quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Uma derrota ampla, geral e irrestrita

Do Portal Luis Nassif

As 4,4 mil demissões na Embraer representam o maior fracasso das políticas anticíclicas de Lula, desde que a crise começou. Não pelas demissões em si, inevitáveis ante uma crise externa sem precedentes, para uma empresa que depende fundamentalmente do mercado externo, em um setor que é diretamente afetado pela crise. Mas pela falta de instrumentos de minimização dos estragos.
O fracasso é amplo e deve ser distribuído em parcelas iguais pelo governo, por uma empresa que era orgulho do país, pelas centrais sindicais e pela prefeitura de São José dos Campos.
Faltou crédito para as grandes empresas, o Banco Central acudiu. Faltou para as montadoras, o Banco do Brasil aportou. Faltou para as exportações, as reservas cambiais garantiram. E tinham que fazer, mesmo.Mas o que foi montado especificamente para amenizar o desemprego em setores sujeitos a demissões em massa? Aparentemente, nada.
Em outros momentos da história, empresas socialmente responsáveis montavam todo um aparato de apoio ao trabalhador desempregado. Programas de requalificação, cursos de empreendedorismo, transformação dos trabalhadores em fornecedores, central de recolocação dos trabalhadores (ainda que em uma conjuntura extremamente hostil). Nada disso foi sequer esboçado. A empresa não tomou a iniciativa, as centrais sindicais também não, nenhuma sugestão foi implementada a partir das reuniões do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES).
Os trabalhadores foram abandonados à sua própria sorte.
Ontem, na visita dos dirigentes da Embraer ao Palácio, não lhes foi cobrada a readmissão dos funcionários, nem era o caso, dado o tamanho da crise. Mas o mínimo que se esperava é que na reunião estivessem presentes as centrais sindicais, o Ministério do Trabalho, o do Desenvolvimento, representantes do FAT, do Sebrae e que da lá saísse uma proposta de ação conjunta para amenizar os problemas dos demitidos da Embraer e que servisse de modelo de atuação para outros setores sujeitos a demissões em massa.
Nada aconteceu.

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