quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Nunca vi alguém meter a ripa na justiça assim

Um editorial ocupando toda a primeira página, assinado pelo jornalista Hélio Fernandes [ver abaixo], anunciou na segunda-feira (1/12) a suspensão temporária das atividades do jornal Tribuna da Imprensa. Segundo Fernandes, a Tribuna está deixando de circular devido à impossibilidade de pagar dívidas contraídas em função de perseguições sofridas durante a ditadura militar (1964-85). O jornalista também acusa o Supremo Tribunal Federal de morosidade por não julgar o pedido de indenização feito à União, justamente pelas perseguições durante o regime de exceção.
A seguir, o editorial de Hélio Fernandes sobre a suspensão das atividades do jornal.
A TRIBUNA INTERROMPE MOMENTAMENTE A CIRCULAÇÃO POR CULPA DA JUSTIÇA MOROSA, TENDENCIOSA, DESCUIDADA, DISPLICENTE, VERDADEIRAMENTE INJUSTA E AUSENTE, TÃO DITATORIAL QUANTO A DITADURA
O douto procurador-geral da República, Claudio Fonteles, recusou o AGRAVO da União, identificando-o como PROTELATÓRIO.
O imodesto ministro Joaquim Barbosa recebeu o AGRAVO da União, sabendo que era PROTELATÓRIO. Levou 2 anos e meio para entender.
Com a mente revoltada e o coração sangrando, escrevo serenamente, mas com a certeza de que é um libelo que atinge, vai atingir e quero mesmo que atinja o sistema Judiciário. As palavras que coloquei como título desta comunicação representam a ignomínia judicial, que se considera poderosa e inatingível, mas é apenas covarde e insensível.
Vivemos num mundo dominado pela VISIBILIDADE e a RECIPROCIDADE. Como não nos entregamos nunca, como ninguém neste jornal distribui visibilidade para receber reciprocidade, estamos em situação dificílima.
Nesse quadro, já dissemos e reiteramos que essa primeira indenização será toda destinada ao pagamento de DÍVIDAS obrigatórias contraídas por causa da perseguição incessante comprovadamente sofrida.
Em matéria de tempo, uma parte do Judiciário foi mais ditatorial do que a ditadura. Esta perseguiu o jornal das mais variadas formas, por 20 anos. A Justiça quer ver se chega aos 30 anos, por conta de sua repugnante MOROSIDADE, TÃO RUINOSA e imoral quanto a ilimitada violência perpetrada pela ditadura.

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