sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Competitividade industrial chinesa é desafio para o país, diz Barros de Castro

Autor(es): Heloisa Magalhães
Valor Econômico



A indústria brasileira conta em vários segmentos com sofisticação técnica muito superior a de empresas chinesas, mas a história recente não recomenda confiar na diferença de estágio, disse ontem o economista e professor Antonio Barros de Castro. "Na China, há uma espécie de máquina armada em torno da competitividade. E eles são velozes. Quem fizer de conta que os chineses não existem vai morrer", avaliou.

Para ele, a China traz um desafio enorme para o Brasil. Está havendo uma "ruptura histórica em grande dimensão". Mas lembrou que o Brasil tem enormes oportunidades, por exemplo, na área de recursos naturais. "O uso dos recursos naturais é obrigatório. Somos os campeões da biomassa. Também podemos entrar na corrida mundial pela energia barata." Mas lembrou que, para avançar, é preciso ações como "deselitizar e multiplicar a pesquisa e desenvolvimento".

Assessor da presidência do BNDES, e professor do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Castro foi um dos organizadores do seminário para discutir os desafios para as economias nacionais frente à concorrência chinesa no contexto de crise mundial. E alertou : "Existe na China uma lógica econômica que não se dá por acidente".

Segundo o professor, é ingênuo pensar que as empresas lá são competitivas apenas porque pagam salários baixos. Pelo contrário, há toda uma estratégia em torno do baixo custo. Segundo ele, os chineses não se preocupam em usar estados da arte da tecnologia, buscam unir soluções que garantam eficiência e competitividade.

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