quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Fidel, o caquinho

Da Tribuna da Imprensa

Por Sebastião Nery

No fim do mês passado, quando Oscar Niemeyer foi a Brasília (de carro, com 101 anos!) discutir com Lula e os arquitetos do governo a reforma do palácio do Planalto, Lula assustou Niemeyer dizendo-lhe :
- Nosso amigo Fidel está se acabando. Está um caquinho. Na viagem a Washington, no mês passado, passei antes pela Venezuela e por Cuba. Das outras vezes, mesmo Fidel já doente, quando entrava no quarto dele, ele se levantava, sentava-se numa cadeira e conversava algum tempo. Desta vez, agora, nada disso. Estava estirado na cama, com os olhos fechados, e estirado ficou. Falei com ele, ele mal abriu os olhos e logo fechou. Na saída, tive a impressão de que ia sorrir para mim, mas nem isso. Sai triste, com a certeza de que aquele tinha sido nossa ultima vez. Estou com medo de que ele nem espere o dia 1º de janeiro, para as comemorações dos 50 anos da revolução cubana.
Irreversível
O 1º de janeiro passou, mas sem Fidel aparecer, nem pela TV. No fim de semana agora, o noticiário sobre o agravamento da saúde dele se alastrou pela Europa e Estados Unidos. Em Havana, até ontem o silencio era total. Em Paris, o "Le Figaro" dizia que as noticias eram "alarmantes".
Em Madrid o "El Pais" era ainda mais direto :
- "Movimentos foram percebidos no ministerio do Interior e nas Forças Armadas de Cuba, depois de um "possível" ataque cardíaco de Fidel".
De Havana, o blog "Cubaencouentro.com" informava que "o estado de saúde de Fidel é irreversível". E Hugo Chavez disse na TV, em Caracas, que "Fidel não volta mais". Será que só está esperando a posse de Obama?

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