segunda-feira, 30 de março de 2009

Remessa de lucros sangra o Brasil

Do Blog do Miro

Nos dez primeiros dias do mês de março, as multinacionais transferiram para as suas matrizes no exterior US$ 3,266 bilhões. A sangria foi maior do que em todo o mês de janeiro e indica que a questão da remessas de lucros torna-se um gravíssimo problema para o Brasil num momento de acirramento da crise mundial capitalista. A denúncia, feito com base em dados oficiais do Banco Central, foi publicada por Carlos Lopes, editor do jornal Hora de Povo, e deveria servir de alerta às autoridades econômicas do país, antes que a “marolinha” se transforme de vez num tsunami.“Entraram no país US$ 7,169 bilhões, somando dinheiro meramente especulativo (que tem como destino a Bolsa de Valores ou títulos públicos), o ‘investimento direto estrangeiro’ (dinheiro para comprar empresas, ampliar a participação acionária externa ou empréstimos da matriz a filial de empresa estrangeira) e empréstimos externos para empresas brasileiras. Segundo o BC, a maior parte do que entrou deveu-se, principalmente, às ‘operações financeiras’. Porém, saíram US$ 10,435 bilhões em remessas de lucros e dividendos. Portanto, o país perdeu US$ 3 bilhões e 266 milhões em apenas dez dias”, enfatiza Carlos Lopes, para quem esta sangria é criminosa.

UMA PERIGOSA AVENTURA

Do site Direto da Redação

Por Antônio Tozzi

Miami (EUA) - Está cada vez mais difícil para os imigrantes entrarem de maneira ilegal nos Estados Unidos pela fronteira sul. O reforço de policiais e agentes de fronteira do Serviço de Imigração dos Estados Unidos está quase tornando inviável o ingresso de ilegais no país. Para conseguir superar este forte esquema de segurança, há somente três alternativas: arriscar-se pelo deserto à noite e tentar fugir dos agentes e policiais bem equipados, com armas e tecnologia; subornar algum (ou alguns) agente(s) da fronteira ou se aventurar pelo mar. A travessia marítima já vem sendo usada no Estreito da Flórida – tanto por cubanos, que usam a política dos pés secos/pés molhados, como por outros ilegais que cruzam a partir das Bahamas em lanchas dissimuladas que levam a bordo pessoas ocultas para enganar a Guarda Costeira americana. Agora, porém, este artifício passou a ser utilizado na Costa Oeste, com os contrabandistas de pessoas – conhecidos como coiotes – cobrando entre quatro e cinco mil dólares por pessoa para cruzar ilegais do México para os EUA. Desnecessário dizer que as chances de sucesso são diminutas, porque os agentes e policiais americanos dispõem de equipamentos e tecnologia bem mais avançados do que os dos infratores. E o número de detenção de ilegais vem aumentando consideravelmente, com os mais ousados atirando-se ao mar na tentativa de fugir dos oficiais americanos. Infelizmente, muitos acabam se afogando. O que não dá para entender é porque os latino-americanos – incluindo os brasileiros - continuam a insistir nesta aventura perigosa. Os Estados Unidos vivem uma crise sem precedentes, com um elevado índice de desemprego, crise no mercado imobiliário, que absorve bastante empregados no setor da construção civil, e um forte esquema de perseguição aos ilegais, além de todo tipo de dificuldade, tais como proibição de tirar carteira de motorista e outros documentos que são utilizados pelos norte-americanos. Além do mais, os ilegais acabam sendo levados para um terreno extremamente perigoso, na fronteira entre México e Estados Unidos, onde se trava uma verdadeira guerra entre policiais dos dois países e os narcotraficantes mexicanos e contrabandistas de armas americanos. O conflito provocou mais de sete mil mortes ligadas ao tráfico de drogas somente no ano passado e este ano a insegurança continua inalterada, apesar da Iniciativa Merida, uma ação conjunta entre os dois países para combater o poderio dos narcotraficantes, que conta com uma verba de US$ 1,5 bilhão. Em recente visita ao México, a secretária de Estado, Hillary Clinton, reuniu-se com autoridades mexicanas para reforçar o sistema de repressão às quadrilhas e admitiu que os consumidores de drogas americanos também têm culpa em manter o esquema dos narcotraficantes, por causa da lei da oferta e da procura – se não houvesse consumidores, não haveria fornecedores. Simples assim. Diante desse quadro, um conselho para os brasileiros que ainda pensam ser a vida nos EUA a realização do tal sonho americano: esqueçam! A situação por aqui está bastante difícil, e deve demorar um bom tempo para melhorar. Portanto, não é o melhor momento para abandonar família e se lançar numa aventura que tem poucas chances de dar certo.

Senado: a cultura do ascone

Do Correio da Cidadania


Escrito por Frei Betto


O Senado brasileiro acaba de extinguir 50 das suas 181 diretorias, das quais 70% criadas pelo senador José Sarney (PMDB-AM), ao presidir a Casa entre 2003 e 2005. Esse pequeno corte representa uma economia anual de R$ 4,8 milhões do dinheiro do contribuinte.

Diretorias cassadas não significam diretores desempregados. Perderam apenas o cargo e, com ele, algumas mordomias, como gratificação mensal (variável de R$ 2 mil a R$ 5 mil), uso de celular (conta paga por nós) e a vaga na garagem do Senado.

Entre as diretorias extintas se destaca a Coordenação de Apoio Aeroportuário. Para que servia? Ora, onde já se viu um senador (há honrosas exceções, felizmente) fazer o próprio check-in e aguardar embarque misturado ao comum dos mortais? Nada como dispor de um serviçal atendido por um solícito funcionário da empresa aérea, sem fila nem risco de viajar no assento do meio, enquanto o parlamentar espera confortavelmente instalado na sala VIP.

E ao desembarcar, lá está outro serviçal para aguardá-lo à porta da aeronave, prestimoso em carregar-lhe a pasta, recolher as malas na esteira e encaminhá-lo ao veículo oficial solenemente estacionado em local vetado ao cidadão comum.

Havia uma diretora do Gabinete de Coordenação e Execução (de quê?). Ingressou na Casa como telefonista e, graças à conivência de senadores, chegou à função de diretora. Entre alto salário e gratificações, permitia-se a ela estacionar, na garagem privativa do Senado, um reluzente BMW. Aliás, não era a única diretora do referido gabinete. Havia mais três!

Entre as 50 secretarias extintas, figuravam três Secretarias Técnicas de Eletrônica e, ainda, uma Subsecretaria de Convergências Tecnológicas e uma Subsecretaria de Tecnologia da Informação. Fico a imaginar a que atividades se destinavam tais órgãos. Possivelmente a instalar e reparar equipamentos eletrônicos, como computadores. O que seria "convergência tecnológica"? A padronização de linguagens informáticas ou a sincronização de programas e planilhas?

Chama a atenção que, dispondo de tanta tecnologia, o Senado ainda registre suas sessões por meio de taquigrafia. Não é tempo de gravar discursos e debates dos parlamentares em fitas magnéticas, vídeos e dvds? Continuam em plena vigência as subsecretarias de Registro Taquigráfico, Redação Taquigráfica, Revisão Taquigráfica e Supervisão Taquigráfica. Por que não usar a estenotipia?

Reza um antigo provérbio latino: "Senatores boni viri, senatus autem bestia" (Os senadores são boas pessoas, mas o senado é uma besta). Na verdade, bestas somos nós, que nem sempre somos criteriosos ao eleger nossos políticos. É verdade que, entre os 81 senadores, há aqueles que primam pela ética, não se deixam picar pela mosca azul e até ousam denunciar que a corrupção grassa entre alguns de seus pares.

The Economist, as novelas e o pobre cidadão

Do Observatório da Imprensa


Por Valmir Perez

Em matéria de 13 de março de 2009, intitulada "Para Economist, telenovelas exerceram influência positiva no Brasil", o jornal online da BBC nos informa que a revista britânica acredita firmemente que "as novelas da TV Globo podem ter exercido uma influência positiva nos hábitos e comportamentos dos brasileiros".
Segundo o jornal, essa afirmação tem sua origem num artigo publicado pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) cujo título é "Soaps, sex and sociology" ("Novelas, sexo e sociologia", em tradução livre).
Para o BID, com a chegada do sinal de Rede Globo a algumas regiões, houve um aumento dos índices de natalidade e de divórcios.
A revista afirma que o fato de a Globo mostrar em suas novelas uma realidade bem diferente da vivida pela maioria dos brasileiros – "com famílias menores e mais ricas que a média" – teria estimulado modificações nestes dois importantes indicadores sociais.
Revela ainda que a venda de televisores foi estimulada pela ditadura, que queria construir "um senso de nação" num país de analfabetos e que muitos dos profissionais da televisão aproveitaram a oportunidade para atingir as massas.
Para finalizar, a BBC ainda nos repassa a informação de que The Economist brinca, afirmando que "se a Globo pudesse lançar agora uma novela sedutora sobre reforma tributária, a transformação do Brasil estaria completa".
Natalidade e divórcios
Bem, se agente ler a matéria rapidamente e sem nenhum senso apurado de questionamentos, fica parecendo que realmente as novelas da Rede Globo fizeram e fazem muito bem aos brasileiros. Vindo do BID, eu duvido! Por que o banco lançaria um artigo desses? À toa?
E por que propagandear esse artigo, à primeira vista ínfimo, numa revista inglesa tão importante?
E por que ela foi parar num jornal online inglês feito para nós, brasileiros?
Questionando algumas coisas que estão sendo afirmadas, poderemos ter uma visão bem diferente do que eles chamam de "influência positiva no Brasil".
** O aumento de natalidade (e nesse caso acima da média em determinadas regiões, que inclusive não foram citadas) interessaria a quem? Às famílias ou ao próprio sistema capitalista?
** O aumento de divórcios é positivo em que sentido? No sentido de deixar milhares ou milhões de crianças órfãos de pai ou mãe, e em certas condições dos dois? Ou de trazer à tona algo que não estaria funcionando direito dentro das famílias brasileiras?
Voto adianta alguma coisa?
** Se a Globo vem mostrando uma realidade bem diferente da maioria da população, pergunto que tipo de cultura disseminada é essa? Ela serve a quem? Porque fica claro que a população (que gostaria de ter sua cultura, gostos e modos de vida respeitados) está então sendo enganada e roubada em seu patrimônio cultural.
** O artigo revela ainda que os televisores foram estimuladas pela ditadura. Mas para que? Para levar cultura e conhecimento à população ou para exercer o tipo de escravidão cultural e de valores a que até hoje estamos submetidos? Sim, porque, como afirmam no artigo, se alguns profissionais aproveitaram para atingir as massas, os militares, treinados na época pela CIA, também não estavam fazendo o mesmo, mas com outras intenções?
** Se a transformação do Brasil seria completa caso a Globo lançasse uma novela provocando a reforma tributária, não estaria aí então a prova cabal de que somos governados pela mídia, e não pelos políticos nos quais votamos?
Se for assim então, é preciso deixar bem claro que o voto não adianta nada e que o que adianta mesmo é uma boa novelinha no início da noite.

Epidemia da violência

Do Monitor Mercantil

O retrato do descontrole de armas no Brasil é notório e para alguns especialistas já pode ser comparado a grandes problemas epidemiológicos, pois como qualquer outra epidemia as armas se apresentam como vírus letais, que se propagam principalmente em locais de forte pressão social e ausência do Poder Público. Vários estudos têm gerado dados sobre esse cenário que choca a opinião pública e ainda nos traz controvérsias se considerarmos a limitação das forças institucionais, o lucro e o custo com a própria violência.
Há décadas o Brasil vem enfrentando um sério crescimento da criminalidade que pode ser tratado como causa de saúde publica. No Rio, por exemplo, entre janeiro de 2007 e outubro de 2008, cerca de 2.500 pessoas morreram, vítimas de armas de fogo somente nos bairros cortados pela sua principal via de acesso, a Avenida Brasil.
Fato é que o subsidio dado pelo governo na campanha pelo desarmamento foi incompleto, pois se pagava pela a arma entregue, mas não se proibia a compra da nova. Será que esse dinheiro público foi para banir a arma da nossa sociedade ou foi apenas um marketing para estimular a troca do velho 38 por uma eficiente pistola de fácil manuseio, precisão e com a quantidade de tiros 10 vezes superior? Enfim, a nossa população compõe 2,8% da mundial e 8,8% das mortes no mundo, já há 10 anos, foram de brasileiros. Além disso, 80% de homicídios foram no Brasil, comprovando que aqui está difícil viver e fácil morrer.
Assim, fica o apelo da sociedade para as autoridades, definitivamente, desarmar os criminosos, banindo de vez as armas ilegais.
Marcos Espínola
Advogado criminalista.

sexta-feira, 27 de março de 2009

CUIDADO DONA JUÍZA!

Do site Direto da Redação

Por Mair Pena Neto

Confesso que já estou preocupado com o futuro da juíza da 2ª Vara Criminal de Guarulhos, que condenou a dona da Daslu a 94 anos de prisão pelos crimes de formação de quadrilha, descaminho e falsidade ideológica. Onde já se viu, dona juíza, botar em cana alguém da elite brasileira por crimes assim? Já, já, vão dizer que isso é mais uma prova do estado policial brasileiro. Sinceramente, recomendo cuidado, dona juíza. Um policial federal que fez isso com um banqueiro está sendo esculachado publicamente pela mídia como se fosse ele o criminoso. O dito banqueiro foi rapidamente colocado em liberdade por obra e graça do presidente do Supremo Tribunal Federal, o mesmo da cantilena do estado policial. E com o agravante de o banqueiro ter dito antes da detenção que o STF estava dominado.Pois é dona juíza, seguro morreu de velho. Se fosse a senhora já ia me preparando. A dona da loja de artigos de luxo é muito influente. Conhece gente importante. E, assim como o banqueiro, teve o processo que a levou à cadeia originado por uma operação da Polícia Federal, de nome Narciso.A Polícia Federal tem sido muito eficiente nas ações contra criminosos de colarinho branco, mas levá-los e mantê-los na cadeia são outros quinhentos. O tal banqueiro também foi preso em operação da PF, batizada de Satiagraha, cuja legitimidade vem sendo questionada. A advogada da nova hóspede do Carandiru já disse que a prisão dela foi ilegal e que ela não resistirá à prisão por estar adoentada. Os advogados do banqueiro foram pela mesma linha e conseguiram não só difamar o policial responsável pela operação, como o juiz seu colega que decretou a prisão. Neste quesito, contou com os préstimos do presidente do STF, sempre célere nos habeas corpus e na ocupação dos espaços midiáticos.Olha, dona juíza, fica atenta. Qualquer deslize da sua vida pregressa será explorado à exaustão, por mais que em nada interfiram na sua sentença. De julgadora a senhora passará à julgada, e em pouco tempo ninguém nem lembrará mais os crimes cometidos pela dona da Daslu. Os do banqueiro eram tão ou mais graves, além do flagrante gravado ao vivo de tentativa de extorsão de policial federal.Os homens de bem continuam acreditando que o dinheiro não compra tudo, mas diante da jurisprudência brasileira nesses casos é melhor por a toga de molho. Converse com o juiz Fausto de Sanctis e conheça em detalhes o que se passou com ele. Prepare a munição, pois a artilharia tende a ser pesada.Com a admiração de quem ainda acredita no fim da impunidade no nosso país, me despeço.

Para economista, números mostram quem tem perdido renda com a crise no Brasil

Do Monitor Mercantil

Vendas de carros de luxo aceleram 31% até fevereiro
Em plena recessão, as vendas no mercado brasileiro de carros de luxo, com preços acima de R$ 120 mil, das quatro marcas mais representativas - Audi, BMW, Mercedes-Benz e Volvo - cresceram 31%, nos primeiros dois meses do ano, ante o mesmo período do ano passado, de 1.115 para 1.461 unidades.
Nos demais segmentos, a retração foi puxada pelos carros populares, cujas vendas desabaram 6,3%, segundo dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran).
Em igual período, os negócios com automóveis em geral caíram 4,5%, para 313,5 mil unidades.
"É para mostrar quem está perdendo renda com a crise", salienta Marcos Arruda, economista do Instituto de Políticas Alternativas para o Cone Sul (Pacs).
Arruda, que acaba de chegar de participar de debates na Malásia e na Suíça, considera que os pacotes anticrise da maioria dos países não tomam em consideração o fator chave: toda crise de crédito é uma crise de endividamento:
"A solução que estão dando é canalizar recursos públicos para os bancos, para que estes financiem o consumo. Ou seja, aumentar a dívida de quem já está endividado."
O caminho, segundo ele, seria adotar medidas de redistribuição da renda e da riqueza, como as reformas agrária e fiscal, auditoria das dívidas, entre outras, para enfrentar as raízes da crise mundial.
Frisando que a má distribuição estende-se a setores como Saúde e Educação, Arruda considera "espantoso uma pessoa como o presidente Lula não estar comprometida com a redistribuição verdadeira, em vez de programas assistencialistas".

quinta-feira, 26 de março de 2009

CINEMA REALIDADE

Do site Direto da Redação

Por Leila Cordeiro

CENA 1 - Imagens de um amanhecer num dia frio. Barracas frágeis, sem aquecimento, enfileiradas uma ao lado da outra, num terreno baldio. Dentro delas, estão acampadas famílias de profissionais de variadas atividades que foram obrigadas a abandonar suas casas por falta de pagamento. Na mesma sequência, crianças em idade escolar se apertam dentro das barracas para trocar de roupa na hora de ir para a escola. Do lado de fora, crianças menores brincam com os poucos brinquedos que restaram. Sem banheiro, o jeito é se lavar na água de um chafariz próximo e improvisar um local afastado para as necessidades físicas.
CENA 2 – Imagens de cachorros de raça andando sem rumo pelas ruas com ar de abandonados. E estão mesmo. Foram deixados para trás pelas centenas de famílias que ficaram sem moradia e sem condições de alimentar mais uma boca, mesmo sendo canina.Por isso, a solução desesperada foi engolir as lágrimas e o apego aos animais de estimação dos bons tempos, largando-os na rua para que fossem recolhidos por associações de proteção aos animais.
CENA 3 – Corta para outro local, onde há uma fila que dá volta no quarteirão, onde aparecem pessoas aparentando cansaço e desânimo. São desempregados à procura de trabalho, levam a carreira debaixo do braço numa pasta de cartolina. Eles não pensam em ganhar como no antigo trabalho, querem apenas sobreviver nem que seja por $7 dólares a hora para limpar o chão de algum restaurante, arrumar cama em hotel ou servir refeições como garçom.
CENA 4 – Corta para outra fila onde há pessoas que esperam a vez de serem atendidas por um comprador de jóias. Levam estojos com anéis, pulseiras, colares, relógios, ganhos de presente numa data especial que ficou para trás ou adquiriram por herança de alguma tradicional e rica família .Elas procuram não lembrar dos tempos de fartura, querem apenas ter os dólares necessários para dar de comer à família por algum tempo.
CENA 5 – Corta para imagens na frente de um banco onde está havendo um assalto. A polícia chega a tempo de prender um homem armado que, em prantos, confessa que nunca havia feito nada de errado até aquele dia. Ele investiu as economias em empresas fraudulentas e tentava conseguiur algum dinheiro para salvar seu pequeno negócio. É levado algemado e poucos dias depois é condenado a passar trinta nos atrás das grades.
CENA 6 – Corta rapidamente para outro banco onde uma velhinha de mais de 70 anos está sendo presa depois de roubar mil dólares. Num momento de desespero, sem dinheiro para comprar alimentos para ela e para o neto que cuidava enquanto a mãe procurava emprego, ela não teve outra saída. Apesar da idade, a lei não perdoou. Também foi parar numa prisão.
CENA 7 – Nesta sequência, as imagens são dolorosas. O fundo musical é triste e o barulho estridente das sirenes dos carros de polícia e dos bombeiros completam o cenário de angústia e pavor. Uma família inteira, pai, mãe e três filhos, são encontrados mortos dentro da casa em que moravam. O próprio chefe da casa, envergonhado por não ter onde trabalhar, e sentindo a dificuldade de manter o padrão em que viviam, preferiu o caminho radical: tirou a vida de todos e matou-se em seguida.
LETREIRO CORRE NA TELA, NARRADO POR LOCUTOR COM VOZ GRAVE - Esse não é um filme que será lançado nos cinemas. Mas as histórias nele contidas são verdadeiras. Um retrato duro e cruel da atual realidade norte-americana, com personagens que o povo jamais gostaria de representar.O final do filme ficou em aberto, à espera do tradicional "Happy End" que o mundo inteiro gostaria de assistir! A esperança está depositada no novo presidente que enfrenta grandes obstáculos para cumprir as promessas que fez durante a campanha: a de salvar o império que seu antecessor destruiu.

Como ganhar dinheiro vendendo gente

Do blog do Sakamoto

A revista História Viva que chegou esta semana às bancas traz um dossiê sobre a diáspora africana causada pelo tráfico de escravos durante mais de quatro séculos de intenso comércio transatlântico de gente. Organizado pelo jornalista José Chrispiniano e com textos de Emília Viotti da Costa, entre outros, vale a pena ser lido.
Pediram para eu escrever um texto sobre como esse tráfico mudou de roupa e continua nos dias hoje. Reproduzo-o aqui:
Migrar e trabalhar. Quando esses verbos se conjugam da pior forma possível, acontece, ainda hoje, o chamado tráfico de seres humanos. Um relatório da Organização Internacional do Trabalho, publicado em 2005, estima em cerca de 2,5 milhões o número de pessoas traficadas em todo o mundo, 43% para exploração sexual, 32% para exploração econômica e 25% para os dois ao mesmo tempo. No caso do tráfico para exploração econômica, a negociação de trabalhadores rende por ano cerca de US$ 32 bilhões no mundo.
O tráfico de pessoas para exploração econômica e sexual está relacionado ao modelo de desenvolvimento que o mundo adota. Esse modelo é baseado em um entendimento de competitividade que pressiona por uma redução constante nos custos do trabalho. Empregadores “flexibilizam” as leis e relações trabalhistas para lucrar e, ao mesmo tempo, atender aos consumidores, que exigem produtos mais e mais baratos. No passado, os escravos eram capturados por grupos inimigos e vendidos como mercadoria. Hoje, a pobreza que torna populações socialmente vulneráveis garante oferta de mão-de-obra para o tráfico – ao passo que a demanda por essa força de trabalho sustenta o comércio de pessoas. Esse ciclo atrai intermediários, como os “gatos” (contratadores que aliciam pessoas para ser exploradas em fazendas e carvoarias); os “coyotes” (especializados em transportar pessoas pela fronteira entre o México e os Estados Unidos) e outros “animais”, que lucram sobre os que buscam uma vida mais digna.
Muitas vezes é a iniciativa privada uma das principais geradoras do tráfico de pessoas e do trabalho escravo, ao forçar o deslocamento de homens, mulheres e crianças para reduzir custos e lucrar. Direta ou indiretamente. Na pecuária brasileira, na produção de cacau de Gana, nas tecelagens ou fábricas de tijolos do Paquistão, em olarias na China. Vale lembrar que a sistemática desregulamentação do mercado de trabalho facilita a ocorrência desses crimes.
Para continuar lendo, clique aqui.

Consumo de tóxicos, extremo desafio para a humanidade

Do Tribuna da Imprensa

Por Pedro do Coutto

O secretário de Segurança do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, em declarações recentes culpou os usuários de drogas pelo processo de violência que se desencadeia na cidade e ameaça não ter fim. Impressionante. Compreende-se o que ele quis dizer, mas o fato é que a matéria é profundamente complexa e, de uma década para cá, transformou-se num extremo desafio para as sociedades e até para a espécie humana, incluindo tanto sua integridade quanto a própria vida.
O problema não atinge somente o RJ ou Brasil, é universal. Em algumas áreas, entretanto, reflete-se intensamente nos níveis de violência.
Não creio, francamente, que culpar os consumidores seja o aspecto mais importante. Eles são ou estão doentes. Uma doença que começa no fumo e no álcool e se encaminha para os entorpecentes. A economia das drogas é enorme, o volume de recursos envolvidos, como já revelou a Organização Mundial de Saúde, supera até o produto bruto da maioria dos países.
Algo em torno de 800 bilhões de dólares por ano. Enfrentar tal mercado ilegal, claro, não pode ser tarefa fácil, ou apenas repressiva. Não. Ela exige prevenção. Reprimir é uma consequência do fato concreto, antecipar-se a ele é para justamente evitar que ocorram as rupturas sociais e legais. O consumo de drogas sempre existiu no mundo, mas se agravou terrivelmente a partir da guerra do Vietnã. Sem motivação para o combate nos pântanos do Sudeste asiático, eram fornecidas drogas alucinógenas a setores militares americanos.
O comportamento – infelizmente – espalhou-se pelo mundo e se diversificou. Não houve êxitos até hoje na política de tentar sua expansão. Um enigma. Mas que talvez possa ter o início de sua explicação no confronto entre a realidade e o sonho, entre a realidade e a fantasia.

GOVERNO NEGA, MAS VAI PRORROGAR ISENÇÃO DE IPI


GOVERNO NEGA, MAS VAI PRORROGAR ISENÇÃO DE IPI DE CARRO POR 3 MESES
Autor(es): Sergio Leo e Rosângela Bittar
Valor Econômico - 26/03/2009


Se atender a seus ministros, que já formaram consenso em torno da medida, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai prorrogar a isenção do Imposto sobre Produtos Industriais (IPI) cobrado na venda de automóveis, a partir do dia 31 de março, por mais três meses. Até a semana que vem, porém, os ministros estão orientados a negar a decisão sobre a medida. O governo preocupa-se em não afetar o volume de vendas dos carros, especialmente neste fim de semana, quando as montadoras planejam realizar "feirões" em o todo Brasil.
Segundo um assessor direto de Lula, o governo já imaginava ser necessário estender o prazo quando decidiu a medida, no início do ano. As previsões mais otimistas apontavam uma recuperação da economia só no segundo semestre, o que indicava a necessidade de manter o estímulo às vendas do setor até esse período, pelo menos.
A notícia de que o governo cogitava ampliar o prazo de isenção teve efeitos negativos, porém, segundo estatísticas de vendas levadas pela indústria a Brasília, e os ministros combinaram negar enfaticamente qualquer extensão de prazo, até a oficialização da medida. Na semana anterior, em entrevista à TV, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, informou que o tema seria discutido entre Lula e o ministro da Fazenda, Guido Mantega com a indústria automotiva, mas já adiantava que não haveria nenhum anúncio antes do dia 30.
Foi nesse espírito, segundo o assessor do presidente, que o ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge, garantiu, na segunda-feira, que ainda falta uma avaliação da Secretaria de Receita Federal sobre o impacto da extensão de prazo sobre a arrecadação. Jorge chegou a dizer que seria contrário à prorrogação da medida, embora tivesse ressalvado que "não diria", se fosse favorável, "pois estaria desestimulando as vendas".
O vazamento da intenção do governo de prorrogar a isenção causou uma queda no movimento das revendedoras, segundo queixaram-se, em Brasília, representantes da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotivos (Anfavea).
Os ministros mencionam o impacto da isenção sobre a arrecadação de impostos, em um momento delicado para as finanças públicas. Mas já se avalia, no governo, que o resultado de fevereiro, quando a arrecadação com o IPI de automóveis caiu quase 90% em relação a igual mês do ano anterior, se deveu à desova de estoques, com recálculo do IPI devido, fato que não se repetirá nos próximos meses, quando as vendas serão retomadas com base na produção de veículos novos.
Apesar de acreditar na eficiência do mecanismo como instrumento contra a desaceleração econômica, o governo não cogita estender a isenção do IPI para outros setores. Entre os defensores da isenção exclusiva para o setor automotivo, em Brasília, argumenta-se que esta cadeia é bastante organizada e fácil de fiscalizar, devido ao regime de documentos e registros que cerca o produto final, o automóvel, sujeito até a controles não-tributários - feitos pelos Detrans estaduais. Outros setores que reivindicam tratamento idêntico, não oferecem os mesmos mecanismos de prevenção da sonegação.

EM 2 MESES FALTA DE PAGAMENTO DE EMPRESAS CRESCE 25%

Do Monitor Mercantil

Inadimplência dispara
Títulos protestados encabeçam lista, representando 41% do total do calote
A inadimplência das pessoas jurídicas do país subiu 20,6%, em fevereiro, em relação a igual mês do ano anterior, de acordo com o indicador da Serasa Experian.
No acumulado dos dois primeiros meses de 2009, já avançou 25%, ante o mesmo período de 2008. Sobre janeiro, com maior número de dias úteis, recuou 17% em fevereiro.
Na avaliação da Serasa, o aumento no primeiro bimestre deste ano reflete os efeitos da crise sobre a atividade econômica, com a consequente demanda menor por crédito e a ampliação da inadimplência do consumidor. Isso, por sua vez, afeta o caixa das empresas menos capitalizadas.
Entretanto, a Serasa ressaltou que a inadimplência das empresas segue em desaceleração. Em base mensal, a empresa atribuiu o recuo de fevereiro sobre janeiro ao efeito calendário, uma vez que o mês teve número menor de dias úteis do que janeiro.
Segundo o levantamento, os títulos protestados puxaram o ranking de inadimplência das empresas no primeiro bimestre, com 41,5% de participação no indicador. O resultado representa recuo sobre igual período de 2008, quando essa participação era de 42,5%.
Em seguida, ficaram os cheques devolvidos: 39,4%, contra 38,3%, de participação, no mesmo período de 2008. Por fim, ficaram as dívidas com os bancos: 19,1%, contra 19,2%, em 2008.
A alta de 20,6% de fevereiro ante o mesmo mês de 2008 seguiu-se à elevação anual de 28,9% registrada em janeiro e ao avanço de 36,1% de dezembro.
Segundo a Serasa, o valor médio das dívidas com bancos cresceu 3,9% no primeiro bimestre, para R$ 4.604,96, sobre o mesmo período de 2008. Já o valor médio dos títulos protestados cresceu 28,3% para R$ 1.805,83, na mesma base de comparação. Já o valor médio dos cheques sem fundos avançou 16,5% para R$ 1.455,31.

Ipea: tem é de reduzir juro e aperto fiscal

Do Monitor Mercantil

"Sou crítico desta política econômica. Não há justificativa para praticar um superávit fiscal, que é uma política contracionista, e uma política monetária tão ortodoxa neste clima em que estamos vivendo, claramente abaixo do pleno emprego. O governo tem de reduzir juro e o superávit." A afirmação é do coordenador da Carta de Conjuntura do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Roberto Messenberg.
No documento, o Ipea confirma informa divulgada pelo MM, no último dia 12, mostrando que os investimentos do governo caíram "de 0,38% do PIB, em 2007, para 0,33%, em 2008", tanto em valores nominais, como em percentuais do PIB: "O governo precisa baixar o superávit primário, reduzir a despesa fiscal com juros e investir. Sem investimento, nossa economia vai ficar sem defesas contra a queda do emprego e o baixo crescimento", argumentou.
"Em épocas de crise, é mais fácil cortar investimentos, porque não são gastos fixos. Mas, se cortar ainda mais, aí é que a economia não cresce", prosseguiu o pesquisador, que, mesmo com a crise mundial, prevê que a economia brasileira crescerá este ano entre 1,5% e 2,5%.
O documento projeta também déficit nas transações correntes de US$ 18 bilhões a US$ 25 bilhões e uma taxa de inflação entre 3,7% e 4,7% para o ano. "Esse resultado é reflexo de uma trajetória de recuperação ao longo do ano, em que o PIB cresceria a taxas mais expressivas a partir do segundo semestre", diz a Carta.

quarta-feira, 25 de março de 2009

Quem matou Toninho?


Do Guilherme Scalzilli


O prefeito de Campinas (SP), Antônio da Costa Santos (PT), foi assassinado na noite de 10 de setembro de 2001. Na manhã seguinte, perplexos, buscando notícias sobre o ocorrido, assistimos aos atentados nos EUA. O fatídico 11/9 ajudou a obscurecer e neutralizar a tragédia campineira, recebida com inédita comoção pela cidade.O crime não foi solucionado. Provas adulteradas ou destruídas, suspeitos chacinados por policiais civis, testemunhas importantes ignoradas, depoimentos contraditórios: as investigações exibiram tamanhas irregularidades que logo ficou evidente que ninguém, nos governos estadual e federal, queria um inquérito decente.O único indiciado pelo Ministério Público ainda vivo é Wanderson de Paula Lima, o famoso Andinho, que está preso. Curiosamente, Andinho admite dezenas de horrores, mas sempre negou ser responsável pela morte do prefeito, tida como “acidental” pelos promotores (ou seja, teoricamente atenuada).Muita gente parecia querer Toninho morto: a máfia do transporte alternativo, o poderoso lobby das empresas de coleta de lixo, construtoras, etc – todos envolvidos em esquemas que podem remeter a antigos grupos políticos da cidade, ligados ao PSDB serrista e ao PMDB quercista.O caso jamais será esquecido, mas agora volta ao noticiário indiretamente, na acusação de que Andinho teria coordenado, do xilindró, um ataque à redação do jornal Correio Popular. Como em todo episódio envolvendo imprensa e polícia campineiras, a história está mal contada e parece servir a interesses momentâneos.A viúva, Roseana Garcia, encabeça uma comovente campanha pelo esclarecimento do assassinato, através da página “Quem matou Toninho?”, iniciativa que merece apoio incondicional. Resta uma segunda indagação: por que a verdade sobre o assassinato de Toninho incomoda tanto as autoridades locais?

Pobre México: Tão longe de Deus, tão perto dos EUA


Do Vi o Mundo


do New York Times
Cidade do México -- A economia do México está sendo arrastada pela recessão ao norte. Viciados americanos transformaram o México em uma pista expressa de drogas e a polícia e os soldados do país estão sob assalto de armas fabricadas nos Estados Unidos. O NAFTA prometeu há 15 anos que caminhões mexicanos poderiam andar em rodovias americanas, mas o Congresso diz que eles são inseguros.
As relações entre Estados Unidos e México estão no meio do que pode ser descrito como uma briga de vizinhos, uma que cobre a extensão da cerca que divide os países. Aquela cerca, que se tornou um muro em alguns lugares, é outro ponto de irritação.[...]
A guerra sangrenta, que causou 7 mil mortes nos últimos 16 meses, se tornou o principal ponto de discórdia entre os dois países. Embora o consumo de drogas entre mexicanos esteja crescendo, a grande maioria das drogas que passam pelo México são cheiradas, fumadas e injetadas por americanos. Além disso, 90% das armas usadas por cartéis de drogas mexicanos são originárias dos Estados Unidos, de acordo com o Escritório de Álcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivos.A sugestão do presidente Obama de que tropas americanas podem ser colocadas na fronteira para combater os cartéis levou o secretário de Defesa do México, general Gullermo Galván, a dizer que tropas estrangeiras não poderão entrar em solo mexicano. A História está na base dessa preocupação, já que mesmo as crianças mexicanas sabem da guerra de um século e meio atrás em que os Estados Unidos tomaram metade do território do México.

Como driblar a crise

Do Cidadania.com

Por Eduardo Guimarães

Muitos sorrirão de ladinho se me lerem dizer que o vendedor é o melhor dos psicólogos. Então podem sorrir – e nem precisam disfarçar –, porque é exatamente isso que lhes digo: vender é saber tirar proveito do momento psicológico adequado de cada cliente.
Como não se sabe qual é esse momento, há que cercar seu cliente. Há que ser como o lobo que ronda a presa até encontrá-la na posição correta para o ataque, por mais que meus clientes sejam sempre beneficiários de um serviço de qualidade que lhes presto, de intermediação entre eles e as indústrias que represento.
Aliás, especial destaque para a indústria brasileira, cada vez mais reconhecida no mundo como uma indústria de qualidade e preços justos.
Apesar da crise, minhas sondagens do mercado que atacarei em alguns dias revelaram-me que por lá há crise, sim, mas também há oportunidades, há gente querendo o que é um pouco mais difícil de conseguir, como partes e peças de máquinas de construção que não há naquele mercado naquele momento, o que obriga o vendedor à criatividade, a vender sem saber se vai conseguir entregar o que vendeu e lutar para ter sucesso, efetivamente conseguindo entregar, como fiz hoje, fechando de uma vez o negócio, um negócio que o cliente não quis nem saber o preço, mas se seria feito.
Vender, produzir, sair da crise, é questão, antes de tudo, de competência, o que, na modesta opinião deste vendedor profissional que vos escreve, ele tem de sobra, graças a Deus, e, por isso, dá uma banana para atividades menos estimulantes que a dele, como a política.
Bem, no que me toca, no fim desta semana começo a fazer o que muitos deveriam estar fazendo em vez de ficarem reclamando e pondo a culpa de todos os seus problemas na crise: vou me mexer, correr atrás da flecha, ir buscar o prejuízo, entendem? Parar de ficar chorando, dizendo que não dará certo antes de ao menos tentar, conduta incoerente que a tantos tem vitimado, talvez por conta de que todos os dias são bombardeados por desânimo tão logo põem seus olhos – ou ouvidos – em qualquer meio de comunicação.
Não tenho tempo pra isso. Tenho contas pra pagar. Então, ao trabalho.

Casa da Mãe Joana

Do Monitor Mercantil

O Congresso Nacional não tem mais autoridade moral alguma há muito tempo, mas os acontecimentos recentes deixaram a sede do Poder Legislativo abaixo da lama. Se na Câmara dos Deputados ressuscitaram Michel Temer e escolheram um político do baixo clero cheio de problemas éticos e legais para a função de corregedor, no Senado a festa foi inacreditável. Renan Calheiros continua forte, algo inconcebível até em republiquetas de bananas, depois de ser pego com as calças na mão, depois de ter sido exposto em praça pública, com toda a sociedade indignada, e o que aconteceu? Absolutamente nada.
O ilustre e probo Senador da República continua dando as cartas, articulou a volta por cima de Sarney, outra figura que deveria ter sido banida da política nacional há tempos, e ainda colocou Fernando Collor de Mello no comando de uma das comissões mais importantes do Congresso (leia-se, com mais dinheiro). Os três nomes acima, caso o Brasil fosse um país formado por pessoas com vergonha na cara, estariam no mínimo fora da vida pública, aguardando suas condenações judiciais. Porém, nem foram condenados, muito menos banidos do cenário político.
Mas o mais espantoso não ocorre daquele lado da Praça dos Três Poderes, mas no Palácio do Planalto, do outro lado da avenida. O presidente da República, que chamou Sarney de ladrão, que combateu Fernando Collor com todas as forças (lembram-se do Governo Paralelo?) e jamais demonstrou respeito por gente como Renan, tudo isso até 2002, lógico, hoje é fiador de todas essas jogadas, inclusive contra seu próprio partido.
Será que tudo isso é consequência normal da política como ela é? É preciso se despir da vergonha na cara e da ética para entrar na vida pública? É preciso transformar as instituições públicas em casas da mãe Joana para se chegar à chamada "governabilidade"? Até quando esse povo vai continuar acreditando em mentiras, em safadezas travestidas de programas sociais, em obras superfaturadas, em processos que jamais resultam em nada, em marginais transformados em autoridades?
Chega um momento em que perde-se a possibilidade de acreditar em mudanças. E essa hora está bem próxima, pelo menos para quem pensa um pouco.
Roberto Mohamed
Advogado e comentarista político

Podridão na estrutura estatal

Do Monitor Mercantil

O povo brasileiro, ultimamente, de forma avassaladora, tem tomado conhecimento, cada vez com maior assiduidade, de fatos e situações que, por sua sordidez, confirmam a existência de destacados e numerosos focos de corrupção incrustados na estrutura estatal. Há algum tempo a imprensa tem dado destaque a algumas revelações verdadeiramente escandalosas sobre o envolvimento de políticos e autoridades governamentais em atos desairosos e denunciado o enriquecimento ilícito de maus patriotas no exercício da função pública. Dentre os casos mais recentes e mais retumbantes, destacam-se os escândalos envolvendo políticos de diversos níveis, mancomunados com empresários inescrupulosos e com operadores do sistema financeiro do país. Se adicionarmos a estes lamentáveis casos as denúncias e investigações que envolvem, em diferentes oportunidades, funcionários do setor administrativo, inclusive colaboradores diretos da Presidência da República, chega-se à conclusão de que a maré de anomalias, torpezas e suspeitas está profundamente enraizada nos Três Poderes do Estado. É correto que muitos desses deploráveis acontecimentos estão sendo investigados pela Justiça, numa pálida tentativa de dar conta à opinião pública do que tem sido realizado para coibir atos dessa natureza. Entretanto, é importante salientar o efeito desmoralizador que tal acúmulo de irregularidades e calhordices produz no ânimo coletivo. É muito difícil para a opinião pública assimilar o caudal de informações deprimentes que golpeia, diariamente, a sensibilidade dos cidadãos, sem que seja experimentado um profundo desalento moral e observado, com um fundo de incredulidade, o funcionamento das instituições sobre as quais repousa a ordem republicana.
Ante esta dura realidade é imprescindível criar-se, o quanto antes, as condições que permitam reconstruir o prestígio da organização estatal, hoje fortemente afetado pela sordidez de alguns maus brasileiros.
Uma sociedade que não confia em suas instituições dificilmente poderá caminhar com passo firme na direção de metas perduráveis de progresso, justiça e bem-estar. A honorabilidade dos homens públicos, qualquer que seja o nível e a natureza de sua função, é um oxigênio insubstituível para o desenvolvimento da capacidade criativa do corpo social, que dificilmente mobilizará com profundidade suas energias espirituais e materiais, se considerar que o fruto de seu esforço será aproveitado, desavergonhadamente, pela voracidade, ambição, vileza e inescrupulosidade de uns poucos. À imprensa corresponde uma missão fundamental nessa empreitada de reconstrução nacional. Afortunadamente, na maioria das vezes, tem sido a mídia o instrumento de denúncia de manejos ilícitos por quem exerce o poder (seja de quem tenha chegado à função pública pelo voto popular ou de quem desempenha cargo de confiança em virtude de nomeação). É alarmante imaginar quantos focos de corrupção teriam permanecido ocultos se os profissionais de imprensa não lhes houvesse focado a luz. Daí ressalta-se o valor estratégico da liberdade de expressão como pilar da democracia e da ordem constitucional.
Frente à onda de seguidos fatos e focos de corrupção que ameaçam carcomer os alicerces do Estado, toda a sociedade brasileira deve se pôr de pé, para exigir que os atos ilícitos identificados e denunciados pela imprensa - desde que devidamente comprovados -, sejam punidos exemplarmente, e que os controles do sistema democrático funcionem com eficácia e em plenitude, na salvaguarda da transparência moral, que é a virtude suprema da República.
Manuel Cambeses Júnior
Coronel-aviador da reserva da Força Aérea.

terça-feira, 24 de março de 2009

Terror do Futuro

Do blog do Critovam Buarque

O mundo está assustado com a possibilidade de um futuro de terror, quando os terroristas dispuserem de armas de destruição em massa, mas não percebe o terror do futuro que viveremos adiante, quando as profecias ecológicas e sociais se confirmarem. Mais do que um futuro de terror, precisamos temer o terror do futuro de uma civilização incapaz de reorientar seu destino, que caminha rumo ao seu próprio fim. Um terror do qual seremos as vítimas, embora nos comportemos como os terroristas, preparando nosso suicídio. Nos últimos anos, o terrorismo tem sido identificado como prática dos muçulmanos. Mas não podemos associar o terror ao islamismo, nem considerá-lo ação exclusiva de mulçumanos. Devemos, sem dúvida, lutar contra todas as formas e dimensões de terror, mas nenhuma civilização tem autoridade moral para identificá-lo com o Islã. Mesmo porque, no passado, muitas pessoas, de outras religiões e ideologias, cometeram atos insanos de terror.O terrorismo já foi apoiado pelas autoridades do catolicismo, na época das Cruzadas, quando atrocidades foram cometidas contra os povos árabes nos países do Oriente Médio. Terríveis maldades também foram cometidas na própria Europa, pelo terrorismo de Estado e da Igreja, na época da Inquisição. A Inquisição foi uma forma de terror que, em vez de explodir, queimava as vítimas. Como foi terror, em nível de genocídio, o que o europeu Adolf Hitler cometeu contra milhões de judeus. O bombardeio aéreo de cidades inteiras também foi uma forma de terrorismo. Pode haver uma diferença técnica entre o avião pilotado por suicidas, enviado por líder fanático para chocar-se contra um prédio, e o avião que despeja bombas por ordem de um líder eleito, mas a dimensão do terror é a mesma. O terror foi ainda maior quando as bombas liberadas por esses pilotos eram atômicas, mesmo sob o argumento de acabar com a guerra.Ninguém deve tolerar que um grupo de pessoas, em nome de causas religiosas ou políticas, leve um avião a se chocar contra um prédio, assassinando milhares de pessoas, como aconteceu no histórico 11 de setembro. Mas ninguém pode usar este gesto, cometido por um grupo de terroristas, para condenar todos os que praticam o mesmo credo religioso ou a mesma ideologia política. O maior de todos os terrorismos foi cometido durante quatro séculos, em campos de concentração flutuantes, que transportaram 10 milhões de africanos, escravizados com a finalidade de dinamizar a economia do continente americano. Nossa civilização democrática, rica, moderna, ocidental, foi construída com base numa covarde forma de terrorismo. E essa mesma civilização nos encaminha, hoje, para um futuro aterrorizante. Estamos caminhando para um desastre de proporções superiores a todos os atos terroristas cometidos no passado. Muito pior do que um futuro de terror, com armas de destruição em massa nas mãos de fanáticos, é o terror do futuro que temos à frente, uma bomba-relógio prestes a explodir, que será detonada pela voracidade do consumo do qual todos participamos, como homens-bomba armados de cartões de crédito.Vivemos o terror ecológico, que ameaça elevar o nível dos mares, inundar o litoral de todos os países, aquecer todo o planeta, desarticular toda a agricultura, provocar fome generalizada. Existe o terror de que a desigualdade social cresça ao ponto de se transformar em dessemelhança entre seres humanos, criando uma subespécie superior e outra inferior, fazendo desaparecer o próprio conceito de genocídio, pois as massas assassinadas não serão mais vistas como semelhantes. Existe até mesmo o terror assustador – embora invisível – do vazio de idéias e propostas para o futuro, que acirra o individualismo até a destruição do sentimento de solidariedade.Esse futuro de terror, mais do que um futuro de terrorismo, foi o sentimento comum dos diversos participantes do seminário promovido pela Academia da Latinidade, em Oslo, no final de fevereiro, juntamente com o Instituto Nobel e a Academia de Ciências e Letras da Noruega.Fonte: Artigo publicado no jornal O Globo de sábado, 14 de março.

Unesco recenseia 2.500 línguas em perigo de extinção

Do site Diplo

Por Brigitte Perucca

É possível salvar uma língua como se salva um templo do desgaste do tempo ou da destruição pelos homens? O "Atlas das Línguas do Mundo em Perigo de Desaparecer 2009", apresentado na quinta-feira, 19 de fevereiro, na Unesco em Paris, dá uma visão mais otimista e matizada do que seu título permite supor. Enquanto o Atlas de 1999 citava 600 línguas e o de 2001, 900, a terceira edição, realizada por 25 pesquisadores sob a batuta do linguista Christopher Moseley, estima em 2.511 o número de línguas vivas cuja situação é vulnerável, em perigo, em sério perigo, em situação crítica ou extinta no mundo. Um número a se comparar com as 6.912 línguas recenseadas pelo "Ethnologue", o índice oficial e única estimativa científica disponível. A concentração de línguas ameaçadas é especialmente forte nas regiões do mundo que também apresentam a maior diversidade linguística: Melanésia, África subsaariana e América do Sul. Esse salto quantitativo considerável não significa um agravamento, mas simplesmente reflete "um melhor recenseamento" dos idiomas, explica Cécile Duvelle, chefe da seção de patrimônio e material da Unesco. Em sua tipologia, os linguistas classificaram essas línguas e seu grau de "risco" em função de critérios de "vitalidade" linguística, tais como, principalmente, o número de locutores, mas também a transmissão da língua de uma geração a outra e as políticas linguísticas dos governos e das instituições. "As línguas são vivas. Algumas morrem, outras nascem. A coisa se move", resume Duvelle, que revela "uma crescente preocupação dos países" sobre as questões linguísticas. Estas também parecem ter se beneficiado do aumento de reivindicações em todo o mundo pela proteção da biodiversidade, de tratar "com um mesmo sentimento de urgência a preservação das espécies vivas e a das línguas humanas", explica Moseley. Correlação interessante, mesmo que não demonstre nada: a faixa dos trópicos também é a "zona" onde reina a maior biodiversidade.

Crise econômica e críticas a adversários marcam visita de Lula

Da Revista Algo Mais


Crise econômica mundial, projetos do Governo Federal e política. Estes foram os três assuntos que marcaram a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Pernambuco, nesta segunda-feira (23).
Durante a passagem que durou pouco mais de cinco horas, Lula participou da inauguração de uma fábrica de alimentos na cidade de Vitória de Santo Antão, na Zona da Mata, e da entrega da Linha Sul do metrô, em Jaboatão dos Guararapes.
Nas duas solenidades, o presidente discursou, mas evitou falar com a imprensa. A crise econômica e os projetos do Governo como a Transnordestina e o programa habitacional que será lançado oficialmente na próxima quarta-feira (25) marcaram os pronunciamentos nas duas solenidades.
A política se restringiu à fala do presidente no metrô. Apenas a sucessão presidencial ficou de fora. Até mesmo quando o público que acompanhava a solenidade gritou questionando sobre a ausência da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, cotada para suceder o presidente nas eleições de 2010. Lula não respondeu e se limitou a sorrir.
Entretanto, o presidente não poupou o seu antecessor no Planalto, Fernando Henrique Cardoso (PSDB), nem o ex-governador de Pernambuco e atual senador Jarbas Vasconcelos (PMDB).
“Pernambuco está dando um salto extraordinário de qualidade. O governo de Eduardo Campos (PSB) vai recuperar em cinco anos o atraso a que o Estado foi submetido nos últimos 20 anos”, alfinetou.
Na estação do metrô em Cajueiro Seco, em Jaboatão, ao lado do prefeito Elias Gomes (PSDB), Lula disparou contra Fernando Henrique Cardoso ao destacar que todos os prefeitos, independentemente do partido, serão atendidos pelo Governo Federal.
“Eu não quero saber o partido do companheiro Elias. Ele vai ser tratado como se fosse do partido do governador Eduardo Campos ou como do meu partido, o PT. Não interessa o partido. O que interessa é que o prefeito tenha juízo, vergonha e tome conta do povo. O governo Jarbas recebeu mais dinheiro do Governo Federal no seu segundo mandato do que no mandato de FHC, de quem era aliado”.
Crise econômica - Durante os discursos, o presidente disse que não sabe a dimensão do que a crise econômica pode provocar no mundo e voltou a pregar que ela deve ser combatida com investimentos.
“Não temos dimensão do que pode provocar no mundo. Mas temos que continuar trabalhando. E para vencer esta crise temos que investir mais, gastar com ações que gerem empregos e credibilidade, para que o público veja que estamos fazendo a coisa certa”, destacou.
Uma dessas respostas, segundo o presidente, será dada na próxima quarta-feira (25), quando Lula prometeu anunciar o programa habitacional que deverá construir 1 milhão de casas populares. “Será o maior programa habitacional lançado neste País. Vamos construir 1 milhão de casas para pessoas que ganham de um a dez salários mínimos. Se este programa der certo, quem vier depois de mim terá que fazer um programa para construir 2 ou 3 milhões de casas”, disse.
Durante os dois pronunciamentos, o presidente fez questão de passar um discurso positivo. “Se eu tivesse medo de crise não teria nascido. Isto porque nasci numa situação onde não sabíamos se uma criança chegaria viva aos cinco anos. Esta crise não assusta, vamos derrotá-la com investimentos e fazendo obras”, concluiu.

Visita -
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou ao Recife por volta das 10h desta segunda-feira (23). Da Base Aérea, Lula seguiu direto para Vitória de Santo Antão, onde participou da solenidade de inauguração da fábrica da Sadia.
Por volta das 13h, a comitiva do presidente seguiu de helicóptero para a estação do metrô em Cajueiro Seco, em Jaboatão, para participar da inauguração da Linha Sul.
Duas horas e meia depois, Lula deixou Pernambuco e seguiu para a Bahia, para participar da cerimônia de balanço do primeiro do programa Territórios da Cidadania.

O viver melhor ou o bem viver?


Do Adital


Por Leonardo Boff


Na ideologia dominante, todo mundo quer viver melhor e desfrutar de uma melhor qualidade de vida. Comumente associa esta qualidade de vida ao Produto Interno Bruto (PIB) de cada pais. O PIB representa todas as riquezas materiais que um país produz. Se este é o critério, então os países melhor colocados são os Estados Unidos, seguidos do Japão, Alemanha, Suécia e outros. Este PIB é uma medida inventada pelo capitalismo para estimular a produção crescente de bens materiais a serem consumidos. Nos últimos anos, dado o crescimento da pobreza e da urbanização favelizada do mundo e até por um senso de decência, a ONU introduziu a categoria IDH, o "Índice de Desenvolvimento Humano". Nele se elencam valores intangíveis como saúde, educação, igualdade social, cuidado para com a natureza, equidade de gênero e outros. Enriqueceu o sentido de "qualidade de vida" que era entendido de forma muito materialista: goza de boa qualidade de vida quem mais e melhor consome.

Consoante o IDH a pequena Cuba apresenta-se melhor situada que os EUA, embora com um PIB comparativamente ínfimo. Acima de todos os países está o Butão, espremido entre a China e Índia aos pés do Himalaia, muito pobre materialmente mas que estatuiu oficialmente o "Índice de Felicidade Interna Bruta". Este não é medido por critérios quantitativos mas qualitativos, como boa governança das autoridades, eqüitativa distribuição dos excedentes da agricultura de subsistência, da extração vegetal e da venda de energia para a Índia, boa saúde e educação e especialmente bom nível de cooperação de todos para garantir a paz social. Nas tradições indígenas de Abya Yala, nome para o nosso Continente indioamericano ao invés de "viver melhor" se fala em "bem viver". Esta categoria entrou nas constituições da Bolívia e do Equador como o objetivo social a ser perseguido pelo Estado e por toda a sociedade. O "viver melhor" supõe uma ética do progresso ilimitado e nos incita a uma competição com os outros para criar mais e mais condições para "viver melhor". Entretanto para que alguns pudessem "viver melhor" milhões e milhões têm e tiveram que "viver mal". É a contradição capitalista.
Contrariamente, o "bem viver" visa a uma ética da suficiência para toda a comunidade e não apenas para o indivíduo. O "bem viver" supõe uma visão holística e integradora do ser humano inserido na grande comunidade terrenal que inclui além do ser humano, o ar, a água, os solos, as montanhas, as árvores e os animais; é estar em profunda comunhão com a Pacha Mama (Terra), com as energias do universo e com Deus. A preocupação central não é acumular. De mais a mais, a Mãe Terra nos fornece tudo que precisamos. Nosso trabalho supre o que ele não nos pode dar ou a ajudamos a produzir o suficiente e decente para todos, também para os animais e as plantas. "Bem viver" é estar em permanente harmonia com o todo, celebrando os ritos sagrados que continuamente renovam a conexão cósmica e com Deus. O "bem viver" nos convida a não consumir mais do que o ecossistema pode suportar, a evitar a produção de resíduos que não podemos absorver com segurança e nos incita a reutilizar e reciclar tudo o que tivermos usado. Será um consumo reciclável e frugal. Então não haverá escassez. Nesta época de busca de novos caminhos para a humanidade a idéia do "bem viver" tem muito a nos ensinar.


* Teólogo, filósofo e escritor

Crise ainda não chegou para o setor de shoppings

Do Monitor Mercantil

As principais companhias de shopping centers do país que têm capital aberto mostraram resultados no último trimestre do ano e em 2008 que vão na contramão da crise que atinge a maioria dos segmentos da economia. Os balanços da BR Malls, Multiplan Empreendimentos Imobiliários e Iguatemi Empresa de Shopping Centers registraram crescimento de indicadores como receita, vendas mesmas lojas (lojas com no mínimo 12 meses de operação) e aluguéis. E as perspectivas continuam positivas para este ano, embora o mais provável é que o crescimento fique abaixo do registrado em 2008, como consequência da piora do cenário macroeconômico.
Os executivos das companhias afirmam que existe demanda de lojistas por novas áreas. Diante dessa demanda e dos bons resultados que vêm sendo obtidos, os projetos de desenvolvimento e expansão já anunciados estão mantidos. Mas, dificilmente, as companhias vão divulgar, em 2009, investimentos em novos projetos, principalmente com início de construção previsto para este ano.

País fecha 750 mil empregos em 3 meses

Do Monitor Mercantil

A crise financeira internacional eliminou aproximadamente 750 mil empregos formais no país entre dezembro do ano passado e fevereiro deste ano, segundo levantamento do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) divulgado nesta segunda-feira. De acordo com o estudo, este volume representa uma queda de 2,3% do emprego formal no período.
O setor mais atingido foi a agropecuária, com recuo de 7,9% das vagas em dezembro ante novembro do ano passado e de 8,6% no acumulado de dezembro a fevereiro. Em seguida, ficou a indústria de transformação, que registrou perda de 3,6% dos postos com carteira assinada em dezembro sobre novembro e de 5% no acumulado até fevereiro.
Por outro lado, a pesquisa mostrou que três setores conseguiram retomar em fevereiro deste ano o nível de estoque de empregos formais verificado em novembro do ano passado: serviço industrial de utilidade pública, serviços de alojamento e alimentação e serviços médicos e odontológicos.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Prof. MIGUEL REALE JÚNIOR sobre o "BBB".


Programas como Big Brother indicam a completa perda do pudor, ausência de noção do que cabe permanecer entre quatro paredes. Desfazer-se a diferença entre o que deve ser exibido e o que deve ser ocultado. Assim, expõe-se ao grande público a realidade íntima das pessoas por meios virtuais, com absoluto desvelamento das zonas de exclusividade. A privacidade passa a ser vivida no espaço público.
O Big Brother Brasil, a Baixaria Brega do Brasil, faz de todos os telespectadores voyeurs de cenas protagonizadas na realidade de uma casa ocupada por pessoas que expõem publicamente suas zonas de vida mais íntima, em busca de dinheiro e sucesso. Tentei acompanhar o programa. Suportei apenas dez minutos: o suficiente para notar que estes violadores da própria privacidade falam em péssimo português obviedades com pretenso ar pascaliano, com jeito ansioso de serem engraçadamente profundos.
Mas o público concede elevadas audiências de 35 pontos e aciona, mediante pagamento da ligação, 18 milhões de telefonemas para participar do chamado "paredão", quando um dos protagonistas há de ser eliminado. Por sites da internet se pode saber do dia-a-dia desse reino do despudor e do mau gosto. As moças ensinam a dança do bumbum para cima. As festas abrem espaço para a sacanagem geral. Uma das moças no baile funk bebe sem parar.
Embriagada, levanta a blusa, a mostrar os seios. Depois, no banheiro, se põe a fazer depilação. Uma das participantes acorda com sangue nos lençóis, a revelar ter tido menstruação durante a noite. Outra convivente resiste a uma conquista, mas depois de assediada cede ao cerco com cinematográfico beijo no insistente conquistador que em seguida ridiculamente chora por ter traído a namorada à vista de todo o Brasil. A moça assediada, no entanto, diz que o beijo superou as expectativas. É possível conjunto mais significativo de vulgaridade chocante?
Instala-se o império do mau gosto. O programa gera a perda do respeito de si mesmo por parte dos protagonistas, prometendo-lhes sucesso ao custo da violação consentida da intimidade.. Mas o pior: estimula o telespectador a se divertir com a baixeza e a intimidade alheia. O Big Brother explora os maus instintos ao promover o exemplo de bebedeiras, de erotismo tosco e ilimitado, de burrice continuada, num festival de elevada deselegância.
O gosto do mal e mau gosto são igualmente sinais dos tempos, caracterizados pela decomposição dos valores da pessoa humana, portadora de dignidade só realizável de fixados limites intransponíveis de respeito a si própria e ao próximo, de preservação da privacidade e de vivência da solidariedade na comunhão social. O grande desafio de hoje é de ordem ética: construir uma vida em que o outro não valha apenas por satisfazer necessidades sensíveis.
Proletários do espírito, uni-vos, para se libertarem dos grilhões da mundialização, que plastifica as consciências.Miguel Reale Júnior, advogado, professor titular da Faculdade de Direito da USP, membro da Academia Paulista de Letras.O Estado de São Paulo, 02 de fevereiro de 2009

Desperdício de água no Brasil é recorde


Do site Jornal do Correio Brasil


O consumo diário médio de água por pessoa nos grandes centros urbanos brasileiros oscila entre 250 a 400 litros do recurso natural. O volume é mais que o dobro do considerado ideal pela Organização das Nações Unidas (ONU) fixado em 110 litros/dia. O Brasil também detém o recorde negativo de desperdício de água por habitante em termos globais. Ele foi detectado na região do Lago Sul, em Brasília, onde o gasto médio diário de água por pessoa atinge mil litros. Enquanto isso, em países da Àfrica, como a Namíbia, por exemplo, as pessoas têm menos de um litro de água por dia.
As informações são do engenheiro Paulo Costa, da consultoria paulista H2C, especialista em programas de racionalização do uso de água jque já desenvolveu mais mil projetos em empresas, hospitais e condomínios comerciais e residenciais.
Segundo ele, só cinco países no mundo apresentam um nível de consumo de água per capita previsto pela ONU: Alemanha, Bélgica, República Tcheca, Hungria e Portugal. O especialista explicou que os resultados alcançados por esses países são fruto da conjugação de tecnologia com informação, educação ambiental e re-educação da população adulta. De acordo com o engenheiro, esse também deve ser caminho a ser seguido pelo Brasil para reverter o alto nível de desperdício de água no país.
Em primeiro lugar, ele destacou a necessidade de os brasileiros adotarem uma nova postura diante do consumo de água:
– Isso diz respeito à re-educação ambiental, que deve ser difundida entre os adultos.
Em relação às crianças, Costa indicou a necessidade de que a disciplina de educação ambiental passe a fazer parte da grade curricular das escolas de ensino fundamental.
– Isso possibilita uma vantagem em termos de atitude em relação ao consumo – afirmou.
Para reduzir o desperdício, o especialista lembrou uma série de dicas, como os banhos mais curtos, uma vez que o chuveiro responde por 46% do consumo de água dentro de uma casa. Ele recomendou também que, ao fazer a limpeza de utensílios de cozinha, deve-se usar pouca água e muito sabão e bucha, lembrando que as torneiras e misturadores respondem por 14% do consumo domiciliar. Outra dica é escovar os dentes com a torneira fechada.
– São cuidados básicos em relação ao que nós já temos quanto ao consumo – disse.
Costa criticou a preocupação geral da sociedade e dos governos com a ampliação da produção de água, ao invés de buscar reduzir o consumo.
– O que nós tínhamos de água disponível em 1950 é o mesmo que temos hoje, mas temos alguns bilhões a mais de seres humanos. Então, se não pensarmos em controlar a demanda, estamos completamente errados, porque o trabalho que as concessionárias de água e a população como um todo vêm fazendo é de apressar o término dos estoques. A água é a mesma, precisamos é controlar a forma como usá-la – advertiu.
Dados da ONU apontam que mais de 4 bilhões de pessoas vão ter problemas com escassez de água em 2050. Segundo o engenheiro, existe tecnologia de sobra no Brasil para gerir a demanda da água, que é um bem finito, não renovável e tem um custo elevado de tratamento.
– É a atitude que nos falta –, afirmou.
De acordo com Costa, a conjugação de tecnologia e educação ambiental pode levar condomínios residenciais a terem 30% a 40% de economia por mês em seus gastos com água. Já nos condomínios comerciais, empresas e indústrias, a redução do gasto mensal com água pode chegar a 60%.
– Ou seja, o que nós vemos como despesa no balanço de uma empresa pode se transformar em receita, por meio da adoção de programas de racionalização de consumo de água – disse o engenheiro.

Juros fazem bem à saúde.... dos bancos do país

Do Monitor Mercantil

BB, Itaú e Bradesco estão entre as 20 instituições mais lucrativas das Américas
Os grandes bancos brasileiros estão entre as instituições financeiras mais lucrativas de capital aberto da América Latina e dos Estados Unidos. Os dados constam de um levantamento de uma consultoria financeiro com base nos resultados de 2008.
A explicação é relativamente simples, enquanto os bancos brasileiros são os principais beneficiários das taxas de juros reais mais elevados do mundo, seus equivalentes norte-americanos derretem e vêem seus lucros despencarem na maior crise desde a Depressão de 1930,
Na lista, com 20 instituições, o Banco do Brasil aparece na terceira posição da lista: com lucro de US$ 3,767 bilhões, no ano passado. O BB é seguido por Itaú Unibanco (US$ 3,339 bilhões) e Bradesco (US$ 3,261 bilhões).
O norte-americano JPMorgan é o banco com o maior lucro anual, com US$ 5,605 bilhões. Ele é seguido pelo Bank of America (BofA), com US$ 4,008 bilhões.
Levando em conta o retorno sobre o patrimônio - indicador importante da rentabilidade de uma instituição financeira - o Banco do Brasil aparece na primeira posição entre os 20 bancos analisados, com 32,5%.
Ele é seguido pelo Bradesco, com 23,6%, de acordo com o levantamento. O Itaú Unibanco ocupa o quinto lugar na lista de maiores retornos sobre o patrimônio, com 21,5%.

Casos de assédio moral crescem na crise


Autor(es): CLAUDIA ROLLI e FÁTIMA FERNANDES
Folha de S. Paulo - 23/03/2009


Desde fim de 2008, mais de mil trabalhadores entraram na Justiça paulista alegando humilhações e ameaças no empregoDificuldades nas empresas por causa da crise podem gerar situações de assédio, embora falte legislação federal específica no país
A.S., ex-diretor de RH, que diz ter sido ameaçado e acabou demitido
A.S., ex-diretor de Recursos Humanos de uma indústria de motocicletas, diz que não apoiou a demissão de centenas de funcionários que poderiam ser lesados em seus direitos. Perdeu poder na empresa, foi ameaçado veladamente e acabou demitido no mês passado.O executivo decidiu cobrar na Justiça do Trabalho o assédio moral que acredita ter sofrido após as medidas que a companhia adotou para enfrentar os efeitos da crise mundial.Vendedora de uma empresa de cosméticos, M.S. diz que foi isolada por colegas que temiam a competição no trabalho. Passou a receber e-mails com vírus para atrasar e desqualificar seu desempenho. Teve de trabalhar de madrugada para colocar o serviço em dia até ser afastada por doença física e psíquica e também acionou a Justiça por assédio moral.Advogados relatam que a pressão para melhorar os resultados diante dos efeitos da crise mundial se dissemina e coloca cada vez mais trabalhadores -como o ex-diretor de RH e a vendedora- em situações de possível assédio moral.Em 12 escritórios de advogados consultados pela Folha na última semana, aumentou desde outubro o número de ações trabalhistas ou de consultas para abrir processos e pedir indenizações por assédio moral.A Associação dos Advogados Trabalhistas do Estado de São Paulo (AATSP) estima que os mil profissionais associados ingressaram na Justiça com ao menos uma ação de assédio moral cada um desde que a crise se agravou no final de 2008.Procuradores do Ministério Público do Trabalho em seis Estados (Rio, Pernambuco, Piauí, Ceará, Santa Catarina e São Paulo) e no Distrito Federal investigam 145 denúncias recebidas neste ano sobre assédio nos setores aéreo, bancário, metalúrgico e de comércio.É considerado assédio moral um conjunto de condutas abusivas, frequentes e intencionais que atingem a dignidade da pessoa e que resultam em humilhação e sofrimento. "O assédio moral, também chamado de "terror psicológico" no trabalho, é hoje um dos requisitos para aumentar a produtividade nas empresas, que precisam ser mais competitivas contra a crise", diz Luiz Salvador, presidente da Abrat (associação brasileira dos advogados do setor).Com o acirramento da competição, o assédio moral tende a crescer intra e entre os grupos nas empresas de diferentes setores -principalmente em segmentos onde a tensão é maior, como mercado financeiro e empresas que tiveram o patrimônio reduzido na crise."Existe uma crise real e uma imaginária, que torna os funcionários mais inseguros e angustiados. Com essa tensão coletiva, o clima é de maior disputa. Quem está fora do mercado quer entrar, e quem está dentro não quer sair. Os gestores são mais pressionados, pressionam os empregados da produção, e as situações de assédio vão se alastrando", diz o pesquisador Roberto Heloani, professor da FGV e da Unicamp.O número de consultas ao site (www.assediomoral.org.br) cresceu cerca de 20% desde que a crise se agravou, em outubro, afirma Heloani, coordenador do site. Em alguns escritórios paulistas, a demanda por essas informações subiu em 30% nos últimos dois meses.O assédio, que se espalha do alto escalão à produção, atinge trabalhadores de todas as rendas. Um alto executivo americano que veio ao Brasil comandar grupo de assuntos estratégicos de um banco por quase R$ 60 mil mensais já recorreu à Justiça por assédio. Com a crise, sua função foi extinta. Ele foi deixado em casa até o banco romper seu contrato, antes do prazo previsto e sem pagar a devida indenização.Cobrar metas faz parte do dia a dia de qualquer empresa. O problema, dizem os especialistas, é a forma dessa cobrança. Se houver humilhação e ameaça, está caracterizado o assédio. "A imposição de metas para alcançar maior produtividade não implica qualquer violação aos direitos do empregado. Ao contrário, já que podem servir como motivação para alcançar bônus ou prêmio. Mas as metas não podem ser absurdas nem abusivas", diz Otavio Brito Lopes, procurador-geral do Trabalho.Não há legislação federal específica para o assédio moral no Brasil. Por isso, parte dos advogados crê que, em épocas de crise, o assédio pode ser "usado" pelos trabalhadores para pleitearem indenizações."Há pedidos absurdos relativos a assédio moral e com valores desproporcionais. Essa situação é fruto da angústia e desespero dos trabalhadores quando são demitidos. Com isso, demandas verdadeiras de assédio moral ficam sujeitas à ideia de também serem despropositadas", diz o advogado Guilherme Miguel Gantus.

sábado, 21 de março de 2009

Como ser mais competitivo em tempos de crise

Do Gazeta Mercantil

São Paulo, 19 de março de 2009 - Não há dúvidas de que todo o mercado passa por uma série de instabilidades e que, nesse momento, o que mais vemos são atitudes assertivas e equivocadas por parte de grandes, médias e pequenas empresas. Avaliando as grandes e as médias, que dominam a maior fatia de mercado e empregam uma quantidade infinitamente maior de profissionais, é possível perceber quais são os acertos e erros de cada uma delas.
Em meio a uma crise, a redução de custos é sempre uma das melhores alternativas, mas não a única. Não é possível definir uma redução sem antes identificar o que gera custo desnecessariamente. Este processo de identificação dos pontos que devem ser trabalhados requer a análise de muitos aspectos, como: processos, tecnologia, pessoas, produto, qualidade e, principalmente, o modelo de gestão do negócio.
A redução de custos pode ser aplicada desde para evitar impressões desnecessárias, como para a criação ou eliminação de áreas como um todo. Bom exemplo disto é a centralização de serviços, que permite a concentração de recursos com alto nível de qualidade no serviço e baixo custo, com objetivo comum de satisfazer os clientes externos e internos, além de acrescentar valor à empresa. Mas este é um exemplo de redução a longo prazo, pois o serviço compartilhado requer investimento em conhecimento, infraestrutura e tecnologia.
Para reduzir custos é preciso entender exatamente como a sua empresa funciona. No geral, entre quase todos os nossos clientes, surgem situações bastante inusitadas quando chega-se à da primeira etapa do processo de consultoria em gestão e tecnologia, que é o levantamento. Situações essas que, muitas vezes, têm grande impacto no negócio, e que poucas pessoas envolvidas conseguem explicar. Certamente, isso é prejudicial e deve ser corrigido, mas identifica efetivamente que sem que os processos estejam desenhados e claramente executados, não há como se ter o conhecimento amplo dos bastidores da empresa. Somente conhecendo os impactos é que mudanças podem ser promovidas e, para isso, o primeiro passo é conhecer os processos e estratégias do negócio.
Toda crise também promove a possibilidade de crescimento ou oportunidades para a melhoria de diversas situações dentro e fora da empresa. Esta busca pela evolução e pelo aprimoramento deve ser algo constante nas empresas, independentemente de um cenário de crise ou não. Como a crise motiva ainda mais esta busca, as empresas precisam criar mecanismos para manter viva esta cultura.

É invasão, estúpidos! E o delinquente continua solto


Do blog do Bourdoukan


Seis anos depois e mais de um milhão e meio de vítimas, o Iraque clama por justiça.O país foi invadido, saqueado, brutalizado e a mídia diz que ali houve uma guerra...Mas o que se pode esperar de uma mídia corrupta e servil? (pleonasmo)...

Abaixo, transcrevo, mais uma vez trechos publicados neste blog e sempre omitidos pelos bandoleiros que infestam as letras e as imagens.Sodomia de crianças
Seymour Hersh, do New Yorker, o primeiro jornalista a denunciar as torturas praticadas pelos soldados americanos na prisão de Abu Ghraib, Iraque, afirmou, durante palestra, que assistiu a tapes “onde podíamos ver as crianças sendo sodomizadas. O pior de tudo era ouvir seus gritos”.Sodomia de crianças é a última manifestação da democracia exportada pelo delinqüente Bush.É a democracia que fala em liberdade de imprensa, mas não permite que essas verdades sejam divulgadas.Crianças com 8 anos de idade servindo a apetites medonhos de bárbaros que invadiram seu país para aumentar os lucros das empresas.
Estatísticas do governo indicam que cinco milhões de crianças vivem em péssimas condições econômicas.
760.000 não puderam voltar à escola primária este ano e cerca de 25.000 perderam seus lares.
As organizações humanitárias informam que o número de órfãos iraquianos aumentou em 500 mil.
Segundo a Save the children, uma de cada oito crianças iraquianas está vivendo agora nas ruas.O Fafo Institute for Applied Social Science da ONU informa que há pelos menos 400 mil crianças que sofrem de desnutrição.A organização Childhood Voices Association que cuida de crianças informa que só em Bagdad há 11.000 crianças dependentes de drogas, que muitas meninas entre 12 a 16 anos têm sido vitimais de estupros.Além disso, mais de 1.300 crianças entre oito e 12 anos encontram-se detidas em prisões construídas pelos invasores estadunidenses sofrendo violências sexuais.
Uma de cada cinco iraquianas casada ficou viuva.Pergunto: o delinqüente Bush merece ou não ser julgado por crimes de guerra?

O grande escândalo

Do Tribuna da Imprensa

Por Carlos Chagas

Mais chocante do que o Senado dispor de 181 diretores com salários polpudos e 11 mil funcionários, acima e além de a Câmara possuir 104 diretores igualmente bem pagos e 10 mil funcionários, tem coisa pior no reino do Legislativo: ambas as casas do Congresso, somadas, abrigam 20 mil trabalhadores terceirizados. O grave não é dar emprego a tanta gente que precisa dele, mas atentar para que as empresas organizadas para terceirizar segurança, limpeza, assessorias diversas, publicidade e até imprensa recebem milhões dos cofres públicos. Seus empregados, de jeito nenhum, mas seus proprietários, uma fábula.
Agora tem outro problema: é apenas no Legislativo que isso acontece? Nem pensar. No Executivo e no Judiciário as terceirizações são iguais, senão maiores. É esse o grande escândalo nacional, iniciado em tempos bem anteriores aos anos-Lula. Foi no governo Fernando Henrique que essa distorção mais se acentuou, inflada pelos ventos das privatizações desmedidas. Os anos passaram, a crise econômica acaba de demonstrar a importância do retorno aos estados fortes, mas as trágicas consequências do neoliberalismo surgem a cada momento.
A terceirização é uma delas, valendo referir que razoável parte das empresas comprometidas em prestar serviços ao poder público atrasa os salários de seus empregados, não lhes garante qualquer direito e, acima de tudo, empenha-se em obter contratos aditivos de seus flácidos contratantes. Conseguem, sabe-se lá por que. Ou sabemos muito bem, através de parentescos, amizades, comissões e sucedâneos. É assim que muita gente constrói suas mansões...

Cerco a Protógenes e o 1° de Abril

Do Terra Magazine

Vitor Hugo SoaresDe Salvador (BA)

Seguem os movimentos - ora precipitados, ora tortuosos - de integrantes da "CPI dos Grampos" no Congresso. O objetivo, aparentemente, é cortar o mais rapidamente possível a capacidade de movimentação do delegado da Polícia Federal, Protógenes Queiroz, e principalmente o seu notável poder de polemizar sobre temas essenciais do País, como a corrupção de "intocáveis". Nunca é demais lembrar: o delegado Protógenes conduziu a Operação Satiagraha, prendeu e levantou provas que levaram a justiça a condenar o dono do Grupo Opportunity, Daniel Dantas, além de indícios cujos prováveis desdobramentos provocam arrepios na espinha de muita gente ainda.
Pela pressa e eufórica boataria em áreas da política e adjacências, o cutelo deve começar a baixar ainda no 1° de Abril próximo, data do crucial depoimento do delegado. É desconhecido o motivo - e a quem serve - da escolha do dia mundial da mentira para um evento de tanta expectativa e importância para os que buscam a verdade inteira neste episódio intrincado e cabuloso. Por enquanto, apenas dá suporte para as gozações óbvias e nada isentas do presidente da CPI, deputado Marcelo Itagiba, do PMDB do Rio de Janeiro, e seu fiel escudeiro, relator Nelson Pelegrino, do PT da Bahia. Este último até já antecipou o seu voto pela punição do delegado, antes de saber o que seu conterrâneo Protógenes (como o banqueiro Dantas) tem a revelar na audiência.
Nunca é demais ouvir ensinamentos da sabedoria popular em situações como esta: apressados geralmente se alimentam mal e estão sujeitos a sofrer indigestão. Quem viu a entrevista do delegado esta semana na Rede Vida e, em seguida, a conversa de quinta-feira (19) de Protógenes com internautas no estúdio da TV UOL (do grupo Folha de S. Paulo), deve ter percebido: o chefe da Satiagraha tem pescoço grosso, difícil de cortar com um único golpe. Além disso, ficou mais que evidente nas duas situações: Protógenes Queiroz não está isolado, muito ao contrário.

sexta-feira, 20 de março de 2009

É PRECISO MUDAR O HOMEM

Do Blog do Bourdoukan

Dez mil anos já se passaram desde que o primeiro homem aproveitou-se do trabalho do vizinho para lucrar. E até agora nada mudou. Civilizações surgiram e desapareceram. Impérios soçobraram. Guerras, fome e miséria acompanham a humanidade desde então. E nada. Absolutamente nada mudou.Culpar a quem, senão ao próprio homem?Propostas surgiram, avançaram, mas jamais alcançaram o bem-estar.O homem continua só e solitário. A batalha do dia-a-dia não lhe permite raciocinar. E o que é a batalha do dia-a-dia senão guerra de outro tipo?E o que é a exploração do homem pelo homem que não escravidão disfarçada?O que fazer?Essa pergunta já foi feita e deu no que deu.Outra pergunta: É possível mudar o sistema sem mudar o homem?É a História quem responde: nada feito.Mudar o homem.Eis a solução.Mas de que forma?Alguém tem alguma idéia?Diógenes percebeu isso há 2.500 anos. Quando lhe perguntaram a razão de andar com uma lanterna acessa durante o dia, respondia: procuro o homem.Platão fez algumas sugestões, Aristóteles também tentou. Que o digam Santo Tomás de Aquino e Santo Agostinho.Os utopistas cansaram de oferecer alternativas.Thomas Morus dirá que o decapitaram e depois o santificaram.Tudo por obra do animal homem.Até Marx foi enganado.Porque acreditava no homem generoso e no homem solidário.O resultado todos conhecem.Então não haverá solução?Claro que há.Ela começa por você!

O PAPA NA ÁFRICA

O Papa está preocupado com o uso de preservativos na África. Enquanto isso...

Bento XVI erra ao condenar uso de camisinha

Da Tribuna da Imprensa

Por Pedro Couto

O papa Bento XVI, francamente, cometeu mais um erro desde que sucedeu João Paulo II Cátedra de São Pedro, ao condenar, na viagem que iniciou à África, o uso de camisinha, dizendo que não constitui solução para a epidemia de Aids. Pelo contrário - acrescentou -, aumenta o problema. Não é verdade. Não aumenta. De fato, o uso do preservativo masculino, por si só, não resolve a dramática questão. Mas funciona para reduzi-la, sem dúvida.
Até há poucos anos, o percentual de mulheres infectadas era de 10%. Hoje é de 30. O perigo aumenta diariamente para ambos os sexos. Dentro de tal contexto assustador, como se vê, todos os esforços devem convergir no sentido da preservação da saúde e da vida. Nenhum pode ser excluído. Sobretudo a distribuição de camisinhas. Elas podem não conter totalmente a doença, até porque é necessário seguir-se as regras de uso e de contato físico, mas o panorama seria muito pior não houvesse tal programa. Principalmente na África, onde evidentemente pela incidência enorme a moléstia começou. Mas a importância dos preservativos não pode se restringir àquele continente. Deve ser o mais geral possível.

Resistências invisíveis

Do Tribuna da Imprensa

Por Carlos Chagas

Enganam-se quantos imaginam o PT cerrando fileiras em torno da candidatura de Dilma Rousseff. Dos treze grupos em que o partido se divide, a unanimidade passa ao largo. É claro que para efeito externo, para o presidente Lula ouvir, todos os companheiros são Lula desde criancinha. Nos bastidores, porém, encontram-se em ebulição as dúvidas referentes às possibilidades da candidata apresentada pelo presidente Lula.
Se ela não emplacar até o segundo semestre, como ficará o PT? Pronto para entregar o governo aos tucanos, abrindo mão do maior festival de usufruto do poder jamais encenado em toda a República?
Por conta dessas dúvidas registra-se nas profundezas o crescimento da tese de que só com o terceiro mandato tudo continuará como está. Quem viver, verá...

As mudanças na mídia

Do Luis Nassif

Um estudo amplo sobre os dados do Instituto Verificador de Circulação (IVC) – que audita a tiragem de jornais e revistas – e do IBOPE – para TV e rádio – comprova que a última década foi de mudanças estruturais. Essas modificações reduziram sensivelmente o papel e a influência da chamada grande mídia – categoria onde entram a Rede Globo, os jornais Folha de S.Paulo, Estado de S.Paulo, O Globo, Jornal do Brasil e Correio Braziliense. E um sensível aumento de competidores, da imprensa do interior e dos jornais populares.Entre as TVs abertas, a Globo tinha um share de audiência de 50,7% em 2001. Chegou a bater em 56,7% em 2004 – coincidindo com a queda de audiência do SBT. Hoje está em 40,6% – coincidindo com a subida da TV Record – que saiu de 9,2% em 2001 para 16,2%. Nas três últimas semanas, o Jornal Nacional deu 26% de audiência em São Paulo. Seis anos atrás, era de 42%. Nessa época, quando o JN caiu para 35% houve um reboliço na Globo. A ponto de edições do JN terem blocos de 22 minutos com várias matérias de apelo. Aparentemente, perdeu esse pique.
O que interessaCom os jornais da chamada grande mídia, repete-se o mesmo fenômeno. O estudo dividiu os jornais entre tradicionais (Folha, Estado, Globo, JB e Correio Braziliense), jornais das capitais, jornais do interior e jornais populares.De 2001 a 2009, os tradicionais perderam 300 mil exemplares diários – de 1,2 milhão para 942 mil, queda de 25%. Os jornais de capitais (excetuando os do primeiro grupo) cresceram de 1,2 milhão para 1, 37 milhão – crescimento de 10,5%. Os jornais populares passaram de 663 mil para 1,2 milhão – alta de 85%. E os jornais do interior saltaram de 300 mil para 552 mil – alta de 83,5%.Não apenas isso. Nos últimos anos, gradativamente os jornais estão se desvencilhando da pauta da chamada grande mídia. Antes, havia um processo de criação de ondas concêntricas em torno dos temas levantados pelo núcleo central, com os demais jornais acompanhando as manchetes e as análises.De alguns anos para cá, essa dependência cessou. Um estudo de caso analisou bem essa diferença de enfoque. Lula esteve em São Paulo. Anunciou que as informações do INSS seriam fornecidas em três horas. Os grandes jornais e o JN deram destaque para a visita a uma sinagoga (para repercutir a questão do Holocausto) e para intrigas políticas. Todos os jornais populares, do interior e das capitais, deram destaque àquilo que interessava diretamente ao seu leitor: a diminuição dos prazos de informações do INSS.Caminho longoEsse exemplo sintetiza a armadilha na qual se meteu nos últimos anos a chamada grande mídia. Perdeu-se a noção dos temas relevantes ao leitor. Em vez de buscar a informação útil, enrolaram-se no chamado jornalismo de intriga – sempre procurando frases ou enfoques que privilegiassem conflitos.Enquanto isto, os jornais populares – com exceção dos paulistanos (Agora, Diário de S.Paulo e Jornal da Tarde), que não decolaram – passaram a tratar dos temas de interesse de seu público, assim com os jornais de interior e da capital. Vai ser um longo trajeto para recuperar os princípios do jornalismo.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Verde em duas rodas

Da Carta Capital

André Siqueira

A Honda anunciou na terça-feira 10, às 18h de Brasília, o lançamento da primeira motocicleta bicombustível, a CG 150 Mix. A tecnologia utilizada pela Honda começou a ser desenvolvida em 2006 no Japão, com a participação dos técnicos brasileiros. Os equipamentos são produzidos pela empresa na planta de Manaus, a maior unidade da fabricante japonesa no mundo. O preço do modelo Mix será 300 reais superior ao da versão a gasolina, e vai de 6.340 a 7.290 reais. As novas motos começam a chegar às concessionárias no fim de março. A expectativa da Honda é comercializar 16 mil unidades por mês, a metade do total de vendas da Titan. As versões da CG de 125 cilindradas, mais populares, não puderam ser adaptadas para rodar com álcool porque não dispõem de sistema de injeção eletrônica. A exemplo dos carros com motor flexível, a CG 150 Titan Mix funciona com álcool e gasolina. Mas guarda algumas diferenças. Como dispensa o tanque de gasolina para partida a frio, precisa ter uma quantidade mínima do derivado de petróleo no tanque quando a temperatura estiver abaixo de 15oC. Além disso, o sistema de controle eletrônico da injeção de combustível possui quatro programações pré-definidas, que são acionadas de acordo com o teor da mistura. Nos automóveis, o sistema é calibrado constantemente. Luzes no painel indicam a necessidade de colocar mais gasolina no tanque. A diferença no bolso do consumidor não será tão sensível. Um dos estudos da Honda mostra que a economia a cada 20 mil quilômetros rodados com álcool é de cerca de 300 reais. “O que deve contar para o consumidor deste modelo é a sensação de gastar menos para encher o tanque”, diz o analista de Desenvolvimento de Novos Produtos da fabricante, Hayato Ikejiri. No caso das motos de maior cilindrada, a perda de autonomia ao abastecer com álcool é um fator que pesa contra a tecnologia bicombustível. “Por outro lado, esse público tem uma preocupação maior com o meio ambiente”, argumenta o diretor de Relações Institucionais da Honda, Paulo Takeuchi. “Se sentirmos que há interesse dos consumidores, temos como oferecer a alternativa em outros modelos.” Uma boa notícia, pois ao rodar com álcool as motocicletas liberam 79% menos monóxido de carbono do que exige a norma Promot 3, em vigor desde janeiro. Com gasolina, a emissão do modelo aumenta para 56% do máximo permitido. *O colunista viajou a Manaus a convite da Honda do Brasil

Delegado atrevido

Do blog Porfírio Livre

O delegado atrevido fez concurso, ralou para ganhar o distintivo. Um ministro do Supremo Tribunal Federal não precisa queimar a mufa. Ganha do presidente amigo a mais cobiçada cadeira da magistratura para o resto da vida.E, como é público e notório, o que a Justiça decide não se discute: cumpre-se. Inda mais se for a Justiça Superior.Mais o quê? Meter-se com um personagem poderoso, para o qual todos se agacham como se diante da galinha dos ovos de ouro?O delegado Protógenes Pinheiro Queiroz brincou com fogo desde quando começou a trabalhar como agente federal. Mexeu com boa parte do nosso PIB. Sabe o que é PIB? É isso mesmo. Diz-se da turma que consta do pódio do sistema.Abusou, sem dúvida. Agindo como um autêntico “ET”, criou uma falsa idéia de que no Brasil, finalmente, a cana não seria só para ladrão de galinha.
Folha Corrida
Veja seu histórico: Foi quem efetuou a prisão de Paulo Maluf, do contrabandista Law King Chong, de Daniel Dantas, de Naji Nahas e do ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta.Estiveram sob sua coordenação, em parceria com a Promotoria de São Paulo as investigações do caso Corinthians/MSI, por evasão de divisas e lavagem de dinheiro. Os envolvidos nas fraudes da arbitragem do futebol Brasileiro, em 2005, foram investigados por ele e pelos promotores Roberto Porto e José Reinaldo Guimarães Carneiro, do Gaeco.Queiroz também presidiu o inquérito sobre remessas ilegais de dinheiro para paraísos fiscais, que desvendaram movimentações de cerca de cinco milhões de dólares, das quais o ex-prefeito Celso Pitta seria o principal beneficiário. O ex-prefeito Paulo Maluf (PP) foi investigado no mesmo inquérito. Foi seu o relatório que terminou o inquérito sobre desvio de dinheiro da Prefeitura de São Paulo, concluindo que "os cofres públicos foram pilhados" durante os governos de Maluf (1993-96) e Pitta (1997-2000).Participou da operação que prendeu o comerciante Law King Chong, o maior contrabandista do Brasil. King Chong estava disposto a pagar 1,5 milhão de dólares ao presidente da CPI, deputado Luiz Antônio Medeiros para obter favores, mas suas conversas foram registradas.Foi quem comandou a Operação Satiagraha, desde seu início até o dia 14 de julho de 2008, quando se afastou "voluntariamente, por motivos pessoais", a "conselho" da cúpula da Polícia Federal. Curiosamente Protógenes teria comentado com aliados que esse afastamento desmerece seu trabalho, e causa um prejuízo muito grande à investigaçãoNo dia 16 de julho o presidente Lula determinou ao seu ministro da justiça Tarso Genro que combinasse com a cúpula da Polícia Federal o retorno de Queiroz ao comando das investigações na Operação Satiagraha. Entretanto tal não ocorreu, e o último ato de Queiroz nesse inquérito foi indiciar formalmente Daniel Dantas, do Banco Opportunity, e mais nove pessoas investigadas na Operação Satiagraha no dia 18 de julho de 2008, sob acusação de gestão fraudulenta e formação de quadrilha.Com tanta imprudência, você queria o que? Como as mais altas proeminências dos nossos podres poderes estão querendo comer-lhe o fígado, não será surpresa se alguma dessas vestais sugerir o restabelecimento da pena de morte com o objetivo de permitir a execução de todos os policiais e juizes que ousarem mexer com os donos do Brasil. A começar por esse Protógenes.