terça-feira, 4 de agosto de 2009

Elle está de volta


Ontem o senado voltou do seu recesso e o que se viu foi uma verdadeira praça de guerra. A cada dia que passa fica a impressão de que a merda vai ser jogada no ventilador. Uma cena chamou a atenção do país: O senador Fernado Collor partiu para o ataque contra o senador Pedro Simon.

O Blog Entrelinhas faz uma análise muito pertinente sobre tal acontecimento. Leiam.




É realmente bom não subestimar Fernando Collor. Na tarde desta segunda-feira, 3 de agosto, ele deu um verdadeiro show na tribuna do Senado. Poucos, muito poucos, são capazes de fazer o que Collor fez: calar a boca de um parlamentar experiente e desbocado como Pedro Simon (PMDB-RS). E não ficou só nisto. Collor voltou a demonstrar o talento de orador que o levou à presidência da República.



Tolice achar que qualquer um consegue se eleger presidente da República em um país como o Brasil. Lula não perdeu de Collor apenas porque o ex-presidente teve apoio dos grandes grupos de mídia ou porque jogou baixo na reta final da campanha. Perdeu porque Fernando Collor conseguiu convencer o povão de que podia ser uma alternativa real para melhorar a situação do país. Covas, Ulysses, Aureliano e Afif - os outros candidatos do status quo em 1989 - não conseguiram convencer o eleitorado e ficaram pelo caminho. Collor conseguiu se sobressair ao lado de dois outros líderes muito carismáticos - o próprio Lula e Brizola. É mesmo bobagem tentar diminuir o talento do senador alagoano, pois ele de fato tem uma capacidade de comunicação que o torna diferenciado na política brasileira. Jânio Quadros era assim também e isto não faz do ex-prefeito paulistano um grande brasileiro. Mas que tinha talento, é inegável.



Da mesma maneira que Jânio, é óbvio que Collor desperdiçou em seu desastroso governo a chance de passar para a história como um grande líder. As semelhanças são muitas. Ambos viveram um período de ostracismo e tiveram de recomeçar de baixo. Jânio perdeu o governo de São Paulo em 1982, Collor disputou o das Alagoas e não conseguiu se eleger em 2002. Jânio voltou ao cenário nacional ao derrotar Fernando Henrique e se tornar prefeito de São Paulo, em 1985; Collor finalmente se elegeu senador em 2006. Se não estivesse doente, Jânio provavelmente teria disputado a presidência em 1989. Era o preferido de Roberto Marinho.



Muita gente duvida que Collor possa voltar à presidência. Este blog acha que o ex-presidente tem carisma e competência para tanto, basta que as circunstâncias lhe seja favoráveis. E ele está trabalhando para se recolocar, à espera de que os ventos soprem para o seu lado. Se haverá um novo momento para Collor é algo que a história vai contar. Quanto mais turbulento o cenário político, melhor para ele. Fernando Collor depende desta variável - um clima em que a política seja debatida de forma emocional, sem muita racionalidade, uma espécie de Fla-Flu para que possa impor o seu discurso contundente e a sua presença, seu carisma.



Se a praça virar um salão, é bom não subestimar Collor de Mello.



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