sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Mantega, enfim, critica ganância dos bancos

Do Tribuna da Imprensa

BRASÍLIA - No mesmo dia em que o Banco Central divulgou dados mostrando queda nas concessões de crédito e o aumento da inadimplência em janeiro, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, finalmente criticou os bancos por continuarem restringindo a oferta de recursos e cobrou maior redução das taxas de juros cobradas nos empréstimos. Para o ministro, os juros bancários podem cair mais. "Os bancos estão emprestando de menos para o meu gosto. Eles deveriam estar emprestando mais e baixando mais as taxas de juros que estão aí", disse.
Mantega minimizou a elevação da inadimplência nos empréstimo bancários, classificando a alta de "normal" nesse período do ano em que se concentram muitos vencimentos de tributos, como IPVA e IPTU. "Eu não vi uma inadimplência superalta. Eu vi uma pequena elevação da inadimplência. Isso não significa nenhuma deterioração importante da economia brasileira", ponderou.
As críticas do ministro foram feitas também num momento em que os maiores bancos anunciaram aumento de provisões para cobrir eventuais calotes. Os bancos alegam que o risco de inadimplência é a principal razão para os spreads não caírem. Em contraponto, o ministro disse que os bancos fazem previsões pessimistas de inadimplência, que levam à cobrança de spreads mais elevados. Ao final, alfinetou, a inadimplência acaba sendo menor que a prevista: "Mas aí eles já cobraram um spread mais elevado por conta dessas previsões."
Mantega desqualificou previsões pessimistas que tem sido feitas para a economia brasileira este ano. Para ela, elas refletem mais o cenário internacional. Ao comentar a nova estimativa da empresa de consultoria britânica Economist Intelligence Unit (EIU), de uma queda de 0,5% do PIB do Brasil neste ano, disse que continua acreditando que o País terá um crescimento positivo Ele evitou fazer previsões para o índice de crescimento da economia brasileira, mas disse que o governo não mudou a meta de fazer a economia crescer 4%.

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