segunda-feira, 18 de maio de 2009

Meus filhos não falam palavrão

Do Blog do PVC

Por Paulo Vinicius Coelho

Não há nada pior para um país do que seus habitantes não acreditarem nele.Na sexta-feira, na sabatina da Folha de S. Paulo, Ronaldo disse que ficará no Brasil e pensará no final do ano se segue jogando por mais um ano. Disse também que pretende que seus filhos vivam na Europa.A razão, segundo ele, é segurança e educação. O exemplo é sua percepção de que os amiguinhos brasileiros de seu filho, Ronald, são mal educados e falam palavrões demais, diferente de quando convive com seus colegas europeus.Na entrevista, Clóvis Rossi questionou Ronaldo se esse raciocínio não era racista. Ronaldo respondeu: é realista.Desde seu retorno, Ronaldo impressiona pela clareza com que expõe seus pontos de vista. Boa parte deles, brilhante. Outros, nem tanto.Meus filhos têm 9 e 6 anos, respectivamente. Sempre viveram no Brasil. Têm um pai presente, modéstia à parte, que conhece todos os seus amiguinhos. Todos bem educados e que não falam palavrão.Ronaldo conviveu com a diversidade e tem o incrível mérito de ter aprendido com ela. Diferente de parte de seus colegas, que viveu na Europa e não aproveitou a experiência. Ronaldo aprendeu a viver bem em Milão, Madri, Barcelona... No Brasil, cresceu em Bento Ribeiro.Não sei com quem os filhos de Ronaldo convivem quando estão no Brasil. Imagino que vivam em boa companhia, quando estão na Europa.Por aqui, meus filhos têm uma vida de classe média e aprendem que gente legal existe em todos os países. Gente mal educada também.Não se nega a Ronaldo o direito de deixar seu filho vivendo na Europa. Pretendo mesmo que os meus pequenos tenham a opção de morar onde julgarem melhor. Espero também que escolham sem nenhum tipo de preconceito. É possível que vivam bem e tenham amigos bacanas no Japão, nos Estados Unidos, no Brasil, em Buenos Aires ou na Europa.O que não dá é para espalhar a ideia de que todas as crianças brasileiras falam palavrão e são mal educadas. Não sei onde Ronald tem andado. Mas a gente pode arrumar amiguinhos brasileiros bem mais legais para ele. Por Paulo Vinicios Coelho

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