quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Na pré-estreia sem Lula, vaias e confusão

Do Jornal do Brasil

Todos sabiam que seria uma noite concorrida. E até tumultuada. Mas a confusão que tomou conta do Teatro Nacional Claudio Santoro, anteintem à noite, antes da exibição de Lula, o filho do Brasil, novo filme de Fábio Barreto que abriu, numa sessão não competitiva, a 42ª edição do Festival de Cinema de Brasília, surpreendeu. Os problemas começaram no momento em que a plateia de convidados se avolumou na porta de entrada do auditório e precisou esperar alguns minutos até ser liberada para passar por um espaço estreito. Em pouco tempo, o teatro ficou superlotado, com espectadores sentados nas escadas.
Quando os apresentadores deram início à cerimônia de abertura, a primeira saia justa da noite: um pequeno grupo de manifestantes subiu ao palco e estendeu uma faixa com a frase “Lula, liberte Cesare!”, em referência ao ex-ativista italiano Cesare Battisti, que teve sua extradição liberada quarta-feira pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e agora depende apenas da decisão do presidente. Em seguida, Luiz Carlos e Fábio Barreto foram chamados para apresentar o longa, que tem estreia comercial marcada para o dia 1º de janeiro.
Ao pegar o microfone, Luiz Carlos Barreto pediu que os espectadores sentados nas escadas se retirassem.
– Quero fazer um aviso. Do jeito que estamos dispostos nessa sala, com pessoas acomodadas nas escadas e nos corredores e sem a presença de bombeiros, qualquer coisa que aconteça representará perigo de vida – disse o produtor, vaiado pela maior parte do público.
Na sequência, Fábio causou mais mal estar.
– A equipe do filme está sem ter onde sentar porque a organização do festival não guardou lugar. Quero pedir que pelo menos 30 pessoas se levantem – sugeriu Fabio, que recebeu mais vaias.
Diante da reação contundente do público, a produtora Paula Barreto procurou acalmar os ânimos gerais e fazer com que a projeção começasse logo.
Na manhã de quarta-feira, durante a coletiva de imprensa, pai e filho voltaram atrás em suas críticas à organização do festival.

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