terça-feira, 13 de outubro de 2009

Quase metade dos jovens do Brasil está na pobreza


Da Reuters


Por Rodrigo Viga Gaier



RIO DE JANEIRO (Reuters) - Quase metade das crianças e dos jovens de até 17 anos estava em situação de pobreza ou extrema pobreza no ano passado, de acordo com estudo divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira.
Segundo o levantamento, intitulado Síntese dos Indicadores Sociais, 44,7 por cento das crianças e adolescentes do país estavam na condição de pobreza ou pobreza extrema, o equivalente a cerca de 11 milhões de pessoas.
Pelos critérios da pesquisa, um pobre tem um rendimento domiciliar per capita de até meio salário mínimo por mês ao passo que o extremo pobre tem uma renda de até um quarto do mínimo. O salário mínimo em 2008 era de 415 reais.
O levantamento apontou que 18,5 por cento dos jovens de até 17 anos residiam em uma casa com renda per capita de até um quarto do salário mínimo e 26,2 por cento tinham uma renda por pessoa de até meio salário mínimo ao mês.
"Quando se estuda pobreza no Brasil temos que levar em consideração vários aspectos. A raiz do problema está nas famílias pobres. A criança precisa entrar no mercado de trabalho de forma precoce para ajudar e ela acaba por reproduzir no futuro o padrão de pobreza da sua família. O trabalho infantil e o baixo nível de escolaridade explicam o problema,” disse o presidente do IBGE, Eduardo Nunes “É importante dar continuidade nas transferências de renda”, declarou
O IBGE detectou, no entanto, uma redução da pobreza na população de até 17 anos.
"A redução paulatina do nível de pobreza na segunda metade da década pode ser constatada também nas famílias com crianças e adolescentes", afirmou o IBGE. "Em 1998, 27,3 por cento das pessoas de até 17 anos viviam na condição de extrema pobreza e, em 2008, esse percentual diminuiu para 18,5 por cento."
A situação nas regiões menos desenvolvidas do país é mais grave. No Nordeste, 66,7 por cento das pessoas com até 17 anos vivem na pobreza ou na extrema pobreza ao passo que no Sudeste o contigente era de 31,5 por cento.



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