quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

O Ministro Carlos Lupi está certo?

Do site Acerto de Contas
Por Pierre Lucena
Nas últimas duas semanas o Ministro do Trabalho, Carlos Lupi, ganhou as páginas dos jornais, quando resolveu bater de frente com a Fiesp, cobrando a não demissão por parte de empresas.
O argumento do Ministro é de que empresas que recebem recursos públicos via empréstimos subsidiados, como FINAME (BNDES) e recursos da caderneta de poupança e FGTS, não devem demitir sem antes discutir com o Governo.
A mídia está caindo em cima do Ministro, mas ele não está dizendo nenhuma aberração.
Nos EUA já se discute a mesma coisa. As montadoras estão recebendo empréstimos com juros subsidiados, e em troca não podem demitir os trabalhadores. Em países da Europa é a mesma coisa.
Lógico que isso não vale para o setor financeiro, inchado de pessoal, para o tamanho que deverá ter nos próximos anos.
Já há uma corrente na academia e na imprensa que defende algo semelhante. Quando a economia vai bem, os lucros são distribuídos sob a forma de dividendos aos acionistas, mas quando vai mal, o primeiro que sofre é o trabalhador, já que a empresa espera pouco para demitir.
Esta corrente defende que a empresa use parte de suas reservas para “aguentar o tranco”, e só depois, se confirmada a situação de baixa demanda, demita o empregado.
É uma espécie de solidariedade empregatícia, ou de responsabilidade social, já que em muitos casos uma empresa é responsável por boa parte da renda gerada em um município.
A idéia do Ministro é: se receberam algum tipo de benefício, como a indústria automobilística, não deve demitir. Caso demitam em massa, devem perder o benefício.
Infelizmente não é tão simples assim, já que o mercado está realmente complicado, e se tirar o benefício, como a isenção de IPI dos automóveis, o desemprego será ainda maior. Mas a idéia não é tão absurda quanto estão querendo que ela pareça.
Pelo menos a conversa de flexibilização nos direitos sumiu da imprensa nos últimos dias.

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