sexta-feira, 28 de agosto de 2009

INDÚSTRIA DESABA 10% EM JULHO, PUXADA POR QUEDA NA VENDA DE AUTOMÓVEIS

Do Monitor Mercantil

A produção industrial de julho de 2009 registrou um tombo de 10,7%, na comparação com o mesmo mês de 2008. De acordo com o Instituto de Política Econômica Aplicada (Ipea), o destaque negativo ficou por conta da produção de autoveículos, que, após dois meses consecutivos de crescimento, recuou 1% na passagem de junho a julho.

Para o consultor econômico da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Carlos Thadeu de Freitas, o efeito do desconto no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) oferecido aos fabricantes de carros dá sinais de esgotamento.

"As taxas de juros ainda estão muito altas e o efeito do alongamento do prazo no crédito também tem limite", ponderou Freitas, que já foi diretor do Banco Central (BC).

De acordo com o economista, 70% dos carros vendidos são financiados em 60 meses: "É arriscado assumir financiamentos tão longos em tempo de crise, daí o consumo de bens duráveis tende a desacelerar", acrescentou.

Já o pesquisador Leonardo de Carvalho, coordenador do Indicador Ipea de Produção Industrial Mensal, observou que, mesmo inferior a junho, as vendas de veículos em julho foram bastante expressivas:
"O efeito do desconto no IPI ainda não esgotou. Em julho, foram licenciados 281 mil veículos, número inferior aos 300 mil licenciados em junho, mas naquele mês registrou-se o recorde de vendas de veículos", disse, acrescentando que, no mesmo período de 2008, a economia encontrava-se aquecida.

"Caso nossa previsão para julho se confirme, teremos crescido naquele mês acima da média dos últimos três trimestres", comentou.

Em julho, a produção industrial foi 1,9% superior a de junho, com o dado já desazonalizado. "A indústria caminha para uma aceleração da trajetória de crescimento, já que a recuperação no primeiro semestre foi bastante tímida e gradual", finalizou.

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