segunda-feira, 18 de maio de 2009

LATINOS TOMAM CONTA DOS EUA

Do Direto da Redação

Por Eliakim Araujo

O Bureau do Censo nos Estados Unidos divulgou na quinta-feira o resultado do recenseamento de julho de 2008. Os estrangeiros e os grupos minoritários estão ocupando cada vez mais espaço na terra de Tio Sam. Um terço da população do país é formada por minorias, com supremacia absoluta dos hispânicos. As minorias somam 104.6 milhões de pessoas, ou 34% da população total do país, que subiu para 304.059.724. Com relação aos hispânicos (ou latinos), pode-se dizer que um em cada seis residentes nos Estados Unidos, ou seja, 46.9 milhões são hispânicos ou de origem hispânica. Apesar do ódio que certos grupos conservadores - com resquícios ainda da famigerada Ku klux Klan - que encontram apoio em setores da mídia, a presença dos latinos é vista com otimismo por intelectuais e estudiosos do fenômeno migratório. Ken Gronbach, autor de "The Age Curve: How to Profit from the Growing Demographic Trend", assinala que a rápida expansão da população latina tem um saudável impacto sobre a economia. Veja o que ele diz: "Os latinos salvaram o nosso país. Eles representam 14 por cento da população, mas 25 por cento de todos os nascimentos. Os Estados Unidos são a única nação industrializada ocidental com uma taxa de fertilidade 2,2 por cento, acima da taxa de mortalidade". Uma curiosidade: os brasileiros nos EUA são considerados como latinos para efeito de estatística. EFEITO CASCATA DIZIMA ECONOMIA AMERICANA - A crise no setor autombilístico americano pode causar mais estragos do que se imagina. Desde que a Chrysler entrou em bancarrota (uma espécie de concordata no direito brasileiro), e tudo indica que a GM vai pelo mesmo caminho, as vendas dos carros desses dois tradiconais fabricantes entraram em queda livre. A Chrysler divulgou na quinta-feira uma lista de 789 revendedores, dos 3.200 da sua marca, que serão fechados em todo país. Isso significa que 40 mil pessoas perderão o emprego. No dia seguinte, a GM tomou a mesma decisão. Enviou carta a 1.100 dos 6.000 revendedores em todo país, dando-lhes um prazo para fecharem as portas. A GM já avisou que vai fechar mais 900, ou seja pretende ficar com 4.000, se não fechar antes. Nas pequenas cidades, os prejuízos serão enormes, pois essas revendas, estabelecidas há décadas, são grandes empregadoras e recolhedoras de impostos. São também grandes anunciantes da mídia local. É o chamado efeito cascata, que vai dizimando a economia do país mais rico do mundo. Essa crise no setor automobilistico americano foi extremamente mal conduzida. Há quase um ano se fala em empresas à beira da falência, em socorro financeiro do governo e em fechamento de fábricas. Esse é o tipo de notícia que o consumidor não quer ouvir, e isso precipou o colapso. Afinal, quem vai querer comprar um carro novo de uma montadora que pode fechar as portas a qualquer momento? PAU NOS TRAMBIQUEIROS - Pode não espantar a crise, mas deve colocar alguma ordem no mercado. O secretário do Tesouro, Tim Geithner, se reuniu com banqueiros e companhias de investimentos. A preocupação do governo está nos papéis exóticos, conhecidos como "derivativos" que circularam livremente durante décadas, sem nenhuma regulamentação. Cada um fazia o que queria e o otário do investidor que se lixasse. O estouro da bolha era apenas uma questão de tempo.Veja como os trambiques eram praticados. Quando o investidor comprava algum desses papéis exóticos - que pagavam juros acima do mercado - ele recebia um contrato de seguro que o deixava tranquilo e feliz achando que o dinheiro dele estava protegido. Só que a mesma apólice que garantia o investimento dele garantia o de outros milhares se investidores, ou seja, o seguro não tinha lastro para cobrir todos aqueles contratos. O resultado é que o AIG, American International Group, a maior seguradora dos EUA, teve que receber bilhões de dólares do governo americano, leia-se do contribuinte, para evitar um desastre maior, que seria sua falência.OS CULPADOS SÃO OS GRINGOS - O NY Times divulgou a foto de uma menina afegã, de 12 anos, deitada num leito de hospital com graves queimaduras. Ela é uma das vítimas dos ataques aéreos da aviação americana semana passada na cidade de Farah. O número certo de civis que morreram nos ataques talvez nunca será conhecido. Mas os moradores das vilas atacadas, inclusive a menina queimada, descrevem a devastação na cidade. As entidades de direitos humanos classificam como o pior episódio da matança de civis nos oito anos de guerra no Afeganistão. O governo afegão fala em 140 civis mortos, 25 feridos e dezenas de casas destruídas. Lamentavelmente, Obama até agora não disse a que veio em relação a essas guerras injustificadas. O sentimento anti-americano cresce cada vez que os militares do país cometem atrocidades como essa. No NY Times reproduz a frase de uma das vítimas: "os culpados são os gringos, por que eles não jogam bombas em seus alvos, em vez de jogarem em nossas casas?

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