi feita pelo ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, no primeiro dia da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, evento anual realizado pelo ministério com o objetivo de despertar a curiosidade dos jovens para a ciência.
O evento é realizado simultaneamento em 350 municípios e vai até domingo: "Temos um grande trabalho para fazer, que é formar pesquisadores, mas, para isso, temos de atrair os jovens e isso depende da ciência brasileira ser mais conhecida e o jovem estar participando de exposições e demostrações de ciências para ele se interessar."
Durante o evento, professores e voluntários fazem demonstrações simples em todo o Brasil e que despertam o interesse do jovem, "fazendo com que ele perceba que também pode fazer aquilo", disse.
Segundo o ministro, o Brasil já avançou em setores como agropecuária, exploração de petróleo e aeronáutica, mas precisa investir "nas áreas do futuro", caso de nenotecnologia, biotecnologia, fontes renováveis de energia e novas energias para transporte.

De onde vem o dinheiro dos Talibans?

Do Entrementes

Para quem acompanha notícias internacionais, particularmente o que acontece no Afeganistão, recomendo um texto da jornalista americana Jean Mackenzie, correspondente do Global Post em Cabul (aqui traduzido para o português pelo blog ODiario.info).
A jornalista diz que, diferentemente do que se acredita, o dinheiro dos Talibans não vem majoritariamente do comércio de ópio (o Afeganistão é o principal fornecedor de papoulas para heroína), mas sim de Estados do Golfo Pérsico e de recursos desviados…dos próprios americanos.
Segundo Mackenzie, os talibans necessitam de algo entre US$ 100 milhões e US$ 300 milhões ao ano para manter sua máquina de guerra. Ela aponta que boa parte do dinheiro advém de extorsões e cobranças por proteção a construtoras afegãs contratadas pelo governo dos EUA (e de outras fontes internaconais) para tocarem obras pelo país, como estradas e pontes.
Mackenzie apurou que quando fecha um contrato para obras em áreas sob influência dos Talibans, a construtora já separa 20% para os próprios. Uma espécie de pedágio, onde os Talibans permitem o término da obra, para muitas vezes, destruí-la depois (ou seja, após todos terem recebido a sua parte).
Eis a lógica da guerra na Ásia Central….

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Não vi a Cuba de Yoani

Por Joaquim São Pedro

Do site do PSB



Li a entrevista da blogueira cubana Yoani Sanches à revista Veja. Quero dizer que estive em Cuba há um ano. Por dez dias, viajei entre Havana e Camaguey. Foram cerca de 570 quilômetros percorridos pela Carretera Central de Cuba, uma rodovia de 1.140 quilômetros de extensão que vai desde Havana até Santiago de Cuba. Uma viagem fascinante. Rara oportunidade de presenciar um pouco da história, da cultura, da fauna, da flora e das atividades agropecuárias do país.
Conheci um país belíssimo de um povo bonito, predominantemente de negros, brancos e mulatos; gente alegre, brincalhona e hospitaleira. Nada disposta a ficar chorando os seus problemas para que o mundo sinta pena dela. Conversei com as pessoas, jovens e velhos, homens e mulheres. Constatei que todos querem mudanças, que representem desenvolvimento, mais emprego, mais conforto, mais oportunidades de moradia.
Cuba foi isolada por uma política externa imposta pelos EUA em represália ao triunfo da revolução. Mas o povo cubano sobreviveu e, por isso, quer dialogar, porque pretende vender e comprar produtos e serviços de países que tenham a mesma disposição. Mas sem que isso represente interferência externa na sua soberania. É pura relação diplomática e comercial. A revolução assegurou aos cubanos valores que se tornaram inalienáveis. Falo de solidariedade, do respeito à diversidade, do espírito de coletividade, da ética, do amor ao próximo. De direitos como saúde pública, educação, emprego, saneamento básico, moradia e autonomia para o governo gerir as suas riquezas naturais, sem ter de entregá-las ao estrangeiro.
O boicote causou problemas a Cuba, mas eles estão sendo enfrentados, sem que para isso seja preciso abrir mão da identidade nacional; sem cartilha neoliberal, como querem fazer crer ao mundo os veículos de comunicação que servem ao imperialismo econômico.
A "liberdade" que os cubanos buscam não é uma passagem aérea na mão, mas o direito de continuar a ser uma Nação capaz de enfrentar suas questões internas e externas, sem unilateralidade, promovendo uma política externa de respeito mútuo e às normas internacionais.
O socialismo não é o problema de Cuba, é a solução, porque representa a conquista de uma respeitabilidade internacional para o país e seu povo. O obstáculo a ser vencido é a opressão externa, liderada pelos EUA, e a propaganda dos contra que tentam macular a imagem de um governo que expulsou milionários americanos que viviam na ilha em absoluto comportamento predatório.
Se fosse bom o receituário imperialista, países tutelados econômica e politicamente pelos Estados Unidos seriam um paraíso. Muitos deles são, em verdade, paraísos fiscais. Honduras, Costa Rica, Guatemala, Colômbia, Chile, Jamaica, Paraguai, para citar alguns ditos democráticos e livres, estão lotados de problemas econômicos, políticos e sociais, com baixíssimo índice de desenvolvimento humano, analfabetismo, concentração de renda, miséria, democracia de fachada e subserviência da mídia ao poder econômico.
Há nestes países dependência escancarada em relação ao capitalismo internacional e muito pouca autonomia política. É o que está ocorrendo agora com Honduras, que não resolve a sua crise, por causa da inércia da OEA, que está enfraquecida por causa da omissão do governo Barack Obama, que não se posiciona sobre o golpe hondurenho, com medo dos conservadores republicanos, que de tudo fazem para inviabilizar seus projetos no Senado.
O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da ONU, que mede a qualidade de vida de 182 países, classificou Cuba na posição 51, à frente de Brasil (75), Rússia (71), Arábia Saudita (59), por exemplo, e bem próximo da Argentina (49) e do Uruguai (50). Ou seja, para a ONU, cubanos, argentinos e uruguaios, entre tantos, têm nível de desenvolvimento humano parecido e bem melhor do que o Brasil (75), que, diga-se de passagem, melhorou a sua posição nos últimos anos.
O futuro político de Cuba aos cubanos pertence. Neste ponto, o presidente Lula tem tido uma posição madura na defesa da integração regional, pregando o fim do boicote liderado pelos Estados Unidos, sem que isso represente interferência externa, até porque lá não há insurgência e há normalidade institucional.
Pelo que ouvi e vi dos cubanos, eles não querem esmola, buscam parcerias que representem desenvolvimento. Políticas que tratem de incrementar os setores de comércio, indústria e agropecuária; querem trocar informações e cooperação em ciência e tecnologia; querem comprar máquinas e insumos para o campo para ampliar a sua pauta de exportação.
Minha impressão é que Cuba quer receber turistas e lhes mostrar os seus recursos naturais e culturais; a sua música, as suas praias, os seus drinques, a sua comida, a alegria e a hospitalidade de seu povo. Com uma boa infraestrutura hoteleira, o turismo na Ilha hoje responde por cerca de 30% da receita.
O cubano não esconde mendigos para o turista passar, até porque lá eles não existem. As dificuldades são um problema que todos enfrentam juntos. Não há fome, sede, frio ou pessoas morando na rua. Para enfrentar as catástrofes naturais, como tufões e maremotos, eles desenvolveram técnicas de preservação, antes de tudo, da vida humana, embora haja sérios prejuízos materiais, como o ocorrido no ano passado.
Não há fila em hospitais e todas as crianças estão matriculadas nas escolas, que, obviamente, são públicas e de ótimo nível. A Escola Latino-Americana de Medicina forma médicos e enfermeiros, anualmente, centenas de jovens pobres, do Brasil, dos Estados Unidos, do México, do Canadá, de Honduras, Costa Rica e países da África e da Europa, entre tantos, que não têm oportunidade em seus países.
Nas ruas presenciei gente discutindo política (o cubano fala alto e gesticula muito), tomando sorvete, dançando, cantando e namorando; indo à praia de carro ou em transporte coletivo público. Comi e bebi em casa de cubanos e entendi que não há fartura, há uma racionalidade de consumo necessária e criativa. Há jovens e velhos praticando esportes, indo ao cinema, vendo televisão (inclusive seriados americanos), ao teatro e lendo.
Yoani tem lá os seus motivos e angústias para criticar o seu país. Mas falta-lhe, no meu modo de ver, consistência. Ela critica as estatísticas oficiais, mas não as rebate com números, apenas divaga. Fala em diplomacia popular, como se isso fosse praticado ostensivamente fora do território cubano. Pura utopia. Não imagina os males que o poder econômico causa aos países satélites dos EUA.
Ela diz que quer sair e voltar. Mas não se apresenta com propostas e sugestões de um país melhor. Talvez ela devesse mesmo sair para buscar os seus prêmios. Mas também para constatar que vive, ao lado do seu filho, num país que tem tantos problemas quanto os demais países da América Latina, mas que respeita os direitos dos cidadãos muito mais do que ela imagina.

* Joaquim São Pedro, 51 anos, é jornalista há 25 anos. Começou no Rio de Janeiro e está há 14 anos em Brasília. Trabalhou em O Globo e no Jornal do Brasil. Há dez anos atua em assessoria de imprensa. Trabalhou com o ex-senador Paulo Hartung e na Presidência do Senado. Há dois anos e meio está lotado na Liderança do PSB no Senado. Tem pós-graduação em Direito Legislativo, Ciência Política e Direito Constitucional.

NOVAS MODALIDADES OLÍMPICAS

Do Direto da Redação

Por Antonio Tozzi

Miami (EUA) - Gostaria de pegar carona num artigo escrito pela colega Leila Cordeiro, no qual ela se mostrou indignada pelo comentário da comediante Wanda Sikes e, para surpresa (decepção?) dela muitos leitores de seu blog concordaram com a piada da humorista – que, para mim, nem é assim tão engraçada -, onde ela diz não saber que prostituição seria uma das modalidades em disputa na Olimpíada do Rio de Janeiro, numa crítica ácida à escolha da cidade brasileira como sede dos Jogos Olímpicos de Verão em 2016.
Em primeiro lugar, vale destacar alguns pontos: Wanda é muito amiga do casal Obama e, claro, estava torcendo pela escolha de Chicago. Além disto, por sempre achar que é preciso ser engraçada preferiu não perder a piada. Não sou do tipo que se sente ultrajado por este tipo de comentário, assim como considero um exagero o que alguns brasileiros fizeram com a exibição de um episódio dos “The Simpsons”, onde a família vai passar férias no Brasil e se depara com macacos no Rio de Janeiro, e enfrenta situações constrangedoras. A presença de macacos na Floresta da Tijuca é um fato, e ninguém pode dizer que o Rio seja exatamente uma cidade segura, basta ver os recentes noticiários mostrando a verdadeira guerra entre policiais e traficantes. Além do mais, os criadores do “The Simpsons” satirizam o indiano, “dono da lojinha de conveniência” e sobretudo ironizam o americano médio caracterizado por Homer Simpson, personagem que não brilha por sua inteligência e perspicácia.
Mas, voltando às modalidades olímpicas, o Brasil poderia conseguir uma medalha de ouro em prostituição, porém, teria de brigar muito com os EUA, onde a prostituição também é galopante, sobretudo em New York, Los Angeles, Miami, Las Vegas, Chicago e Detroit. E tambem os dois países teriam a forte concorrência dos países latinos, europeus, africanos e asiáticos. Acho que apenas os fanáticos muçulmanos seriam concorrentes fracos nesta categoria, isto apenas por causa das leis severas – obtusas seria mais apropriado – contra as mulheres.
Na categoria violência urbana, o Brasil é outro forte concorrente, com nossas capitais apresentando índices imbatíveis, mas certamente teriam outros candidatos fortes, como EUA – Chicago, por exemplo, tem a maior taxa de morte violenta de estudantes de segundo grau em escolas da cidade -, América Latina, Europa e principalmente Oriente Médio e Ásia Menor e África, onde a vida é muito barata. Aqueles incompreensíveis suicidas que atacam pessoas indiscriminadamente carregando cintos com explosivos são campeões mundiais de jumentice, com certeza.
Corrupção é outra modalidade na qual o Brasil teria grandes chances de medalhas olímpicas. Entretanto, não é fácil. A Nigéria e os demais países africanos são fortes concorrentes, bem como os representantes latino-americanos e do sudeste asiático e, mais uma vez, a região conflagrada pela guerra, juntamente com alguns países europeus formados após a dissolução das repúblicas comunistas.

Fome atinge nível mais alto em quatro décadas


Do Blog do José Paulo Kupfer


Aqui vai um resumo do “press release” divulgado nesta quarta-feira, 14 de outubro, pela FAO, anunciando a publicação da edição 2009 do relatório “A situação da insegurança alimentar”. Não há uma linha sobre o assunto nos principais jornais do País, nesta quinta-feira.
Segurança alimentar é um conceito que expressa a capacidade de uma sociedade prover, sem incertezas, comida de qualidade, na quantidade requerida para uma vida saudável e produtiva, todos os dias, para todos os seus integrantes.
O relatório mostra que, com todo o progresso e a prosperidade dos últimos anos, mesmo antes da crise global, aumentou a insegurança alimentar no mundo. Depois da crise, a situação piorou, como era de se esperar. Aqueles que vivem em insegurança alimentar cumprem o trágico destino de formar o exército das maiores vítimas das crises econômicas.
No meu modo de entender, qualquer progresso econômico, em ambiente de insegurança alimentar, mancha e desqualifica a civilização. Do ponto de vista econômico, é supérfluo e instável.
Segundo a FAO, a fome atingiu, em 2009, o maior número de pessoas desde 1970. Mesmo não configurando nada de novo, a fome no mundo é encarada com uma naturalidade inaceitável, que deveria envergonhar – ainda mais quando, em pleno século XXI, só faz aumentar. Ainda que conviver com a fome é a regra, o chocante é que problema não produza nenhum choque.



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A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e o Programa Mundial de Alimentos (PAM) publicaram hoje um relatório sobre a fome no mundo.
São devastadores os efeitos da crise econômica sobre as populações carentes. Mais de 1 bilhão de pessoas passa fome no mundo, um aumento de 9% em relação ao ano passado, atingindo o nível mais elevado desde 1970.
Estes dados estão contidos no relatório da FAO e do PAM intitulado “A situação da insegurança alimentar”, edição de 2009, divulgado nesta quarta-feira, às vésperas do “Dia Mundial da Alimentação”, que se comemora amanhã, dia 16.
Segundo o relatório, a maioria das pessoas que passa fome se encontra nos países subdesenvolvidos. Na Ásia e no Pacífico são 642 milhões; na África subsaariana são 265 milhões; na América Latina e Caribe, 53 milhões; no Oriente Médio e na África do Norte, 42 milhões e nos países desenvolvidos, 15 milhões.
Na última década o número de pessoas subnutridas aumentou de maneira lenta, mas constante. Grandes passos foram dados contra a desnutrição nos anos 80 e nos anos 90, por causa dos investimentos na agricultura depois da crise mundial de alimento dos anos 70. Mas de 1995 a 1997 e de 2004 a 2006, com a queda da ajuda ao desenvolvimento da agricultura, o número de pessoas desnutridas aumentou em todas as partes do mundo.
“O número de pessoas que passam fome mostra a “extrema fraqueza dos governos em garantir a segurança alimentar de suas populações”, afirmou o diretor geral da FAO, o senegalês Jacques Diouf. Segundo a FAO, nos últimos anos, o número de famintos aumentou não só nos períodos de crises econômicos e preços em alta, mas também nos de prosperidade e queda nos preços.
“Os líderes mundiais reagiram com determinação contra a crise econômica e financeira e foram capazes de mobilizar bilhões de dólares num breve espaço de tempo”. Ressaltou Diouf, “a mesma determinação é necessária agora para combater a fome e a pobreza”.
Diouf concluiu ser necessário investir no setor agrícola dos países subdesenvolvidos, não somente para exterminar a fome e a pobreza, mas também para assegurar um generalizado crescimento econômico, a paz e a estabilidade no mundo.

Crescimento do NE precisa ir além da alta do consumo

Do Valor Econômico

A retomada do crescimento econômico brasileiro, que já aponta elevação de 5% do PIB em 2010, tem sido sustentada pelo mercado interno. Para isso, programas de transferência de renda e elevação do emprego nos segmentos ligados ao setor de serviços foram decisivos para contrabalançar a retração da indústria, que sofreu com o corte do crédito e o fechamento do mercado externo. O modelo de crescimento do Brasil pós-crise pode ser simbolizado pelo Nordeste, o maior beneficiado pelas transferências sociais de renda e o principal impulsionador do comércio varejista.
Nos primeiros sete meses do ano, as vendas do varejo na região aumentaram 5,6% sobre o mesmo período do ano passado, e um ponto percentual acima do crescimento verificado pelo setor no país. O setor industrial, mais concentrado na produção de alimentos e bebidas, sofreu menos no Nordeste que no resto do país. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), alimentos e bebidas representam cerca de 25% da produção industrial na região. Assim, o crescimento do consumo contribui para que a queda no setor seja menor. Dados de setembro do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados pelo Ministério do Trabalho, dão conta que quase 40% dos empregos formais gerados no último mês do terceiro trimestre ocorreram no Nordeste - ao todo, 100,4 mil postos. No entanto, este modelo de crescimento não é o ideal, avaliam economistas e cientistas sociais que participaram do seminário Desenvolvimento Regional do Nordeste, realizado em Recife pelo Centro Celso Furtado, na semana passada.
"Estamos crescendo, e isso é ótimo. Mas ninguém discute como esse crescimento está acontecendo", afirma Jair Amaral Filho, economista da Universidade Federal do Ceará (UFCE). Os setores que mais empregam na região, segundo Amaral, são comércio varejista e administração pública, além da indústria produtora de alimentos e bebidas. Segundo dados do Caged, metade dos postos criados no setor industrial em setembro no país atendeu o setor de produtos alimentícios e bebidas (62,7 mil), tendo os Estados nordestinos à frente.
Boa parte da renda que tem sustentado o crescimento constante do setor de serviços na economia é oriunda de transferências promovidas pela União. Os Estados e municípios do Nordeste receberam no ano passado quase US$ 40 bilhões por meio de transferências orçamentárias como Cide, Fundeb, Fundo de Participação dos Estados (FPE) e Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Neste ano, com a desaceleração econômica, que achatou as receitas, e políticas de isenções fiscais, como a redução do IPI para montadoras e para eletrodomésticos da linha branca, as transferências orçamentárias serão menores. Mas este efeito, dizem os analistas, será compensado pela elevação do salário mínimo - que também corrige dois terços dos benefícios previdenciários - e programas sociais como Bolsa Família e Benefício de Prestação Continuada (BCP).
Segundo Amaral, fatores antes criticados na região, hoje são apontados como contribuidores do crescimento mais acelerado. "O Nordeste estava se beneficiando pouco das altas nas commodities antes da crise, além da menor importância da indústria exportadora em comparação a outras regiões", afirma. Além disso, o corte nas alíquotas do IPI beneficiou o comércio atacadista e varejista.
O maior receio entre os acadêmicos da região é que se consolide entre as empresas e o governo federal o modelo de crescimento atual, que vê os Estados do Sul e Sudeste com uma política de desenvolvimento industrial e o Nordeste com uma política de consumo de massas. Para Amaral, a política promovida pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) de fortalecer empresas nacionais por meio de empréstimos para fusões e aquisições - política de "campeãs nacionais" segundo o banco - poderia incluir empresas da região, e não apenas as sediadas em Estados do Sudeste.
Segundo o chefe do departamento regional do BNDES para o Nordeste, Paulo Ferraz Guimarães, não se trata de uma questão de "exclusão regional", mas de distribuição estrutural da indústria, historicamente concentrada no Sudeste. "Estamos interessados no desenvolvimento, não há regionalização do financiamento", afirma.
De janeiro a agosto deste ano, o BNDES liberou R$ 15,3 bilhões para companhias nordestinas. Segundo Guimarães, esse valor deve alcançar R$ 18 bilhões até o fim do ano. Há maior número de operações também - 20.300 mil, o equivalente a 91% mais que no mesmo período de 2008. "Talvez a participação do BNDES na região nunca tenha sido tão boa", diz. Estaleiros portuários em Suape (PE) e Pecém (CE) e projetos federais como a rodovia Transnordestina - que deve integrar sete Estados do Nordeste - apontam a direção do que o banco pretende fazer na região.
"O setor de serviços, o maior empregador, é o que necessita de trabalhadores menos instruídos e o que paga os salários mais baixos", afirma Lena Lavinas, economista da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Mesmo diante dos avanços na diminuição da pobreza e da miséria nos últimos anos, o Nordeste continua com os piores indicadores sociais. Segundo Lavinas, o Nordeste apresenta os índices mais elevados de indigentes - 16 milhões de pessoas - e de pobres que vivem apenas com renda do trabalho - 48,8%. "Não é possível sustentar uma família de quatro pessoas com um salário mínimo, por mais que ele tenha se recuperado nos últimos anos", afirma a economista.
Para Lavinas, as transferências de renda devem ser ampliadas a fim de garantir eficiência total, uma vez que mesmo sendo o maior receptor dos programas sociais, 42,7% dos moradores pobres do Nordeste ainda não recebem o Bolsa Família. Segundo Tania Bacelar, economista da UFPE, mais de um terço dos que vivem em regiões rurais da região são analfabetos. "O problema é sério também nas capitais. Metade dos moradores do Recife estão vivendo em favelas", afirma. Para a economista, após a dissipação das turbulências financeiras mundiais, a retomada econômica brasileira permite uma "rediscussão" quanto ao modelo de crescimento. "A questão a partir deste último trimestre não é mais sobre o crescimento, já recuperado, mas a maneira como ocorrerá o desenvolvimento, que deve diminuir as desigualdades regionais".

PROCURAM-SE JOVENS NO SERVIÇO PÚBLICO

Do Correio Braziliense
Governo federal tenta, por meio de concursos, rejuvenescer os funcionários públicos civis do Poder Executivo, mas não consegue atingir essa meta. Quase 40% deles têm 51 anos ou mais, sendo que há seis anos essa proporção era de 27%
Luiz Inácio Lula da Silva não impediu que a máquina pública envelhecesse. Comparada a janeiro de 2003, a idade média dos servidores civis que estão na administração direta, nas fundações e nas autarquias aumentou um ano — saltando de 45 para 46 anos. Parece pouco, mas na grande maioria dos órgãos do Executivo o efeito do tempo foi perverso e não poupou homens ou mulheres.
O recorte por faixas etárias mostra que, apesar do crescimento percentual e absoluto do número de jovens, a presença de profissionais com idade avançada na folha geral do funcionalismo cresceu a um ritmo superior. Há seis anos, 72,8% da força de trabalho tinha entre 21 e 50 anos (333.188 pessoas) e 26,9%, 51 anos ou mais (123.569 pessoas). Naquela época, o total de servidores estava em 457.499. Dados oficiais compilados pelo Correio a partir do último Boletim Estatístico de Pessoal do Ministério do Planejamento indicam uma mudança considerável no cenário. Agora, a população de servidores entre 21 e 50 anos representa 60,6% do total (327.668 pessoas), enquanto que os com 51 anos ou mais somam 39,4% da mão de obra (213.316 pessoas). O Executivo conta hoje com 543.143 servidores.
Quase toda a Esplanada sofreu impactos. Entre os 22 ministérios em que é possível fazer comparações, 14 registraram avanços na idade média de seus funcionários, cinco mantiveram os mesmos patamares e apenas três rejuvenesceram. Acréscimos de um, dois ou três anos na idade média da burocracia são as mudanças de perfil mais comuns. Há, no entanto, casos dramáticos nos quais a renovação do quadro por meio de concursos públicos abertos pelo governo foi insuficiente ou simplesmente não ocorreu.
No Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), por exemplo, a idade média é de 50 anos — em 2003 era de 45 anos. A falta de novas contratações atrofiou o quadro, deixando não só o ministério como as unidades de pesquisa e órgãos vinculados em situação de risco. Se não houver uma substituição maciça de pessoas nos próximos anos, projetos científicos podem ser afetados e a transferência de conhecimento para as novas gerações de servidores ficará comprometida.
A situação no MCT é tão séria, que o departamento de recursos humanos decidiu fazer um levantamento completo do número de funcionários prestes a se aposentar ou que já poderia ter solicitado o benefício. Dos 3.673 servidores efetivos do MCT, 535 recebem o abono permanência(1).
Outros “cinquentões” são os ministérios da Agricultura e da Integração Nacional. Neles, a postergação de concursos e as restrições orçamentárias acabaram agravando o problema.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

(Carta de Frida a Nickolas Murray, 27/02/1939)


“Esta manhã recebi sua carta, após muitos dias de espera. Senti tanta alegria que comecei a chorar antes mesmo de lê-la. Meu menino, eu realmente não deveria reclamar de nada do que me acontece na vida, desde que você me ame e eu o ame. É tão real e belo que me faz esquecer todas as minhas dores e problemas; faz-me esquecer até a distância. Através de suas palavras, sinto-me tão perto de você que chego a sentir seu riso, tão limpo e franco, que só você tem.”

Bancos ganham mais em tarifas do que país gasta em Educação

Do Blog do Rovai

O deputado federal Roberto Santiago (PV/SP) encaminhou artigo para este blogue onde apresenta contas estarrecedoras. Segundo ele, os bancos brasileiros,cobraram, só em tarifas, R$ 46,19 bilhões dos seus correntistas em 2008. Quantia superior à que o governo brasileiro gasta em Educação cuja previsão orçamentária para 2009 é de R$ 41,5 bilhões. Em 2009, só o Banco do Brasil, o Itaú-Unibanco e o Bradesco faturaram apenas no primeiro semestre R$ 17,89 bilhões nas tarifas cobradas dos correntistas e com as taxas de administração dos fundos de investimento. Segundo o deputado, desde 2003 as tarifas bancárias cobradas saltaram de R$ 27,83 bilhões para R$ 46,19 bilhões no ano passado. Ainda segundo contas do deputado, somente no ano passado “os bancos brasileiros cobraram, juntos, o equivalente ao faturamento somado da Gerdau, Tim e Embraer que totalizou R$ 47,21 bilhões”.

PODRES PODERES

Por Mia Malafaia
O poder corrompe o ser humano... vivemos numa época em que valemos o que temos no bolso. Infelizmente algumas pessoas agem como se fossem os donos do mundo, apenas por ocuparem cadeiras importantes em espaços de poder! Esquecem que estão ali, mas que não pertencem àquele lugar definitivamente e que outros ocuparão o mesmo assento mais a frente.
Existem aqueles que nem ocupam cargo algum, mas que por estarem ao pé da mesa mendigando as migalhas que dela caem; sentem-se senhores do bem e do mal... pobres tolos!
E ainda existem os que se sentem superiores apenas por usar uma roupa mais cara. Esquecem da gentileza, da humildade, pois estão ocupados demais em inflar o próprio ego...
São como os cães que correm em torno de si mesmos, a lamber o rabo! Egocentristas! Egoístas e indiferentes ao mundo que não seja o seu universo particular!
O poder é corrompedor, de fato! Basta olharmos a história da humanidade... todos começam com discursos humanistas e cheios de paixão! Mas ao alcançar a meta percebemos que não passam de "cascas de ovos", fáceis de quebrar! Qualquer proposta trinca a barreira do objetivo... até que o que resta são apenas fagulhas do que um dia foi um ideal!
E se não temos o suficiente para almejar a atenção, então ouvimos assim: " Passa amanhã!"Pois aquilo que antes era interessante e vital passou a ser intolerável, massante e até inconveniente!
Ainda sou do tempo em que se valia a palavra dada, o compromisso do aperto de mãos. Ainda sou do tempo em que a ética e a boa índole prevaleciam... sou do tempo em que as pessoas eram fiéis aos seus sonhos e lutavam por eles.
Não valho o que tenho no bolso! Valho o que tenho na alma!